Qual candidato fala em Terceiro Setor?
Por: GIFE| Notícias| 30/08/2010Maria Elena Pereira Johannpeter*
As campanhas políticas são geralmente muito semelhantes. Mudam apenas os personagens. Como nós eleitores não temos a certeza de que o candidato fará o prometido, resta-nos apenas acreditar e depositar nosso voto de confiança. Entre os assuntos de destaque, afora os que estão na moda, escutamos sempre a educação, a violência, o desemprego, entre outros, mas alguém já escutou nessa época algum candidato falar em Organizações Sociais que representam o Terceiro Setor?
A sociedade é formada por três setores: governo (primeiro), empresas (segundo) e sociedade civil organizada em Causas (terceiro). Para se ter uma ideia, este último é formado por nada menos que 12 milhões de pessoas em nosso país e corresponde a 5% do Produto Interno Bruto brasileiro, segundo pesquisa da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. São mais de 300 mil Organizações Sociais. Apesar deste cenário, em todas as eleições, raramente se debatem políticas sérias e de melhorias para organizações e instituições que diariamente trabalham para melhorar a vida de um número enorme de pessoas.
Por muitas vezes, ao considerar o Terceiro Setor como o irmão mais fraco que precisa de ajuda, os candidatos criaram no imaginário popular um pré-conceito que desvaloriza ambos, isto é, quando um político visita creches, asilos, casas para pessoas com necessidades especiais, esta ação ficou banalizada, taxada de tentativa de angariar votos com gestos fraternos. Agora, só há uma saída para reverter este quadro: trazer à tona a verdadeira força e pujança da sociedade civil organizada que trabalha em Causas de interesse público, através da proposta de políticas públicas sérias que o coloque no mesmo patamar da saúde, da educação, da geração de empregos etc. Políticas públicas que favoreça a transparência ao Terceiro Setor, separando o joio do trigo.
Eleitores de primeira viagem, muitos jovens que pela primeira vez participarão deste ato da democracia, também estão atentos a questões ligadas ao Terceiro Setor. Como muitos vêm de escolas que adotam políticas de voluntariado, proteção ao meio ambiente, entre outras ações, certamente irão se identificar com aquele candidato que, além de falar sua língua, dê a mesma importância para iniciativas que valorizem o próximo. Isto sem falar nos milhões de colaboradores de empresas que, periodicamente, dedicam seu tempo, seu conhecimento e sua emoção em atividades solidárias.
A cada eleição percebemos como as atenções se dirigem para determinado foco. E está na hora desse foco ser o Terceiro Setor. Não para “estar na moda”, mas porque efetivamente colabora com o desenvolvimento do Brasil através das ações que organizações sociais realizam diariamente em seus bairros, atingindo um contingente de milhões de beneficiados. O resultado efetivo do Terceiro Setor, é um ser humano transformado, conforme dizia Peter Drucker, o guru da administração.
*Maria Elena Pereira Johannpeter, Presidente Executiva (Voluntária) da ONG Parceiros Voluntários.
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