O alinhamento ao “futuro que queremos”
Por: GIFE| Notícias| 25/06/2012 Apesar das críticas negativas apontadas ao seu documento final, intitulado “O Futuro que Queremos”, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), oficialmente ou não, estabeleceu princípios e perspectivas globais que o investidor social pode se apropriar caso busque alinhar suas ações aos compromissos acordados para um desenvolvimento sustentável.
A tarefa, claramente, não é fácil e deverá acompanhar os desdobramentos das decisões tomadas por políticos e diplomatas no Rio de Janeiro, já que muitas questões – em especial, as mais polêmicas – foram repassadas para a Assembleia Geral da ONU, na sessão deste ano.
Este é o caso, por exemplo, da definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, cujo processo de negociação para a formulação foi lançado, mas seus temas não foram definidos no documento final. O que se sabe, realmente, é que eles deverão substituir os Objetivos do Milênio a partir de 2015. E só.
Por outro lado, também complexa é a tarefa de acompanhar os desdobramentos dos vigorosos debates que cercaram a programação oficial do evento. Organizados em sintonia à conferência, movimentos sociais e empresariais (separadamente) costuraram consensos entre seus pares e apresentaram suas propostas.
Em um momento emblemático, o coordenador executivo da Rio+20, o francês Brice Lalonde, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo (17 de junho) que se a negociação do documento final da Rio+20 estivesse nas mãos da sociedade civil, em apenas algumas horas de reuniões provavelmente o planeta já poderia respirar tranquilo por ter um texto forte, cheio de resoluções e metas bem intencionadas para garantir o caminho para um futuro mais sustentável.
No entanto, não deixam de ser antagônicos os documentos como “Compromissos e Demandas para a Construção do Futuro que Queremos”, liderado pelo Instituto Ethos, e a “Declaração Final da Cúpula dos Povos na Rio+20”. Mas essa distância reflete mais a riqueza da diversidade de visões, do que propriamente uma luta, já que o fim dos documentos leva a um mesmo caminho: a necessidade de novos paradigmas para a sociedade.
Enquanto o jornal espanhol El País estampa “”Ganhou a burocracia, perdeu a Terra””, sobre os resultados oficiais da conferencia, o investidor social deve olhar para o imenso conhecimento gerado neste marco histórico. A riqueza de visões que 110 mil visitantes levaram ao Rio de Janeiro não pode ser desconsiderado pela apresentação de um documento “morno”.
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