Organizações da sociedade civil se unem para pautar debate eleitoral

Por: GIFE| Notícias| 07/07/2014

Com o objetivo de propor questões fundamentais para o debate político que se aproxima, surge a Agenda Brasil Sustentável, uma iniciativa que oferece a candidatos e eleitores elementos fundamentais para uma rica reflexão política. O trabalho é resultado de um amplo processo de construção coletiva, promovido por um grupo plural de organizações representativas da sociedade civil brasileira, como Fundación Avina, Instituto Ethos, Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Agenda Pública, Rede Nossa São Paulo e o próprio GIFE.

O movimento, que começou no início do ano capitaneado pela Fundación Avina, procurava lançar bases para uma incidência política comum nas eleições de 2014. Aos poucos, outras organizações se integraram ao grupo, que hoje conta com 25 participantes, com trajetórias políticas distintas e complementares e presença em várias regiões do país.

“Em comum, compartilhamos a proposta de uma agenda progressista. Estamos debatendo questões fundamentais para o debate politico, que não se restringem apenas à corrida presidencial, mas também às demandas regionais. Temos a compreensão que temas econômicos, ambientais e sociais, que estão no foco de incidência dessas organizações, merecem presença nos planos de governo dos candidatos”, explica Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública – Agência de Análise e Cooperação em Políticas Públicas.

Desde o marco zero, o grupo tem promovido reuniões periódicas, pautadas em sete eixos (Respeito aos limites do planeta; Redução das desigualdades e garantias de direitos; Integridade e transparência; Economia para a sustentabilidade; Reforma política e fortalecimento da democracia; Valorização do trabalho; e Gestão pública), no intuito de construir propostas concretas para as agendas eleitorais.

O documento que apresenta os eixos e seus subtemas está disponível para consulta e tem como uma de suas matrizes orientadoras os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “É claro que o que está sendo proposto é mais focado no caso brasileiro do que os ODSs. Contudo, encontramos muitas convergências, pontos comuns com as metas da ONU. Isso tudo reforça nosso apelo e fortalece a mobilização aqui no Brasil, além de inspirar caminhos para criação de indicadores”, explica Sergio Andrade.

Caio Magri, gerente executivo de políticas públicas do Instituto Ethos, avalia o movimento como uma ação legítima e urgente da sociedade civil na promoção de ações de acompanhamento e participação na gestão pública. “Ao longo dos últimos anos, nos momentos eleitorais, o Instituto Ethos buscou articular um conjunto de compromissos com candidatos e candidatas. A diferença desse momento é que conseguimos uma articulação consistente, com princípios validados por todos e profundidade temática. Não estamos só elencando os pontos, mas qualificando-os a partir de demandas da sociedade civil.

O cenário atual, depois de grandes conquistas como a Lei Anticorrupção, a Ficha Limpa e os portais de transparência, aponta para um momento de maior controle social e acesso a informações. “Pretendemos fazer das eleições um momento, mas não um momento único, para promover maior acesso e monitoramento dos compromissos dos governantes. Trata-se de uma agenda extremamente importante, que representa um avanço para sociedade brasileira.”

Comunicação em ação

O plano de incidência da agenda conta com dois níveis: relação direta, diálogo e articulação com candidatos, partidos e coordenação de campanhas; e comunicação, por meio de eventos presenciais, assessoria de imprensa, disponibilização de plataforma online e ação em redes sociais.

Nesse sentido, a criação da Agenda Brasil Sustentável vai além da proposta de influenciar planos de governos dos candidatos. Ela se apresenta como uma oportunidade para eleitores avaliarem propostas de governo e o comprometimento dos candidatos com temas de grande valor para o país. Após as eleições, eleitores poderão monitorar no site do movimento os compromissos assumidos pelos governantes.

“A ideia também é trazer o eleitor para esse movimento. Trata-se de um grande esforço para envolver toda a sociedade civil em um debate pautado em questões substantivas para o país. Estamos falando também de uma mensagem de politização do eleitor. Um convite para discutirmos e brigarmos por melhores políticas públicas. É isso que faz uma sociedade mais forte.”

Mobilização da Rede GIFE

O GIFE participou da reunião organizada pela Fundación Avina, que ocorreu no final de março desse ano, envolvendo uma série de organizações para pensar temas que seriam importantes e relevantes para pautar e influenciar o compromisso dos candidatos nas próximas eleições. Desde então, tornou-se signatário da Agenda Brasil Sustentável.

Capaz de mobilizar uma grande rede de empresas, fundações e institutos, o papel do GIFE está muito voltado à promoção dessa iniciativa inovadora. Muito em breve, associados e parceiros receberão um documento explicativo sobre o processo de construção da agenda e convidando a rede para a adesão.

“Esperamos conseguir a adesão de associados e parceiros e acreditamos que essa participação fortalecerá tanto a Agenda Brasil Sustentável, quanto os investidores sociais privados, que poderão demonstrar seu envolvimento com um movimento apartidário que pretende fazer com que os candidatos se comprometam com pontos que significam melhores condições de vida para toda a população”, comenta Ana Letícia, gerente de Articulação do GIFE.

Como participar do movimento

Boa parte das ações da Agenda Brasil Sustentável acontece na própria internet. Para participar, empresas e organizações podem solicitar mais informações e aderir ao movimento pelo e-mail [email protected]. Outra forma de participar é compartilhar e comentar os conteúdos das páginas da Agenda Brasil Sustentável no Facebook e no Twitter.

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