A Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Instituto Paulo Montenegro lançaram recentemente o Mapa das Crianças, Jovens e Adultos Fora da Escola. O levantamento envolveu organizações não-governamentais, sindicatos, grupos comunitários e escolas de todo o Brasil e teve como objetivo identificar as razões que levaram pessoas que nunca freqüentaram ou não completaram a educação básica a estarem fora da escola.

A iniciativa fez parte da Semana de Ação Global, promovida no Brasil pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação e que teve como focos a luta pelo cumprimento da legislação educacional e a necessidade de mais investimentos na educação pública. Foram distribuídos mais de 70 mil questionários, aplicados por estudantes, educadores, lideranças comunitárias e ativistas que aderiram à mobilização e fizeram a pesquisa em suas localidades.

Os resultados foram obtidos por meio da tabulação no sistema online do Ibope e análise de 12.604 questionários. A maioria dos entrevistados (87%) já passou pelos bancos da escola e acabou saindo antes de concluir o ensino básico, enquanto 39% abandonou as aulas entre a 1ª e a 4ª série e 29% entre a 5ª e a 8ª série. Apenas 8% saiu da escola no ensino médio e 5% na alfabetização de jovens e adultos.

Foi identificado que, quanto mais baixa a renda, maior é a dificuldade para a permanência na escola. Entre os motivos que levaram as pessoas a abandonarem os estudos estão a necessidade de trabalhar (38%), a falta de interesse (11%), a distância entre a escola e a casa (8%), problemas familiares e dificuldades financeiras (7%) e problemas de saúde ou dificuldade de aprender (4%).

Das pessoas que pararam de estudar, 48% afirmaram ter vontade de voltar e 36% disseram que não desejam retornar à escola. Questionadas sobre os motivos que fariam com que voltassem, elas indicaram a existência de vaga em escola próxima de casa, algum tipo de apoio financeiro (bolsa escola, bolsa trabalho) e oportunidade de trabalhar e estudar em horários compatíveis, ambos com 10% das respostas cada.

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