Organizações selam acordo para a continuidade das propostas discutidas durante Diálogo de Fundações

Por: GIFE| Notícias| 07/03/2005

ALEXANDRE DA ROCHA
Editor do redeGIFE

JUSSARA MANGINI
Especial para o redeGIFE

Unir esforços para melhorar o ambiente legal e tributário do terceiro setor, dar ênfase a programas de geração de renda, incentivar o intercâmbio de informações, apoiar a elaboração de pesquisas com foco em assuntos sociais e alinhar os investimentos sociais às Metas do Milênio da ONU (Organização das Nações Unidas).

Essas foram as principais metas acordadas entre os participantes do Diálogo de Fundações, Redes Sociais, Governo Brasileiro e Banco Mundial, que aconteceu entre os dias 21 e 25 de fevereiro, em Brasília (DF). O evento foi realizado pelo European Foundation Centre (EFC) e o Banco Mundial, em parceria com o GIFE, Fundação Avina, Fundação Banco do Brasil, Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA). Clique aqui e conheça os encaminhamentos e proposições dos organizadores do encontro.

Estiveram reunidos, na capital federal, dirigentes de fundações européias e brasileiras, além de representantes do governo federal e de organizações da sociedade civil. O objetivo do Diálogo foi promover o debate entre os presentes, visando o fortalecimento da sua agenda de desenvolvimento. Para isso, foi criado um espaço de reflexão, troca de conhecimento e discussão sobre oportunidades de parcerias.

Sevdalina Rukanova, responsável pelas relações internacionais do European Foundation Centre (EFC), lembra que o encontro surgiu a partir de uma idéia sobre como aperfeiçoar o diálogo e a cooperação entre o Banco Mundial e as fundações. “”Estamos felizes em ver a energia e o entusiasmo que a iniciativa gerou no Brasil. Foi um sucesso, seja pelo alto número de participantes, seja pela qualidade das discussões. Como um dos organizadores, o EFC dará prosseguimento às propostas feitas, em parceria com o GIFE.””

Para Fernando Rossetti, diretor executivo do GIFE, o Diálogo foi uma importante inovação para atores sociais que vêm trabalhando nas áreas cobertas pelo evento (Juventude, Inclusão Social e Renda, Amazônia, Semi-Árido Nordestino), pois permitiu que diferentes perspectivas para estes desafios se alinhassem e se tornassem conhecidas.

“”Devido ao encontro, a tendência é que o enfrentamento desses desafios seja mais efetivo, veloz e sustentável, já que as soluções são coletivamente discutidas e implementadas””, avalia Rossetti.

Ele também destaca resultados importantes para o GIFE. “”Uma meta importante atingida foi a aproximação qualificada com o European Foudation Centre. Estabeleceu-se com eles uma parceria que beneficiará tanto os membros do GIFE como os do EFC, em áreas que vão do marco legal e tributário até a avaliação de impacto de projetos sociais.””

Durante três dias, foram realizadas palestras e mesas-redondas, além de quatro grupos de trabalho (Juventude: Educação, Empregabilidade, Empreendedorismo e Trabalho Comunitário/Voluntariado; Inclusão Social e Renda: Arranjos Produtivos e Democratização do Crédito; Amazônia: Uso Sustentado dos Recursos Naturais; e Nordeste: Convivência com o Semi-Árido).

Para Zezé Weiss, especialista em desenvolvimento social e sociedade civil do Banco Mundial, os grupos de trabalho merecem grande destaque, principalmente pelo esforço de continuidade das ações propostas. “”No caso do grupo do Nordeste, o Diálogo resultou em uma doação concreta de cerca de mil cisternas para o Semi-Árido, com possibilidade de ampliação por parte da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O grupo sobre juventude será continuado no Encontro Vozes Jovens, que acontecerá em Brasília entre os dias 21 a 23 de março, sob a coordenação da Secretaria Nacional de Juventude, do Banco e do sistema ONU. O compromisso dos atores é de sair do evento com uma plataforma de ação concreta.”” (clique nos links e veja os resultados dos grupos Juventude e Nordeste)

Após os debates, na quinta (24) e na sexta-feira (25), os participantes fizeram visitas de campo a organizações sociais. No Rio de Janeiro, eles foram recebidos pelos institutos Telemar e Ronald McDonald e pela Fundação Roberto Marinho. Em São Paulo, as visitas aconteceram no Instituto Criança Cidadã, na Fundação Bradesco e no Instituto Ayrton Senna, todos associados do GIFE.

Arnulfo Barbosa, representante da Articulação no Semi-Árido (ASA), acredita que as visitas de campo foram outro aspecto relevante oferecido pelo Diálogo. “”Avalio, no geral, que o encontro atingiu seu principal objetivo, como desencadear e fomentar o diálogo, apresentar os atores, explicitar sua grande diversidade, suas potencialidades, seus conhecimentos, seus recursos humanos e materiais e suas diversas percepções e culturas organizacionais.””

Sevdalina Rukanova, do EFC, também classifica as visitas como uma grata surpresa. “”Ficamos impressionados com a criatividade, o empreendedorismo e o profissionalismo dos associados do GIFE. O EFC deseja identificar oportunidades relevantes para a apresentação desses exemplos aqui na Europa.””

Próximos passos – Após o fim do Diálogo de Fundações, Redes Sociais, Governo Brasileiro e Banco Mundial, ficou decidido entre os articuladores do encontro a realização de reuniões periódicas para acompanhar o cumprimento das metas estipuladas.

“”As conversações estabelecidas foram fundamentais, porém iniciais. Há que se seguir conversando para que a convergência e a concretização de projetos se dê””, analisa Arnulfo Barbosa.

Os principais desafios colocados para a concretização das propostas discutidas no Diálogo são o trabalho em rede e a formação de alianças e parcerias. Para Arnulfo, as redes são um importante instrumento para a transformação social. “”Para garantir sua vitalidade, elas precisam dialogar constantemente com suas bases e isto leva algum tempo, mas garante sua vitalidade e legitimidade. As instituições formais, governo, fundações e entidades multilaterais têm que ter isto em mente ao pensar em parcerias.””

Fernando Rossetti, do GIFE, concorda com Arnulfo. “”O trabalho em rede é sempre desafiador, pois une pessoas e organizações que têm culturas e repertórios diferentes. O diálogo, sem dúvida, é o principal caminho para o trabalho em rede. Mas há alguns elementos cruciais para que uma rede funcione: valores compartilhados e confiança, liderança (mas sem que isso signifique propriedade de um ou outro sobre o projeto), ter metas e resultados concretos (não ficando apenas na troca de informações), entre outros.””

Para Zezé Weiss, do Banco Mundial, trabalhar em rede requer maturidade, investimento e um grande grau de renúncia. “”A implicação mais direta é uma maior participação e um melhor controle social das ações e dos investimentos na agenda de desenvolvimento nacional. O Diálogo de Fundações foi uma boa semente na construção deste caminho. Agora é seguir em frente.””

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