Protagonismo juvenil fortalece desenvolvimento local

Por: GIFE| Notícias| 10/06/2013

Qual é a participação de jovens nos processos decisórios em relação ao desenvolvimento de suas comunidades? Como aproveitar a criatividade deste grupo em soluções para o controle social das políticas públicas?

Pensando no talento, competência e vocações dos jovens para estimular o desenvolvimento de base, a RedEAmerica, por meio do Bloco Brasil, desenvolveu o Programa Fundo Iniciativa Comum, para quebrar as barreiras das lideranças comunitárias cristalizadas nas comunidades e desenvolver o fortalecimento da democracia local e nacionalmente.

Com o convênio de algumas organizações do Bloco Brasil interessadas no desenvolvimento do tema juventude, o grupo identificou que poderiam utilizar seus recursos nos territórios de interesse de desenvolvimento, a fim de aumentar a capilaridade do investimento social no tema, fortalecendo a democracia por meio da renovação das lideranças locais.

No Brasil já há redes de coletivos de jovens com atuação relevante. Na região de interesse (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espirito Santo), 19 delas foram mapeadas. Dentre as que estavam mais alinhadas com o proposito do programa, 3 delas foram selecionadas por meio de edital. A partir daí, para aumentar a escalda de participação juvenil, a metodologia utilizada como elemento fundamental do jogo foi a autonomia.

As próprias redes criaram seus sub-editais para o financiamento de projetos desenvolvidos por coletivos. A autogestão desses sub-editais foi o primeiro desafio encontrados por esses jovens, que deveriam definir os pré-requisitos e diretrizes da seleção. Como resultado, o programa envolveu 22 projetos (saiba quais são), 270 jovens participaram efetivamente da execução e gestão dos projetos e cerca de 5.500 participantes se envolveram nos 4 Estados contemplados .
O resultado principal, porém, foi a qualificação do desenvolvimento de base já em andamento. Foi identificado uma melhora na capacidade administrativa-operacional dos projetos, bem como a melhora na capacidade de articulação dos jovens, a legitimidade social nas comunidades, a autonomia dos projetos e o fortalecimento da democracia. Houve uma seriedade e auto compromisso com as causas e execução dos projetos.

A experiência do Fundo Iniciativa Comum mostra como o investimento social em juventude pode ultrapassar os parâmetros de projetos em formação, seja em cidadania ou formação profissional. Apesar de ser uma área de interesse, juventude também é um público que tem um protagonismo do desenvolvimento de base.

Para o secretário-geral do GIFE, Andre Degenszajn, há um deslocamento do papel de como o jovem é entendido nos projetos desenvolvidos por investidores sociais. “Normalmente há um alinhamento entre a atuação da empresa e o lugar em que ela está inserida. O jovem está muito envolvido nesse desenvolvimento territorial, mas não mais como um beneficiário de uma ação e sim como protagonista do projeto”.

Segundo o Censo GIFE 2011, 15% dos respondentes atuam na área de formação de jovens, o que aponta uma queda em relação à pesquisa de 2009, no qual 60% dos respondentes trabalhavam com o tema. “Isso não significa que o investidor social não esteja trabalhando com jovens. Notamos um amento no desenvolvimento local, o que é uma pista de que as organizações têm atuado de maneiras transversais.”, explica Degenszajn.

Porém, para o diretor da Fundação Kellogg e pesquisador no tema, Rui Mesquista, a escala de participação juvenil ainda pode melhorar. “O exemplo da Iniciativa Comum ainda é uma exceção. Em sua maioria os processos de desenvolvimento são apenas compartilhados com a juventude. Tê-la liderando e coordenando processos é uma fronteira que deve ser ultrapassada. Ela deve liderar e também delegar a poder a ela concedida. Só assim reconstruiremos o conceito tradicional de juventude e fortaleceremos o desenvolvimento de base.”

Para saber mais sobre o Fundo Iniciativa Comum, clique aqui .

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