Projeto Mudando a História
Por: GIFE| Notícias| 29/11/2004Nome da organização: Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
Qual a missão da organização? Promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania da criança e do adolescente.
Qual(is) a(s) área(s) temática(s) da organização? Direitos da criança e do adolescente referentes à vida, saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar e comunitária.
Qual(is) o(s) principal(is) público(s)-alvo da organização? Crianças, adolescentes e jovens.
IDENTIFICAÇÃO DO CASO DE PARCERIA
Caso de parceria: Projeto Mudando a História
Data do início da parceria (mês e ano): Janeiro de 2001
A parceria está: Em andamento
DADOS DO CASO DE PARCERIA
Resumo da parceria:
Justificativa da parceria e do projeto:
Para elaboração deste projeto, a Fundação Abrinq partiu de dados sobre a realidade dos adolescentes e jovens brasileiros de 13 a 24 anos, que hoje representam 41 milhões de pessoas. Embora muitos indicadores sociais mostrem avanços, a situação da juventude brasileira ainda é bastante difícil.
- A desigualdade na distribuição de renda compromete o presente e o futuro de crianças, adolescentes e jovens. O 1% mais rico da população acumula o mesmo volume de rendimentos dos 50% mais pobres. Os 10% mais ricos ganham 18 vezes mais que os 40% mais pobres. Essas relações sofreram poucas mudanças nos últimos dez anos . Em 1999, 20% dos jovens de 15 a 17 anos (cerca de 2 milhões) viviam em famílias com renda de até meio salário mínimo (R$120 – US$ 40) per capita;
- A gravidez na adolescência atinge uma em cada quatro mulheres com menos de 19 anos;
- Cerca de 7 milhões de jovens de 15 a 17 anos não estudam ou não chegaram ao ensino médio. Apenas cerca de 33% adolescentes de 15 a 17 anos freqüentam o ensino médio;
- Entre os 7 milhões de jovens de 18 e 19 anos de idade apenas 50,3% estudam e, entre os 16 milhões de jovens de 20 a 24 anos, a proporção cai para de 26,5%;
- Entre adolescentes de 15 a 19 anos, 68% das mortes são provocadas por causas externas – acidentes de trânsito, homicídios e suicídios;
- A taxa de analfabetismo brasileira atinge 10,9% da população com mais de 10 anos , o que significa que 13 milhões de crianças, jovens e adultos não são alfabetizados, sem considerarmos aqueles que passaram por algum processo de escolarização, mas que não entendem o que estão lendo (analfabetismo funcional);
- Segundo a pesquisa “”Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional – 2003″” , apenas 25% dos brasileiros entre 15 e 64 anos demonstram habilidades plenas de leitura e escrita. Ou seja, 75% (cerca de 78 milhões) dos brasileiros entre 15 e 64 anos estão distantes da condição de leitor, com habilidades para acessar textos mais complexos.
Somente nos últimos anos alguns setores da sociedade começaram a se preocupar em assumir uma postura diferenciada frente às questões da juventude e passaram a pensar em projetos com jovens e não para jovens. Pensar projetos com jovens pressupõe que eles façam parte da ação, que possam estar incluídos como agentes e não apenas beneficiários.
Nesse sentido, propor ações onde os jovens possam criar uma identidade de grupo, trocar experiências saudáveis e perceber que são agentes de transformações positivas é fundamental. Para conseguir seu pleno desenvolvimento o adolescente precisa de espaços onde possa conviver com seus amigos, reforçar sua aprendizagem, gastar sua energia, se divertir e exercitar a criatividade.
A ação direta do jovem em sua comunidade contribui para construção de uma cidadania participativa. O jovem só se envolve quando é considerado sujeito de sua ação, empenhando seu potencial para criar e assumir responsabilidades. Na medida em que se torna agente de transformações, ele pode desenvolver sua autonomia, melhorar sua auto-estima e contribuir para o fortalecimento social.
Outro aspecto a ser levado em conta é o envolvimento de jovens de diferentes contextos sociais, de diferentes lugares, culturas e classes sociais. Possibilitar que trabalhem juntos, que se encontrem e troquem experiências contribui para que eles descubram interesses comuns e percebem que, apesar das diferenças, podem trabalhar para alcançar objetivos comuns.
A International Youth Foundation (IYF) tem como organização parceira, no Brasil, a Fundação Abrinq, e possibilitou a aproximação com o programa Make a Connection da Nokia, que viabiliza para jovens uma oportunidade de “”conectar-se”” com suas comunidades, seus familiares, seus pares e consigo mesmos através de ações educativas e desenvolvimento de habilidades para a vida – o que lhes permite também contribuir positivamente em suas comunidades.
O Projeto Mudando a História nasceu do encontro entre os três parceiros – Nokia, IYF e Fundação Abrinq – em 2001, aprimorando experiências anteriores da Fundação Abrinq na formação de jovens mediadores de leitura. Tendo em vista os resultados positivos dessas ações, ele foi desenhado com dois diferenciais em relação aos projetos antecedentes:
- Unir jovens de contextos sociais e econômicos diferentes para que trabalhassem juntos;
- Formar jovens como multiplicadores, ou seja, além de atuarem lendo para crianças, os jovens também se tornassem formadores de outros jovens e/ou pessoas mediadoras de leitura.
O Projeto Mudando a História oferece oportunidade de engajamento aos jovens, em uma ação cultural que contribui para a formação de crianças leitoras, num importante processo de inclusão social. Considera relevante que o jovem possa sentir-se protagonista dessa intervenção, possibilitando transformações na sua vida e na das crianças. Além disso, propõe a formação de multiplicadores potencializando o número de mediadores e, conseqüentemente, de novos leitores, ação que se pretende sucessiva e em cadeia.
A ação cultural contribui para o desenvolvimento geral e educacional e pode ser facilitadora do processo de alfabetização, embora o foco do trabalho dos jovens não seja a alfabetização. Cultura e educação são áreas que se complementam e se ajudam. As crianças que desde cedo entram em contato com o mundo dos livros e da leitura ficam muito mais estimuladas a aprender a ler, a escrever e adquirem maior capacidade de abstração, da mesma forma que ao entrar em contato com um novo brinquedo ou um novo jogo, querem conhecer suas regras e seus segredos.
O Projeto Mudando a História propõe justamente isto: incluir as crianças no mundo da leitura através de uma ação cultural que possa ocorrer em qualquer espaço social, seja a família, a escola, a creche, o hospital. Incluir as crianças sem esperar que elas respondam imediatamente com um produto ou resultado. É dessa forma que a maioria do aprendizado ocorre na vida das pessoas. Do mesmo modo ocorre com a leitura.
Formar jovens como mediadores de leitura e como multiplicadores permite sua ação direta na comunidade, o que contribui para construção de uma cidadania participativa. O jovem só se envolve quando é considerado sujeito de sua ação, empenhando seu potencial para criar e assumir responsabilidades. Na medida em que se torna agente de transformações, o jovem pode desenvolver sua autonomia, melhorar sua auto-estima e contribuir para o fortalecimento social.
Objetivo geral:
- Fortalecer e disseminar a concepção de jovem como agente de intervenções e transformações sociais positivas.
Objetivos específicos:
- Aprofundar o conhecimento dos jovens e organizações parceiras sobre a formação de grupos de mediadores de leitura;
- Fortalecer a relação entre os jovens, suas organizações e sua comunidade;
- Promover o intercâmbio e a identificação entre grupos de jovens de diferentes contextos sociais;
- Contribuir com conhecimento para a formulação de políticas e propostas na área da juventude.
Proposta e descrição das atividades:
O Projeto Mudando a História forma jovens de 13 a 25 anos para atuarem como mediadores de leitura e multiplicadores dessa ação. Esses jovens, estudantes de escolas públicas e particulares, universitários, participantes de projetos e organizações não-governamentais vão mediar a leitura para crianças que freqüentam creches, escolas de educação infantil ou instituições de atendimento direto à infância em situação de risco.
- Para ser mediador de leitura, o jovem participa de uma formação de 40 horas e de supervisões mensais. Dessa forma, ele aprende a planejar sua ação com um grupo de crianças e passa a ler semanalmente para elas, acompanhando o seu desenvolvimento;
- O multiplicador é o jovem que já tem experiência como mediador de leitura e deseja formar novos mediadores. O Projeto Mudando a História oferece a esse jovem uma formação específica para que se torne multiplicador. Depois de formado, o multiplicador elabora um projeto de formação e de acompanhamento e planeja as ações necessárias para mobilizar outros jovens e instituições.
Os jovens, principais atores do Mudando a História, participaram da avaliação do projeto em 2003 e levamos em conta suas sugestões para planejar a continuidade. Além de terem avaliado os resultados para as crianças, eles contribuíram com idéias que dizem respeito ao trabalho deles próprios, a possibilidade de ampliação e maior divulgação do projeto e uma melhor comunicação entre os participantes. Portanto, a proposta de continuidade está estruturada nas seguintes linhas de ação:
a) Ampliar a formação de multiplicadores e mediadores de leitura
A formação dos multiplicadores será intensificada e, a partir desta nova fase, todos os mediadores de leitura serão formados pelos multiplicadores, que terão maiores subsídios, capacitação e acompanhamento da equipe do projeto e de suas organizações para que realizem projetos em diferentes espaços e ampliem o número de jovens envolvidos e crianças beneficiadas.
Vários exemplos demonstraram que a ação multiplicadora dos jovens é um dos aspectos mais importantes do projeto. Do ponto de vista quantitativo, investir na multiplicação é uma das formas eficientes de se dar escala e divulgar o projeto e, do qualitativo, amplia a participação dos jovens na sua comunidade. Todos os jovens continuarão a atuar voluntariamente em todas as ações do projeto. Os mediadores lerão para crianças em creches, escolas, locais públicos etc., de acordo com a sua disponibilidade.
b) Ampliar a formação das organizações sociais para o trabalho com jovens
A parceria com as escolas e organizações é bastante produtiva e a ação do projeto se concretiza através destas instituições, que selecionam os jovens, dão apoio e acompanhamento para que realizem, tanto a mediação de leitura quanto as multiplicações.
No entanto, percebemos algumas dificuldades no trabalho com as organizações e, independente de que tipos sejam – escolas públicas ou privadas, organizações sociais – a maioria apresenta dúvidas e questionamentos quanto ao trabalho a ser desenvolvido com os jovens. Existe uma grande diferença de concepção de juventude e de propostas para os jovens. Nem sempre as organizações pensam em projetos com os jovens e sim para eles. Muitas apresentam dificuldades de lidar com a autonomia e com as questões mais específicas dessa faixa etária.
Tendo formado uma rede que envolve 60 organizações, consideramos importante o projeto potencializar a troca de informações e a construção de conhecimento desta rede de parceiros que se propõe a trabalhar com jovens. A proposta do projeto é criar um espaço de discussão e formação com as organizações parceiras, que terá por objetivo ampliar o intercâmbio de experiências entre as organizações, construir conhecimentos e discutir as diversas concepções de juventude, criar propostas de trabalho com jovens, aprofundar o conhecimento sobre formação de mediadores e multiplicadores. Esta formação ocorrerá de forma sistemática com a participação de profissionais de cada organização parceira. A partir dessas discussões o conhecimento será sistematizado e divulgado.
Dentre as organizações parceiras, algumas atuarão como organizações pólo, com a função de centralizar informações, contribuir com a divulgação do projeto, ampliar a rede de organizações parceiras, agrupar jovens de diferentes organizações para realizarem multiplicações e mediação de leitura e dar suporte aos jovens nas suas ações e projetos.
c) Trabalhar com a diversidade
A diversidade de jovens envolvidos no Projeto Mudando a História é uma de suas principais características. Os jovens participantes são de diferentes lugares, culturas e classes sociais. Possibilitar que trabalhem juntos, que se encontrem e troquem experiências foi um dos aspectos mais importantes na primeira etapa, segundo os próprios jovens.
Na próxima fase, a proposta é continuar incluindo jovens de diferentes contextos sociais. Trabalhar com a diversidade pressupõe expor os jovens a situações onde percebam as diferenças e semelhanças entre as pessoas, lidar com conflitos e desenvolver a tolerância.
d) Ampliar a discussão e o intercâmbio com setores da sociedade que trabalham com jovens e que fazem políticas públicas
Trabalhar com as organizações parceiras na construção de conhecimentos sobre juventude também implicará na busca de parcerias e maior divulgação do projeto para setores que desenvolvem políticas públicas e organizações não-governamentais que elaboram propostas para a juventude.
Esta ação se dará através de um maior esforço da área de comunicação, da elaboração de textos e materiais com o conhecimento produzido no projeto, na participação dos jovens, das organizações parceiras e da equipe do projeto em seminários, congressos e outros eventos.
e) Dar continuidade e fortalecer as parcerias com o setor público
Desde 2002, várias parcerias foram estabelecidas com secretarias de governo municipais e/ou estaduais, em São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, que resultaram em maior escala e amplitude da ação dos jovens. Essas parcerias devem ser ampliadas e servir de base para o aprendizado e a disseminação da metodologia e dos conceitos de trabalho com jovens.
Apesar de estar conquistando espaços importantes da sociedade para levar a proposta do projeto, estas parcerias ainda necessitam de fortalecimento e atuação contínua e inovadora.
f) Formar jovens para implementar e ampliar ações de comunicação
O Projeto Mudando a História, desde 2001, formou jovens como documentaristas que realizaram um site, fotos e um vídeo sobre o projeto. Além disso, eles criaram Comissões de Comunicação e Integração que já tinham, em sua essência, a idéia de desenvolver estratégias de comunicação.
Na continuidade, iremos ampliar e dar maior suporte para que grupos novos e antigos desenvolvam, conjuntamente, essas ações. Os próprios jovens identificaram a necessidade de melhorar e ampliar a comunicação entre si e com a comunidade em geral.
Metas do projeto (2004-2007):
a) Número de beneficiários diretos
60 organizações parceiras
500 jovens participando das formações de multiplicadores
5.000 jovens mediadores de leitura, formados pelos multiplicadores
50.000 crianças beneficiadas pelos mediadores
b) Número de beneficiários indiretos
7.500 famílias dos jovens
50.000 famílias das crianças beneficiadas
50 organizações sociais e escolas beneficiadas pelos jovens mediadores
c) Outros resultados esperados
Criação de um site pelos jovens e de um informativo periódico, conectando via internet os grupos das diversas cidades participantes do projeto;
Formação das organizações sociais para que desenvolvam projetos e programas de qualidade com adolescentes e jovens.
Quais os principais resultados já alcançados pela parceria?
Na implantação do projeto, os resultados esperados para o período de 2001-2003 eram os seguintes:
- Equipe técnica do projeto formaria 320 jovens de 15 a 25 anos como mediadores de leitura e como multiplicadores desta formação para outros jovens;
- Jovens multiplicadores formariam 960 jovens mediadores de leitura;
- 19.200 crianças e adolescentes em situação de risco social, de 0 a 14 anos de idade, seriam diretamente beneficiadas pela mediação de leitura;
- Produção de um vídeo sobre processo e resultados do trabalho
Os resultados apontados na avaliação, referentes aos mesmos itens, ao final de 2003 são os seguintes:
- Equipe técnica do projeto formou 339 jovens como mediadores de leitura e como multiplicadores desta formação para outros jovens;
- Jovens multiplicadores formaram 2.120 jovens mediadores de leitura;
- 27.813 crianças e adolescentes em situação de risco social, de 0 a 14 anos de idade, foram diretamente beneficiadas pela mediação de leitura;
- Foram produzidos três vídeos sobre processo e resultados do trabalho; um deles venceu o concurso internacional promovido pelo programa Make a Connection e pode ser visto no site www.makeaconnection.org
Número médio de livros lidos pelos jovens no período de um ano: abril de 2002 a março de 2003
Lidos a pedido da escola | ||
Lidos por escolha própria | ||
Lidos na mediação de leitura – Projeto Mudando a História | ||
Total |
Média: Livro/habitante/ano
Estados Unidos – 11 livros per capita/ano
França – 7 livros per capita/ano
Brasil – 2,4 livros per capita/ano*
(*) Fonte: Ministério da Cultura In “”As políticas do Livro”” de Ottaviano De Fiori – Sec. de Política Cultural do Ministério da Cultura – 2001
O Ministério da Cultura calcula a média de livros por habitante a partir do número de livros vendidos naquele ano no país, o que, diferentemente da pesquisa realizada com os jovens mediadores de leitura, não garante que os livros foram de fato lidos.
Além desses resultados quantitativos, muitos resultados qualitativos e aprendizados foram demonstrados na avaliação do Projeto Mudando a História. Os jovens mudaram sua postura em relação à leitura e a aprendizagem, mudaram seu comportamento, adquiriram novos conhecimentos e atitudes positivas em seu desenvolvimento pessoal, além de demonstrar uma grande capacidade multiplicadora.
O projeto iniciou suas ações em São Paulo, foi implantado em outras duas cidades onde há fábricas da Nokia (Manaus e Rio de Janeiro) e também se expandiu para Santos e Ribeirão Preto.
Um impacto importante da ação dos jovens foi o convite para que os multiplicadores de São Paulo formassem como mediadores de leitura os bolsistas de um grande Programa Social da Prefeitura, o Programa Bolsa Trabalho. A parceria se consolidou e 40 multiplicadores do Projeto Mudando a História formaram e estão acompanhando 400 jovens moradores dos distritos mais pobres da periferia de São Paulo. Estes 400 novos mediadores recebem um benefício em dinheiro da Prefeitura e estão realizando a mediação de leitura em creches, escolas públicas, bibliotecas e organizações sociais, beneficiando mais 14 mil crianças.
A parceria possui instrumentos de avaliação?
Foram criadas várias estratégias para que os jovens se sentissem preparados e seguros para avaliar sua própria evolução como participantes do Projeto, como também as mudanças observadas nas crianças, outros jovens e nas comunidades nas quais e com quem atuam.
Foi construída uma Matriz de Avaliação do Projeto Mudando a História com o objetivo de nortear o desenvolvimento do processo avaliativo e permitir a montagem de um sistema de avaliação contínuo do Projeto. Essa matriz foi elaborada pela equipe de coordenação do Projeto, da Fundação Abrinq e uma consultoria externa.
A leitura e reflexão do planejamento já existente, das avaliações internas e externas realizadas e da farta documentação do Projeto permitiram definir os resultados esperados, os indicadores quantitativos e qualitativos a serem monitorados, procedimentos, instrumentais, cronograma de trabalho e os responsáveis por sua operacionalização dentre os membros da equipe de técnicos.
Houve um grande empenho em resgatar o conhecimento já construído pelos integrantes do Projeto, para se ter um olhar da sua evolução no tempo.
A equipe de coordenação da pesquisa avaliativa compilou e analisou os dados existentes desde a implantação do PMH em março de 2001 e criou novos procedimentos e instrumentais para coletar e aprofundar os dados da ação realizada no ano de 2003.
Para conhecimento das organizações sociais parceiras foi elaborado um quadro de caracterização com os dados atualizados.
Foi elaborado também o perfil dos jovens participantes do projeto através de pesquisa dos dados já existentes no projeto.
Os resultados da avaliação foram compilados em um relatório rico em dados e ilustrações que norteiam os próximos passos do Projeto Mudando a História.
Quais as três principais dificuldades enfrentadas pela parceria e como elas foram superadas?
Uma dificuldade de ambas as partes – Fundação Abrinq e Nokia – diz respeito à comunicação. Ainda que o Projeto Mudando a História tenha ocupado lugar na mídia (documentado em clipping), nos últimos três anos, as estratégias de divulgação ficaram aquém do desejado. Para superar esta dificuldade, algumas propostas estão sendo concretizadas:
1. Ao final de 2003, a Nokia no Brasil produziu kits para brindar seus parceiros, fornecedores e colaboradores, contendo uma pasta, um calendário de mesa e um livro de histórias ilustradas por Ziraldo. As histórias foram produzidas em oficina realizada com crianças e mediadores de leitura do Projeto Mudando a História;
2. A Área de Comunicação Estratégica da Fundação Abrinq, nos primeiros meses de 2004, já inseriu divulgação do Projeto, em especial sua atuação no programa municipal Bolsa Trabalho, no espaço semanal cedido pela Rádio Eldorado, em São Paulo, e em matérias de revistas semanais;
3. No projeto de continuidade, para o período 2004-2007, foi criada uma série de atividades denominadas “”Alumni””, que envolvem jovens que participam ou já participaram do Projeto. Inclui a criação de um site e de boletins (newsletters) periódicos que possibilitarão a troca de experiências de grupos de mediadores de leitura e multiplicadores de todo o país. Será dada ampla cobertura de imprensa ao lançamento do site produzido pelos jovens participantes de “”Alumni””. A princípio, estão previstos núcleos equipados para a participação no “”Alumni”” nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Ribeirão Preto. Os jovens receberão capacitação para elaborar e manter o site e os boletins, esperando-se que criem links com o site de Make a Connection. Por sua vez, a Nokia vem estudando a possibilidade de tradução para que os jovens brasileiros também interajam com os de outros países através do site www.makeaconnection.org.
Em seu entendimento, quais são as principais lições aprendidas na parceria que podem ser compartilhadas com os demais investidores sociais privados?
A Nokia (www.nokia.com) compromete-se a criar um impacto positivo sobre a sociedade, que vai além da tecnologia avançada, dos produtos e serviços que a empresa cria. Através de sua cooperação com a IYF e outros programas regionais filantrópicos e de responsabilidade social, a empresa prepara jovens para aproveitar oportunidades e possibilidades criadas pela economia global e pelos novos avanços tecnológicos. Tem sido um contribuinte regional ativo na causas da juventude e da educação por muitos anos, com o apoio voluntário de seus funcionários em uma série de programas em todo o mundo.
É fundamental o papel da International Youth Foundation (IYF), localizando parceiros executores do programa Make a Connection em cada país. Da mesma forma, investidores sociais privados devem firmar parcerias com organizações sociais que executem projetos conjuntos ou que os aproximem dos melhores executores potenciais.