Para incidir no campo dos direitos de crianças e adolescentes

Por: GIFE| Notícias| 21/05/2010

No último mês, o Instituto C&A lançou oficialmente mais um programa em benefício de crianças e adolescentes: o Redes e Alianças. A proposta da iniciativa é promover a multiplicação de ações pela garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil, nos mais diferentes âmbitos e setores.

O programa foi construído a partir de um estudo de cenário, realizado em 2008, que analisou uma série de iniciativas de redes e outros processos coletivos, além de práticas de apoio e fomento a redes, que faziam parte do escopo de ações fomentadas pelo instituto.

No trabalho, assim, serão privilegiadas ações de incidência que incorporem mobilizações, agendas coletivas, coalizões e esforços em conjunto com os principais atores deste cenário, como conselheiros de direitos, operadores do direito (promotores, juízes), mídia, organizações sociais e as crianças e adolescentes.

As ações serão pautadas a partir dos principais eixos do sistema de garantia de direitos – promoção, defesa e controle social – e terão como temáticas de incidência a convivência familiar e comunitária; o orçamento para a criança e o adolescente; a mobilização de crianças e adolescentes; e a comunicação social.
Em entrevista especial ao redeGIFE, o diretor-presidente do Instituto C&A, Paulo Castro, explica um pouco mais sobre o novo programa Redes e Alianças, lançado recentemente pelo Instituto.

redeGIFE – Como o Programa se encaixa na política de investimento social do Instituto?
Paulo Castro:
O Instituto C&A organiza suas atividades em torno de três áreas de investimento, todas com o objetivo principal de promover a educação de crianças e adolescentes das comunidades onde a C&A atua. O programa Redes e Alianças (PRA) está inserido neste contexto e tem como propósito promover e fomentar o surgimento e a articulação de redes e dinâmicas, em seus múltiplos formatos organizacionais, no campo dos direitos da criança e do adolescente.

redeGIFE- Qual é o principal desafio do Programa?
Paulo Castro:
Incidir de forma organizada no campo sócio político da infância e adolescência a partir de ações articuladas em rede com organizações sociais. O programa tem como objetivo promover a cooperação, a convergência e a multiplicação de esforços entre organizações e pessoas pela garantia dos direitos da infância e adolescência no Brasil.
A sua atuação será organizada em quatro diferentes linhas: promoção da conectividade; fomento e apoio à articulação de redes; fomento e apoio a dinâmicas de colaboração/coalizão; e produção e disseminação de conhecimento.

No exercício orçamentário de 2010/2011 (março/10 a fev/11), o novo programa apoiará cinco redes: Associação Brasileira de Magistrados e Promotores Públicos (ABMP), Fórum NDCA – Fórum Nacional da Criança e do Adolescente, Grupo de Trabalho Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, Programa Novas Alianças e Rede Andi Brasil.

redeGIFE- Quais os critérios para a seleção dessas cinco primeiras redes a serem beneficiadas?
Paulo Castro:
Fizemos um estudo de cenário bastante detalhado, no começo de 2008, para analisar iniciativas de redes e outros processos coletivos, incluindo aquelas que já eram ou já tinham sido apoiadas pelo Instituto C&A anteriormente. Este estudo nos ajudou a delinear algumas perspectivas de apoio do programa e traçar possíveis novas frentes.
Posteriormente convidamos algumas pessoas com experiência no tema da infância e adolescência e na atuação em redes para refletir possíveis recortes da proposta técnica. Chegamos a uma discussão sobre temas e atores com os quais o programa gostaria de dialogar. Com isso, estruturamos o programa e partimos para uma prospecção de projetos, dentro das diretrizes e dos recortes realizados.
redeGIFE – A atuação da iniciativa (proposta técnica) está organizada em quatro diferentes diretrizes: conectividade, articulação, propagação e incidência. Os processos serão avaliados por cada uma dessas áreas?
Paulo Castro:
Sim, estas diretrizes fazem parte da nossa matriz de avaliação dando suporte para a seleção, análise e acompanhamento dos projetos. É importante observar estes elementos nas ações em rede, pois muitas vezes aparecem com graus e pesos diferenciados, dependendo do projeto em questão. Todavia nosso olhar passa por todos estes pontos.
redeGIFE: Outras redes interessadas poderão se cadastrar para participar do programa?
Paulo Castro:
Estamos considerando este ano como o primeiro do programa Redes e Alianças, dentro da estrutura programática adotada pelo Instituto C&A. Por isso, vem com muitos desafios iniciais que precisarão ser maturados e construídos, com este grupo de parceiros, ao longo destes dois anos. Nada impede, no entanto, que as instituições interessadas nos encaminhem propostas para compor nosso banco de projetos ou participem de editais quando estes estiverem em vigência.
redeGIFE – Por quanto tempo está previsto a continuidade não apenas do Programa, mas também do acompanhamento dessas redes?
Paulo Castro:
As ações do PRA possuem um ciclo de dois anos e durante esse período as organizações parceiras e as redes formadas serão acompanhadas pelo Instituto C&A. Depois deste primeiro ciclo, outro se iniciará e assim por diante.

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