Projeto complementa renda de professores pelo sucesso de seus alunos

Por: GIFE| Notícias| 27/08/2001

Acaba de ser lançado no Rio de Janeiro o Prova de Êxito– Programa de Bonificação de Professores por Bom Desempenho. Iniciativa do Instituto Multiplicar, o projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Viva Rio, a Telemar e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, entre outros.

A diretora executiva do Instituto Multiplicar, Ângela Cristina Dannemann, falou ao redeGIFE sobre a iniciativa.

redeGIFE – Em que consiste o projeto?
Ângela Dannemann – Este é um programa de estímulo à educação de jovens e adultos de 15 a 29 anos, para que concluam o ensino fundamental e médio. Nossa intenção é reconhecer a manutenção e o sucesso destes estudantes na escola como reflexo de um bom trabalho desenvolvido por seus professores. Para isto, oferecemos um bônus em dinheiro, ao final do ano, aos que conseguiram manter seus alunos e os premiamos por aqueles que obtiveram as melhores notas em uma avaliação externa.

redeGIFE – De quanto é este bônus?
Ângela – O professor recebe até cem reais por estudante formado com melhor desempenho em um ranking geral. No total, são destinados mais de 700 mil reais para a concessão do bônus a estes professores.

redeGIFE – Por que foi escolhido este público de 15 a 29 anos?
Ângela – No Brasil já existem muitas iniciativas para a educação de jovens e adultos, mas a maioria delas está voltada para a alfabetização e primeira a quarta série do ensino fundamental. São ações muito importantes, mas não queremos que os estudantes parem por aí, até porque desejamos ajudar a melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que considera, entre outras coisas, a quantidade de anos passados na escola. Também foi destacada esta faixa etária porque, se ela for formada, será mais facilmenteabsorvida pelo mercado de trabalho.

redeGIFE – Os professores devem utilizar uma metodologia específica?
Ângela – Não obrigatoriamente, mas nos aliamos a organizações capazes de apoiar e capacitar os professores. No Ceará, onde aconteceu o projeto piloto, trabalhamos com a Fundação Roberto Marinho, que também estará conosco no Rio de Janeiro.

redeGIFE – Quais os resultados obtidos com o projeto piloto?
Ângela – Ele foi realizado no Estado do Ceará, ao longo do ano de 2000 e início de 2001, dentro do projeto do governo estadual denominado Tempo de Avançar, destinado à eliminação da defasagem escolar de jovens e adultos. Em parceria com a Brasil Telecom, a Telemar, a Companhia Vale do Rio Doce e o Citibank, foram bonificados os professores dos 50 mil melhores alunos do projeto. O valor médio do bônus foi de 2 mil reais, em um estado em que o salário mensal dos professores do Ensino Fundamental é de cerca de 400 reais. O resultado deste estímulo extra ao professor foi que uma visível redução da evasão escolar. Mais do que isso, acreditamos que não estamos apenas produzindo estatísticas numéricas, mas estimulando processos de educação de qualidade.

redeGIFE – Quais os maiores desafios enfrentados na execução do projeto e quais os próximos passos?
Ângela – Um dos maiores desafios é a obtenção de informações sobre os professores e os alunos, quem são, onde estão e como se comportam frente a iniciativas desta natureza. Outro é a manutenção da qualidade, principalmente no que diz respeito ao apoio oferecido aos professores. Então, em termos de próximos passos, além de estarmos ampliando o programa para Goiás e Mato Grosso do Sul, estamos construindo um banco de provas e exercícios que poderão ser utilizados pelos governos municipais e estaduais e desenvolvendo uma espécie de fórum de orientação, pela internet, que servirá como ferramenta de apoio para professores e alunos.

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