O projeto UrbaniZarte, da Fundação FEAC, está de volta aos territórios

Por: Fundação FEAC| Notícias| 17/07/2023
Após um intervalo de três anos, duas ações do UrbaniZarte marcam o retorno da atividade aos bairros de Campinas neste primeiro semestre.

Após um intervalo de três anos, duas ações do UrbaniZarte marcam o retorno da atividade aos bairros de Campinas neste primeiro semestre. A primeira aconteceu no dia 27 de maio, próximo ao centro de Saúde do bairro San Martin, sob o comando do Instituto Cidas; e a segunda no sábado, 1º de julho, na praça da Juventude, no bairro DIC 5, no distrito de Ouro Verde, com a Base Transformar. 

“Foi ótimo voltar a realizar esta ação depois de tanto tempo. De 2017 a 2019 foram 23 edições do projeto em inúmeros territórios de Campinas”, conta Sílnia Prado, coordenadora do Programa Fortalecimento de Vínculos, da FEAC. “A retomada do UrbaniZarte pós-pandemia só reforçou para nós como estas ações são fundamentais para o fortalecimento dos vínculos comunitários”, diz ela.  

O objetivo é, a partir da promoção de uma tarde de diversão, cultura, cidadania e convívio apoiar as redes locais com iniciativas agregadoras e promotoras de vínculos territoriais harmônicos para toda a comunidade. “Importante destacar que cada ação é construída por um núcleo criativo específico e heterogêneo formado por pessoas e instrumentos públicos e privados que vivenciam o território, para dar legitimidade e pertencimento ao que é pensado pelo e para esta localidade”, explica Sílnia. Cada edição do UrbaniZarte valoriza as características e potências locais.  

Uma tarde de diversão e convivência para a comunidade 

Todas as ações do UrbaniZarte ocorrem durante um período de 4 horas, em geral, um sábado, com uma programação de atividades e atrações para as famílias que vivem no território e seu entorno. Nas duas primeiras edições de 2023, houve distribuição gratuita de mais quatro mil picolés, algodão doce e pipoca. E a realização de oficinas de recreação, artesanato, dança, pula-pula, pintura de rosto, prestações de serviço à comunidade e apresentações artísticas e exposição de organizações que atuam na região (confira a galeria de fotos) fazem parte do evento. Uma das ações fixas é um banner “Qual meu sonho para este bairro” que fica disponível durante todo o evento com o objetivo de dar voz à comunidade e a oportunidade de refletir e registrar seu olhar. Ao final do dia, os registros são recolhidos e servem de base para a elaboração de novas ações do núcleo criativo.  

O UrbaniZarte é um projeto no qual a FEAC é a idealizadora e investidora. O parceiro executor é a Organização da Sociedade Civil (OSC) Centro Socioeducativo Semente Esperança e as ações são planejadas junto a outras quatro organizações, de quatro diferentes territórios de Campinas, que capitaneiam as execuções locais. A OSC  Centro Socioeducativo Semente Esperança é quem transfere os recursos e orienta as organizações, acompanhando desde o planejamento para fomentar o protagonismo e a autonomia de cada núcleo criativo.   

Ainda em 2023, outras duas edições estão na agenda de Campinas: em setembro e em novembro (datas ainda não definidas), e serão comandadas pela Associação Anhumas Quero-quero, no Jardim Paranapanema, e o Progen, no Satélite Iris, respectivamente. Os trabalhos começam 90 dias antes do evento, com encontros do núcleo criativo de cada região, como explica Sandoval Donizete Brito, 52 anos. Além de dirigente do Instituto Cidas, ele é o articulador do UrbaniZarte nos territórios.  

Como já conhece bem o UrbaniZarte, Sandoval oferece suporte junto aos núcleos criativos e atua como um facilitador na construção e criação das ações em cada comunidade. “Todas as lideranças e pessoas que quiserem contribuir se sentam juntas para discutir como vai ser a ação naquele bairro. É nesta construção que se dá o fortalecimento de vínculos entre os moradores. Na retomada do UrbaniZarte, este ano, percebemos que um grupo formado lá em 2018 se manteve. A rede criada a partir dali, ficou ativa para além do UrbaniZarte”, explica Sandoval.   

E é justamente esta a função que o projeto vem desempenhando nas comunidades a partir de cada núcleo criativo: fortalecer vínculos entre os moradores e as pessoas que, de alguma forma, vivenciam o território para que possam se fortalecer como grupo e buscar soluções para problemas que desafiam o cotidiano dos cidadãos na maioria das periferias. “O evento movimenta a comunidade e mostra que é possível e importante que todos trabalhem juntos. O fato é que algumas lideranças têm dificuldade para se sentar e conversar com outras. O UrbaniZarte muda essa perspectiva. Cria-se uma teia no local e é isso o que os fortalece. Abrimos um canal entre as lideranças, entidades e equipamentos públicos do local, como escola, creche, CRAS”, completa Sandoval. 

Para Lisa Mara, o UrbaniZarte transforma o território em um espaço de muitos encontros. “Foi um evento muito intuitivo e criativo no meu ponto de vista, pois ele teve muitas oficinas e apresentações culturais e reuniu não só a nossa comunidade, mas pessoas de outras comunidades também. Foi muito legal reunir tanta gente e sair da rotina do dia a dia”, diz ela, que participou do programa em San Martin, ocorrido em maio. 

UrbaniZarte é vitrine para riquezas das comunidades 

Colaboradora do projeto, Alessandra Martins integra o grupo Estar Bem, da comunidade de San Martin, e participa da organização do evento. Para ela, o UrbaniZarte vai muito além das atrações que ele proporciona às pessoas das regiões. Ele promove união e novas parcerias. 

“Eu vejo que cada ano é melhor. Como já aconteceu mais de um UrbaniZarte aqui, eu fico analisando e percebo que cada vez que acontece a comunidade se une mais. Porque além das atrações, [o UrbaniZarte] consegue agregar não só os grupos que vivem na comunidade, como outros vindos de fora, criando parcerias. Em toda região dificilmente acontece um evento desses”, diz ela 

Para Alessandra, o UrbaniZarte acaba sendo vitrine de muitas riquezas que estão nas próprias comunidades e que, na correria do dia a dia, as pessoas não têm tempo de conhecer.   

“Quando acontece um evento desses, as famílias vêm mesmo, trazem as crianças, os maridos, os filhos, os avós, os tios. Acontecem apresentações [de arte, culinária, música, dança] que já têm toda semana na comunidade, mas nem sempre são vistas. A gente vê a alegria das pessoas que se apresentam. Falam das nossas riquezas, né? Elas ficam felizes de estarem apresentando o que foi ensaiado para mostrar para a comunidade. Espero que tenha todo ano, viu?”. 

Por Natália Rangel

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