O voluntariado jovem e os desafios do século XXI

Por: GIFE| Notícias| 08/04/2011

Luiz Covo*

Em 2011, ano em que é comemorada uma década do Ano Internacional do Voluntariado (AIV+10), temas como crise no sistema educacional, desequilíbrio ambiental e advento das redes sociais têm se tornado foco crescente de atuação de jovens voluntários em todo o mundo. E, possuem um apelo especial entre os membros da chamada geração Y, formada pelos nascidos a partir do final da década de 1970 e que tem em comum a preocupação com o meio ambiente e a familiaridade com tecnologias digitais.

Para estes jovens, conceitos como fronteiras geográficas são muito tênues. Como voluntários, eles colaboram com a mesma intensidade em causas no Oriente Médio ou no Brasil. Suas causas são globais e organizações sociais já compreenderam a força que há nesse tipo de voluntariado virtual.

Essa forma de se relacionar tem promovido profundas transformações na forma como as empresas organizam e gerenciam seus programas de voluntariado, já que grande parte de seus colaboradores integram a geração Y. O intercâmbio de experiências, a articulação entre voluntários de localidades distantes, a formação à distância e o registro de atividades por meio de blogs ampliam as possibilidades de impacto dos programas, sobretudo aqueles de abrangência global ou que se desenvolvem em países de dimensões continentais. O Portal dos Voluntários (http://voluntarios.institutocea.org.br) do Instituto C&A é um exemplo disso.

Devido à sua relevância para o desenvolvimento de qualquer país, também não foi à toa que a educação despontou como o principal tema da Conferência Nacional de Voluntariado da Points of Light, realizada nos Estados Unidos no ano passado. Voluntários não são educadores, mas em um mundo em que as oportunidades de aprendizagem se disseminam por diferentes ambientes sociais, os voluntários posicionam-se como agentes de apoio que favorecem a criação de contextos educativos.

A experiência do voluntariado empresarial da C&A ilustra bastante o desenvolvimento desse gênero de ação social. Hoje, no Brasil, mais de 20% dos funcionários da rede, a maioria jovens entre 20 e 25 anos, participam do programa de voluntariado cujo foco principal é a realização de atividades lúdicas envolvendo brincadeiras e incentivo à leitura para crianças de 0 a 6 anos. A pauta ambiental também ganha novo impulso entre o voluntariado no mundo, reforçando a necessária mudança de comportamento que deverá envolver toda a sociedade.

Cada um desses temas, com sua complexidade específica, tem sido o mote do trabalho voluntário em muitos outros cantos do planeta. Justamente por estar em conexão com as questões e desafios de sua época, entender o movimento do voluntariado em suas várias facetas tem revelado-se uma forma bastante rica para compreendermos não só as novas gerações, como também o mundo em que vivemos.


*Luiz Covo é coordenador do programa Voluntariado do Instituto C&A.

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