Pesquisa apresenta um panorama sobre a filantropia e o investimento social privado na América Latina

Por: GIFE| Notícias| 06/07/2015

Quais são as principais motivações dos doadores? Quais são as principais práticas e operações filantrópicas? Que desafios e obstáculos estão colocados? Essas são algumas questões que buscam ser respondidas pelo novo estudo “Da Prosperidade ao Propósito – Perspectivas sobre a Filantropia e Investimento Social Privado na América Latina”, lançado pelo UBS em parceria com o The Hauser Institute For Civil Society da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

O estudo inclui uma visão geral sobre o tema, além de relatórios específicos do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Ela é resultado de uma série de entrevistas realizadas com 67 líderes filantrópicos, 25 especialistas e pesquisadores acadêmicos e uma pesquisa on-line com 81 entrevistados.

O material foi apresentado em um evento promovido em São Paulo, no fim de junho, que contou também com a presença do GIFE. O material está disponível no Sinapse do GIFE (clique aqui).

Kai Grunauer Brachetti, diretor de Filantropia e Investimentos Baseada em Valores da UBS, ressalta que, apesar as evidências nos  países latino-americanos de que os indivíduos e as famílias com patrimônio elevado estão cada vez mais interessados em converter uma parte dessa riqueza em capital filantrópico, há ainda relativamente pouco conhecimento empírico sobre a doação realizada. “Nós acreditamos que este estudo pode contribuir para fazer avançar a compreensão, prática e impacto da filantropia na América Latina, melhorando o conhecimento em torno de questões principais que venham das ferramentas e recursos que possam aumentar e fortalecer o impacto destas iniciativas”, disse em entrevista exclusiva ao GIFE.

Segundo Kai, uma das principais questões do estudo que surpreendeu os pesquisadores, está na diferença entre as atuais prioridades dos filantrópos e suas prioridades futuras. Isso porque, quando foram questionados a dizer quais eram as suas prioridades atuais, apresentaram temas habituais como  educação, saúde, artes e cultura etc. No entanto, quando perguntados sobre quais deveriam ser as prioridades futuras, outros assuntos apareceram no topo da a lista, como o empreendedorismo social e assuntos internacionais. “Isso pode ser um sinal de que a filantropia na América Latina está mudando e saindo de uma abordagem tradicional”, acredita o diretor da UBS.

Na avaliação da UBS, entre entre os principais avanços na área está o interesse genuíno para profissionalizar as iniciativas filantrópicas e medir o impacto das ações. E, entre os desafios ainda a serem superados, aparecem questões como a falta de confiança no setor sem fins lucrativos, a política fiscal e o meio ambiente desfavorável para estas práticas, a falta de modelos para servirem de base para as iniciativas e a incerteza na sociedade em geral sobre o papel e o impacto da filantropia.

A partir do estudo lançado, a UBS pretende realizar outras iniciativas, como a organização de um Relatório de Referência Global de Filantropia, para comparar os dados de todo o mundo, também a ser feito em colaboração com a Universidade de Harvard.

Em relação ao Brasil, Rai destaca que foi possível perceber durante o encontro realizado, o forte interesse entre todos os participantes para aumentar o papel da filantropia no Brasil, realizando as seguintes ações: demonstração de impacto, desenvolvimento na capacidade e confiança nas ONGs;  visibilidade às histórias de sucesso e criação de consciência sobre o que a filantropia pode desempenhar na sociedade.

Na avaliação de Beatriz Gerdau, presidente do Conselho de Governança do GIFE, o material traz um mapeamento interessante sobre o cenário na América Latina e, agora, o GIFE irá se aprofundar os dados sobre o investimento social familiar. “Vemos a importância de ajudar também a organizar as pequenas entidades familiares, a fim de que possam sair do modelo da caridade para uma filantropia mais estratégica”, comentou.

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