Parceria FEAC-Apascamp reduz filas e beneficia pelo menos 700 pacientes

Por: Fundação FEAC| Notícias| 03/04/2023
Projeto Acelera Saúde Auditiva

O projeto ampliou o atendimento, contemplando mais de 700 pessoas para além do que seria normalmente realizado nesse período pela entidade

O projeto Acelera Saúde Auditiva, realizado pela Associação Pais Amigos Surdos Campinas (Apascamp) em parceria com a Fundação FEAC por meio da Secretaria Municipal de Campinas, foi criado para diminuir o tempo de espera por testes de audiometria nos serviços públicos do município.

Em agosto de 2022, mais de 2 mil pessoas aguardavam uma vaga para realizar o exame, com pacientes na fila há dois anos, sem perspectiva de atendimento. Devido à crise sanitária causada pela Covid-19 novos critérios sanitários foram implementados, reduzindo a capacidade de atendimento dos pacientes atendidos pela Apascamp, o que impactou diretamente o tempo de espera e aumentou significativamente o número de pessoas aguardando pela audiometria.

O projeto ampliou o atendimento, contemplando mais de 700 pessoas para além do que seria normalmente realizado nesse período pela entidade. São pacientes que conseguiram agendar consultas, obter laudos e dar seguimento ao atendimento, impactando positivamente todo o sistema.

Novos equipamentos ajudaram a agilizar o atendimento

“O projeto surgiu para atender a uma demanda muito específica que se apresentava no município”, explica Viviane Machado, coordenadora do Programa Mobilização para Autonomia, da Fundação FEAC. Com duração de seis meses, começou em agosto de 2022 e foi concluído no final de janeiro. Viviane aponta que a redução da fila a patamares razoáveis se deu devido à ampliação da carga horária dos profissionais e à compra de equipamentos mais modernos que agilizam os procedimentos.

“Isso permite que os ganhos não se restrinjam ao período em que o projeto foi realizado, mas continuem refletindo na qualidade e número de atendimentos prestados por intermédio do convênio da Apascamp com a Secretaria Municipal de Saúde. Nossa intenção é que o fluxo aconteça dentro do esperado e que as pessoas possam ser atendidas o quanto antes”, afirma Viviane.

Ela também ressalta a importância em garantir esse direito básico do cidadão, em especial às populações mais vulneráveis que são maioria no serviço. “Nós sabemos que a falta de um exame como esse de audiometria impacta diretamente no acesso dessa pessoa a outros benefícios, iniciando pelo direito a um laudo e encaminhamentos assertivos. O tempo de espera por esse atendimento pode ser um agravante para sua condição.”

Exame é fundamental em diagnósticos importantes

A dificuldade para realizar o teste de audiometria em crianças com suspeita de transtorno do espectro do autismo (TEA), por exemplo, se desdobra em demora no diagnóstico e, consequentemente, atraso no início do tratamento indicado. “A gente tem uma responsabilidade bem grande nas mãos que é dar esse diagnóstico rápido, para que o paciente possa voltar logo ao posto de saúde e ser encaminhado para o médico que ele precisa”, diz a fonoaudióloga Anila Roncolato, que atua no serviço de saúde auditiva da Apascamp, e participou do projeto.

A melhoria pode ser sentida em todo o sistema, já que a Apascamp é o serviço que faz a triagem de boa parte dos atendimentos na área da saúde auditiva. “Com a pandemia nós ficamos três meses sem atender. Só atendíamos casos de emergência. E mesmo depois, quando voltamos, já existia uma demanda reprimida muito grande nos centros de saúde e nos hospitais que foi só aumentando”, conta a profissional.

Anila explica que o serviço possuía três salas de audiometria, só que uma delas estava com um equipamento muito antigo e lento. “Nós demorávamos o dobro do tempo para realizar o exame nessa máquina. É um exame que pode demorar de 30 a 40 minutos, dependendo da idade do paciente. No equipamento antigo demorava mais de uma hora”, afirma.  

“A estratégia do projeto baseou-se em um cálculo que previu a redução da fila em mais de 30% para atingir um patamar razoável. Foi estipulada uma meta de 700 atendimentos distribuídos em seis meses. E nós atingimos”, comemora. Além disso, com os novos equipamentos adquiridos e a ampliação na carga horária dos profissionais, a capacidade de exames que serão entregues pela Apascamp se manterá superior ao que era realizado antes da intervenção do projeto.

Ela conta que a fila nunca vai ser zerada. “O que a gente quer é garantir um prazo de espera razoável, em que o diagnóstico e o tratamento não sejam prejudicados pelo tempo que o paciente ficou esperando”, afirma. “Esse novo fluxo garantirá que as pessoas continuem sendo atendidas de forma mais ágil ampliando-se os impactos a médio e longo prazo”.

Por Natália Rangel

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