Prêmio Educador Nota 10 reconhece experiências inovadoras na Educação

Por: GIFE| Notícias| 22/09/2014

Em outubro, acontece mais uma edição do Prêmio Educador Nota 10. A iniciativa da Fundação Victor Civita (FVC), realizada em parceria com a Abril, a Globo e a Fundação Roberto Marinho, é um dos mais consagrados esforços de reconhecimento de educadores e gestores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental no Brasil. Em sua 17a edição, o prêmio selecionou mais uma lista de “Educadores Nota 10” entre cerca de 3.500 inscritos.

Os trabalhos refletem a riqueza de abordagens adotadas por professores em sala de aula, nas mais diversas disciplinas, de diversas regiões do Brasil. Os vencedores são premiados com um tablet e um vale-presente de R$ 15 mil cada um. Além disso, concorrem ao título de Educador do Ano, que será anunciado durante a cerimônia de premiação, no dia 20 de outubro, na Sala São Paulo. O profissional eleito e a escola onde o seu trabalho foi desenvolvido também ganham, cada um, um vale-presente no valor de R$ 5 mil.

Em toda a história da premiação, a FVC recebeu mais de 51 mil trabalhos de professores e gestores de todo o país. Ficamos muito felizes com esses resultados, principalmente porque mostram que o Prêmio Educador Nota 10 tem cumprido sua missão de valorizar e divulgar experiências educativas de qualidade, realizadas por professores e gestores em salas de aula de todo o Brasil”, afirma Angela Dannemann, diretora executiva da Fundação Victor Civita.

De acordo com a coordenadora pedagógica da FVC, Regina Scarpa, o prêmio é uma grande vitrine para as boas práticas pedagógicas desenvolvidas Brasil afora. “Existem muitos professores excelentes nas escolas brasileiras, bem como gestores, só que o ótimo trabalho deles muitas vezes fica restrito à sala de aula, quando muito à unidade escolar em que ele atua. É muito importante socializar essas boas práticas e disseminá-las pelo Brasil.”

Elisangela Carolina Luciano, professora de Mogi Guaçu (SP), vencedora da 16ª edição do Prêmio Educador Nota 10, ainda se emociona ao lembrar sua trajetória até ser reconhecida em uma iniciativa dessa grandeza. “Moça pobre do interior, por natureza, segue para o magistério. Não tinha sonho de ser professora, mas depois que comecei a dar aula, eu me encantei. A pedagogia foi uma escolha consciente e hoje são mais de dez anos no Ensino Fundamental.”

A educadora foi a grande vencedora do ano passado devido a um projeto que conseguiu alfabetizar todos os seus alunos do 1º ano do Ensino Fundamental em apenas seis meses. Para alcançar sua meta, Elisangela inovou aproveitando um hortifrúti próximo à escola para incentivar os pequenos a criar placas com o nome, preço e informações nutricionais sobre vegetais.

Ela explica que já se sentia valorizada em sua escola e em sua comunidade e que o prêmio serviu como um modo de descobrir uma maneira de traduzir, na prática, o conhecimento teórico que vinha estudando.

Estratégia e processo de seleção

Criado em 1998, o Prêmio Educador Nota 10 mobiliza mais de 3000 mil educadores a cada edição – incluindo professores, gestores escolares e coordenadores pedagógicos, de diversos segmentos de ensino. Até chegar à lista dos 10 premiados, os projetos passam por um criterioso processo seletivo.

Uma comissão selecionadora, composta por profissionais da Educação, especialistas nas diversas disciplinas, analisa todos os trabalhos recebidos e, entre eles, são escolhidos os 50 finalistas. Na sequência, são definidos 20 premiados e, finalmente os dez Educadores Nota 10. Ao longo das 17 edições, mais de 180 educadores já foram reconhecidos.

De acordo com Angela Dannemann, diretora executiva da FVC, todo o trabalho foi pensado para valorizar experiências que sejam realmente transformadoras e impactem a qualidade da educação – ponto-chave na estratégia de investimento social da Fundação Victor Civita.

Tomando o cuidado para cumprir com um rigoroso processo de seleção, a organização cumpre com o objetivo da inicativa: identificar, valorizar e divulgar experiências educativas de qualidade, planejadas e executadas por professores, diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais em escolas de ensino regular.

Tudo começa com o professor planejando um projeto ou uma ação em sua escola ou comunidade. O trabalho precisa ser detalhadamente registrado, valorizando a riqueza de detalhes do processo e como os alunos estão acessando o conhecimento. O processo de inscrição acontece online, no site do prêmio, mesmo espaço onde o interessado pode encontrar o detalhado regulamento do prêmio.

Finalizadas as inscrições, todos projetos são avaliados por especialistas. Qualquer dúvida pode ser checada diretamente com os concorrentes. Outros registros podem ser solicitados – tudo para avaliar a validade das informações enviadas. Na sequência, os pré-selecionados passam por uma espécie de chamada oral, via telefone, para aprofundar detalhes da iniciativa.

Na fase seguinte da avaliação, os trabalhos selecionados são avaliados pela coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, Regina Scarpa, e pelos selecionadores das outras áreas. Os finalistas são definidos, finalmente, em uma grande reunião de dois dias com toda a equipe da FVC. Só nesse momento é fechada a lista dos 10 vencedores.

Para Victor Civita Neto, presidente Fundação Victor Civita, o trabalho vem cumprindo seu objetivo a cada ano, mobilizando educadores do Brasil inteiro em prol da qualidade na educação. “Nós temos que cobrar das escolas que elas sejam maravilhosas. Então, a gente acha que precisa se mobilizar mais, porque nós acreditamos que a educação é o mais importante”, afirma.

Conheça os vencedores desse ano:

Professora: Ana Cláudia Santos

Disciplina: Língua Portuguesa – 6ª ano

Trabalho: “O povo conta”

Cidade: Santo Antônio do Monte – MG

A leitura e produção de contos populares em verso e prosa foi o tema escolhido pela professora Ana Claudia para trabalhar com os estudantes do 6º ano. Os alunos tiveram que pesquisar com familiares causos e contos tradicionais orais típicos da região. Para ampliar o repertório da turma, a educadora apresentou uma vasta coletânea de textos da tradição oral, como o cordel Vaca Estrela e Boi Fubá, de Patativa do Assaré, o conto A panela do diabo, de Pedro Bandeira, e O olho torto de Alexandre, de Graciliano Ramos. Com estes recursos, a classe fez uma reflexão consistente sobre as diferenças entre a fala e a escrita e o uso adequado dessas variações de acordo com a situação. No final do trabalho, as histórias foram registradas e, mais tarde, reescritas para serem publicadas em uma pequena coletânea no formato de e-book.

Professora: Andréa de Fátima Dias Tambelli

Disciplina: Matemática – 2º ano

Trabalho: “O trabalho com medidas”

Cidade: São Paulo – SP

A professora Andréa explorou, junto à turma do 2º ano, instrumentos de medidas e resolução de situações-problema para uso do sistema de medidas convencionais ou não convencionais. Durante as atividades, as crianças colocaram em prática e ampliaram os conhecimentos que já possuíam. O processo se deu em duas etapas: primeiro, os estudantes realizaram, em grupo, uma série de estimativas sobre medidas que envolviam a preparação de cinco receitas simples. Depois, foram desafiados a adaptar uma receita de bolo, dobrando e dividindo ao meio a quantidade de ingredientes para que ela se adequasse a dois públicos em especial: uma classe com o dobro e outra com a metade de alunos que a deles.

Professora: Angela Maria Vieira

Disciplina: História – 6º ano

Trabalho: “Os guardiões dos sambaquis”

Cidade: Joinville – Santa Catarina

A professora Angela abordou o tema `História antiga brasileira’ relacionando ao estudo dos sambaquis (sítios arqueológicos em que se encontram restos de conchas, ossos, objetos de pedra e cerâmica, entre outros) da região próxima à escola, no litoral de Joinville. No local, estão catalogados quatro sambaquis considerados patrimônios arqueológicos, apesar de estarem total ou parcialmente destruídos devido à pavimentação e à exploração imobiliária e ao uso das conchas para a fabricação de cal. Por meio de uma parceria com a equipe do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, a professora aprofundou o estudo com as crianças e ainda organizou um material de divulgação para informar e conscientizar a população sobrea preservação desses locais.

Professor: Emanuel Alves Leite

Disciplina: Arte – 9º ano

Trabalho: “Lugar de circo é na escola”

Cidade: Macau – RN

Aproveitando a curiosidade dos alunos em relação à cultura do circo, o professor de arte, que também é artista circense, explorou esse tema com a turma do 9º ano. Emanuel escreveu uma apostila sobre a história do circo e mostrou vídeos de palhaços tradicionais, espetáculos ambulantes e do Cirque de Soleil. Após o estudo e a pesquisa, o educador incentivou cada estudante a criar e representar o seu próprio palhaço, disponibilizando oficinas de figurino, maquiagem e interpretação. Desta forma, a classe construiu conhecimento sobre o palhaço e o circo popular e, ao final do processo, foram apresentados esquetes pelas ruas de Macau.

Professora: Mara Elizabeth Mansani

Disciplina: Alfabetização – 1ª ano

Trabalho: “Escrevendo com lenga-lenga”

Cidade: Sorocaba – SP

A professora Mara desenvolveu um contexto didático para seus alunos do 1º ano avançarem na compreensão do sistema de escrita e aproximá-los do processo de composição de um texto. Ela escolheu as lenga-lengas (textos construídos com frases curtas, geralmente rimadas e com repetições de palavras) para trabalhar com a turma. Depois de mostrar alguns exemplos desse tipo de narrativa, as crianças escreveram, em pequenos grupos, lenga-lengas originais. O final do trabalho culminou na publicação das composições, que foram ilustradas em livros.

Professora: Maria da Paz Melo

Disciplina: Arte – 4º ano

Trabalho: “O de dentro e o de fora: o desenho como expressão”

Cidade: Santa Rita do Sapucaí – MG

“Faça um desenho como você vê dentro da sua cabeça e não se preocupe se ficar diferente. A intenção é que ele tenha a sua cara.” Esse foi o pedido de Maria da Paz aos alunos de 4° ano que apresentavam desenhos fracos e diziam não saber fazer isso. A partir daí, os alunos realizaram diferentes atividades com uma grande diversidade de materiais disponíveis na zona rural, onde se localiza a escola, como troncos, pedras, galhos e folhas, que se tornaram elementos importantes para a criação. Depois de apreciarem referências trazidas pela professora, as crianças fizeram esculturas e desenhos delas, de vários ângulos, passaram para o papel a sombra que os galhos faziam no chão, entre outras obras. No final do processo, a turma ampliou seu repertório gráfico e suas possibilidades artísticas.

Professora: Marlene Garcia Alves

Disciplina: Matemática – 8º ano

Trabalho: “Construções no plano cartesiano”

Cidade: Apucarana – PR

Para desenvolver o conteúdo de geometria analítica no 8º ano, a professora Marlene criou uma proposta didática em que a turma aprendeu a localizar coordenadas nos mapas geográficos e pares ordenados no plano cartesiano. O método escolhido pela educadora permitiu que a classe analisasse e investigasse conceitos geométricos. Inicialmente, os estudantes desenharam figuras geométricas simples e depois passaram a usar o plano cartesiano para construir fachadas das casas. Nessa etapa, os alunos trabalharam com autonomia, apresentando construções com aspectos artísticos interessantes, que foram exibidos em uma mostra cultural.

Professora: Monique Godoi Gomes Lescura

Disciplina: Geografia – 8º ano

Trabalho: “Desastre natural: informar para prevenir”

Cidade: Lorena – SP

Com objetivo de ampliar as noções que a turma do 8º ano tinha sobre desastres naturais, a professora Monique criou diversas atividades que tematizaram a caracterização, tipologia e distribuição espacial destes fenômenos. Os alunos realizaram pesquisas na internet e de campo, o que incluiu registros fotográficos, seminários, produções de texto e análises de gráficos. Além disso, os estudantes também visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para conhecer o uso de geotecnologias na previsão e monitoramento de desastres naturais. Com isso, a educadora conseguiu relacionar a ocorrência de desastres naturais ao cotidiano dos alunos que, normalmente, os associam apenas a fatos veiculados pela TV, algo longe de sua realidade.

Professora: Paula Aparecida Sestari

Disciplina: Educação Infantil – Pré-escola

Trabalho: “Baía da Babitonga: nosso berçário natural”

Cidade: Joinville – SC

Com um manguezal vizinho à escola em que leciona, em uma região da periferia de Joinville, a professora Paula tratou da importância e das características deste ecossistema com a pré-escola. Por meio de conversas, leituras, observações, construções tridimensionais e de vivências, as crianças aprenderam sobre aquele ambiente. A turma também assistiu a vídeos, fez pesquisas sobre a região, fez diversas visitas de campo e montou uma maquete do manguezal. Por fim, com a colaboração da comunidade e a pedido da classe foi construído um “observatório” para que todos pudessem observar o manguezal do pátio da escola.

Professora: Renata Maria Pontes Cabral de Medeiros

Disciplina: Língua Portuguesa – 4º ano

Trabalho: “As mil e uma noites”

Cidade: Ituverava – SP

A professora Renata organizou um trabalho sistematizado de leitura com o 4º ano, com o objetivo de ampliar o repertório da classe sobre o gênero de aventura. Para isso, foram realizadas várias atividades de escrita: coletivas, em duplas e depois textos individuais. Durante todo o processo, a educadora reforçou a necessidade de se planejar o conteúdo e a forma de um texto antes de escrevê-lo e também promoveu a análise da escrita e fez revisões para aprimorar a produção. No final, as crianças elaboraram contos de aventura, com base nas histórias das Mil e uma Noites.

Com informações da Fundação Victor Civita.

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