Qualidade de projetos inscritos em editais melhora

Por: GIFE| Notícias| 26/11/2012

Uma crítica usual entre investidores sociais na hora de decidir os projetos a serem financiados, invariavelmente, apontava para a falta de cuidado dos pleiteantes na hora de elaborá-los. No entanto, hoje, o problema se inverteu – para melhor –, segundo especialistas ouvidos pelo GIFE, que atestam uma melhoria na qualidade do que é apresentado.

A explicação para essa mudança é, em parte, uma escolha cada vez mais criteriosa e objetiva por parte dos investidores sociais, que procuram iniciativas estruturadas e focadas com base em sua área de atuação específica. Essas prerrogativas são tão crescentes que nos Estados Unidos criou-se até uma associação de profissionais que escrevem editais para as organizações, o Grant Professionals Association (http://grantprofessionals.org/).

Para a coordenadora dos programas de desenvolvimento institucional e Rede de Alianças do Instituto C&A, Cristiane Felix, as escolhas dos projetos inscritos faz parte de uma série de fatores que estão no mapa de investimento da organização. “Nossos editais têm uma média de aproveitamento de 10% dos projetos inscritos. Não pela qualidade dos editais, mas pelos recursos fixos que temos disponível. Nós recebemos bons projetos, porque há a reflexão e identificação da própria organização ao responder às questões do edital.”, relata Cristiane.

Nesse contexto, a prática demonstra que o próprio setor social se fortaleceu e se profissionalizou, dispondo de colaboradores melhor qualificados na liderança da área de captação de recursos. “O profissional que atua com captações de recursos via editais tem que ser versátil e saber se adaptar ao que o financiador esta pedindo, sem com isso descaracterizar seu projeto original.”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), João Paulo Vergueiro.
O ponto levantado por Vergueiro faz sentido. Muito da dificuldade encontrada por organizações sociais, hoje, não é necessariamente a de apresentar bem seu projeto, mas de enquadrá-lo nos moldes pedidos pelos editais. Como não existe uma regra, cada financiador tem seus critérios específicos.

E a disputa é feroz por recursos, traduzida pelas inscrições recorde de candidaturas aos editais. Um exemplo é o edital da União Europeia (acesse aqui), que, segundo a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), viabilizará financiamento para apenas 3 ou 4% dos projetos inscritos.

Mesmo assim, a consultora do GIFE Simone Coelho, que conduz o curso de Elaboração e Avaliação de Projetos, faz um alerta para principal dificuldade dos gestores (levantada em suas aulas sobre o tema): conectar objetivos, metas e resultados esperados às estratégias para atingi-los. “Como os financiadores cada vez mais querem projetos bem articulados, embutido inclusive os processos avaliativos, a lógica interna (ou a falta de) do projeto evidencia-se”, conclui Simone.

Na esfera federal, o Ministério do Planejamento desenvolveu um sistema, chamado SICONV, para viabilizar a gestão de convênios firmados com recursos do orçamento público federal. Para capacitar os interessados e disponibilizar o acesso aos editais publicados, para formalização de convênios e repasses, o ministério elaborou uma série de manuais disponibilizados na página www.convenios.gov.br/siconv.

Para acessar os editais abertos, clique aqui.

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