Publicação mostra como aproveitar recursos para enfrentar as mudanças climáticas

Por: GIFE| Notícias| 22/09/2011

Com uma experiência acumulada na criação, gestão e assessoramento de 750 fundos, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) acaba de lançar o guia “A Incorporação dos Financimentos Climáticos através dos Fundos Nacionais para o Clima”. Originário do inglês Blending Climate Finance through National Climate Funds, o documento inspira-se na prestação de serviços realizada pelo órgão da ONU a mais de US$ 5 bilhões em contribuições obtidas a partir de múltiplos doadores.

Assim, a publicação traz um passo-a-passo para a criação de fundos nacionais relacionados ao clima, tornando-se um recurso essencial para legisladores, economistas, investidores e doadores envolvidos nas respostas nacionais ao problema.

Segundo Administrador-Assistente e Diretor de Políticas de Desenvolvimento do PNUD, Olav Kjorven, o programa proporciona aos governos uma receita para possam acessar mais recursos e melhorar a gestão das atividades relacionadas às mudanças climáticas. “Este manual pode mudar radicalmente a forma como o governo planeja, financia e cumpre as políticas relacionadas ao clima. Isso pode ser uma grande contribuição para um mundo mais limpo, justo e sustentável””, completou.

Mais de 50 fundos públicos internacionais, 45 mercados de carbono e seis mil fundos de capital privado ou private equity – mecanismo do mercado financeiro para compra de participação em empresas emergentes no mercado privado – fornecem bilhões de dólares para ações relacionadas às mudanças climáticas em âmbito nacional.

Entre 2009 e 2010, os investimentos do setor de energia limpa em todo o mundo cresceram 30%, atingindo um valor recorde de US$ 243 bilhões. No entanto, apenas cerca de um décimo desses investimentos saíram de países membros do G-20 e se destinaram a áreas altamente vulneráveis às mudanças nos padrões climáticos, como os países menos desenvolvidos e Estados insulares.

Entre os desafios para os países em desenvolvimento que procuram tomar medidas para financiar ações desse tipo estão a coleta de fundos a partir de centenas de fontes, a coordenação de atividades por elas financiadas e a contabilização de resultados. Um fundo climático nacional com objetivos claramente definidos, recursos, normas, relatórios e monitoramento os ajudaria a enfrentar esses desafios.

6 mil fontes de financiamento
Recentemente o PNUD lançou também o Catalysing Climate Finance (Catalisando o Financiamento do Clima), documento que aponta a existência de 6 mil fontes de financiamento ativas, como fundos públicos internacionais e mercados de crédito de carbono, para o investimento em “tecnologias verdes”.

Segundo o levantamento, embora os recursos sejam bastante concentrados em países desenvolvidos, essas opções podem e devem ser buscadas por nações emergentes. Daí o ponto de partida do documento ser “os recursos para controlar as mudanças climáticas devem ser bem distribuídos”.

“O fracasso em promover acesso justo para recursos de combate às mudanças climáticas para todos os países em desenvolvimento traria sérias consequências políticas, climáticas e econômicas”, afirma o guia. O texto avalia que “é uma prioridade chave” capacitar países de baixa renda para obtenção de “investimentos públicos e privados para resolver os problemas ambientais, que são cada vez mais urgentes”.

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