Quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

Por: GIFE| Notícias| 17/12/2003

Voluntariado ganha espaço em empresas e conquista cidadãos

Em artigo, Milú Villela, presidente do Centro de Voluntariado de São Paulo e do Faça Parte – Instituto Brasil Voluntário, fala sobre a prática do voluntariado nas empresas brasileiras. Villela afirma que no Brasil o novo padrão de voluntariado é baseado na escolha e na motivação pessoal de cada cidadão. Ele substitui o assistencialismo pela promoção da cidadania e visa a transformação da comunidade, além de buscar a inclusão social e a criação de uma sociedade mais responsável, justa e solidária. Para Villela, a palavra voluntário que no passado ecoava de uma maneira discreta, transformou-se hoje em sinônimo de cidadania ativa. Nos últimos anos, esse novo conceito de voluntariado ganhou terreno nas empresas, conquistou o cidadão comum e está recebendo novos adeptos a cada dia, nos mais distintos extratos da sociedade. Milú Vilella declara que para a implantação de um Programa de Voluntariado Empresarial é preciso que a empresa primeiro reflita sobre a sua cultura interna, seu clima organizacional, missão e responsabilidade social. Esse programa deve estar inserido na estratégia da empresa, respeitando a sua realidade e as necessidades da comunidade com a qual pretende atuar, e das organizações sociais. (Valor Econômico, 17/12)

Ação de funcionário tem apoio corporativo

Voluntariado empresarial não tem uma receita única. Pode começar tanto por iniciativa dos funcionários, como partir de uma idéia ou necessidade do presidente da corporação. Para a consultora Ruth Goldberg, independentemente de definições ou da forma como a política do voluntariado se instala, as empresas devem pesquisar os tipos de ações já desenvolvidas pelos seus funcionários. Foi em torno desse princípio que o ex-presidente da Mineradora Samarco, José Luciano Penido, mobilizou a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) na virada do século. A primeira providência foi a criação do Conselho de Cidadania Empresarial com a participação de 40 presidentes das maiores empresas de Minas e 32 representantes da sociedade. Um estímulo de US$ 50 mil veio da Fundação Kellogg. “”Os Voluntários das Gerais nasceram em 2001, com o desafio de levar a responsabilidade social para dentro das empresas e acionar uma ferramenta fundamental: o voluntariado corporativo””, conta Penido. Para que a mensagem do voluntariado e da responsabilidade social fosse levada às empresas, foi criado ainda o Dia V (Dia de Ser Voluntário), data de mobilização em todo o estado de Minas Gerais, com ações pontuais ou continuadas, nascidas dentro dos grupos de voluntários a partir das demandas das organizações sociais e das corporações. (Valor Econômico, Silvia Torikachvili, 17/12)

Mobilização voluntária

Trabalho voluntário não é sinônimo de trabalho amador. Quando o voluntariado é cultivado no ambiente das empresas, os ganhos se multiplicam. Profissionais levam suas ferramentas de gestão às organizações sociais, que se capacitam a receber mais e aplicar melhor os recursos. As corporações, por sua vez, ganham transparência, reconhecimento, funcionários orgulhosos e motivados. Por conta da atividade voluntária, a Alcoa acusou uma sensível e imediata melhora nas relações entre os funcionários. A razão foi o programa Bravo, instituído pela Alcoa Foundation em 2002. “”A cada 50 horas dedicadas a alguma entidade social, em horário de lazer, o funcionário recebe um cheque de US$ 250 para doar à instituição que escolher””, diz Suzana Sheffield, vice-presidente do Instituto Alcoa. O Bravo está presente nas 123 localidades do mundo onde a Alcoa atua, mas a filial do Brasil arrebata 45% de todo o aporte mundial. Sheffield enumera razões para isso: brasileiros são mais criativos, mais flexíveis e voluntários por vocação. “”A empresa tinha conhecimento de que, pelo menos, 20% do contingente já praticavam o voluntariado””, diz ela. “”Quando recebemos os formulários, constatamos a pré-disposição efetiva de 40% dos sete mil funcionários””,afirma. (Valor Econômico, 17/12)

Companhia reluta em divulgar suas ações ao público

Apesar de incentivar e apoiar variadas ações nas quais o voluntariado da empresa tem uma participação decisiva, a direção da Ripasa não libera verba para divulgar os resultados. Mas não esconde que gostaria de ver reconhecidas as causas sociais que apóia. Outras empresas têm a mesma posição. Receiam que qualquer divulgação venha revestida de algum oportunismo. Pior: repudiam a idéia de que a causa social possa ser vista como fachada para alavancar vendas. Todas concordam, contudo, que, sem divulgação, não há como consumidores optarem por empresas socialmente responsáveis. Mas os consumidores querem saber mais sobre a conduta social das empresas cujos produtos escolheram comprar. Uma prova disso é a pesquisa realizada com clientes da Telemig Celular na capital e no interior de Minas Gerais. Divulgar as ações das empresas é conduta que 91% dos entrevistados aprovam. Com uma ressalva: desde que fique evidente que a intenção é contribuir para a mobilização de pessoas em torno de determinada questão social. Para Francisco Azevedo, diretor executivo do Instituto Telemig Celular, a divulgação mais eficaz e menos arriscada é aquela que evidencia os resultados concretos da ação social. (Valor Econômico, 17/12)

Encontro ibero-americano do terceiro setor

Cidadania e suas múltiplas dimensões é o tema do 7º Encontro Ibero-americano do terceiro setor e terceiro congresso GIFE sobre investimento social privado. O evento será realizado de 16 a 19 de maio de 2004, em São Paulo. Informações ou inscrições pelo telefone: (11) 38138896 ou pelo endereço eletrônico www.ibero2004.org.br (Valor Econômico, 17/12)

Projeto Coopamare

A redução do lixo urbano, a geração de renda e a integração social são alguns dos pontos fortes do Projeto Coopamare – Cooperativa de Catadores Autônomos de Papel, Papelão, Aparas e Materiais Reaproveitáveis, destaque na categoria redução de desemprego do Guia Exame de Boa Cidadania, que será lançado hoje. O projeto, focado na capacitação de cooperativas, é desenvolvido desde 2001 pelo Instituto Ecofuturo, ONG criada pela Cia. Suzano, e retira mensalmente das ruas mais de 200 toneladas de material reciclável. A meta do projeto é beneficiar mais de 6 mil pessoas. Parte do que é recolhido nas ruas é utilizado para produção do Reciclato, o primeiro off-set brasileiro 100% reciclado produzido em escala industrial. (Gazeta Mercantil, 17/12)

Ações para melhorar a vida das crianças

Estão abertas até 20 de janeiro de 2004 as inscrições para o Prêmio Criança 2004 da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, destinado a indivíduos, organizações sociais ou empresas que tenham contribuído com suas ações para a melhoria das condições de vida das crianças. (Valor Econômico, 17/12)

Diferentes inspirações

O presidente do Grupo Orsa e instituidor da Fundação Orsa, Sérgio Amoroso, declara que aos 35 anos tinha realizado três vezes mais do que planejara para quando chegasse a essa idade. Mas vivia inquieto. Um dos caminhos era continuar construindo fábricas, mas em contrapartida continuar inquieto e sem respostas. A outra opção era fazer tudo isso e mais um pouco. Amoroso afirma que criação da Fundação Orsa foi a resposta para suas inquietações. “”É uma forma de investir em algo fora do negócio principal, mas que dá retorno imensurável e ainda ajuda a aumentar o capital social””, afirma. (Valor Econômico, 17/12)

Indústria

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulga amanhã (18/12) os resultados da pesquisa Responsabilidade Social Empresarial – Panorama e Perspectivas na Indústria Paulista. No levantamento, a entidade ouviu 543 indústrias de pequeno, médio e grande portes, de 23 diferentes setores da economia, para apurar dados como relacionamento com fornecedores e empregados e parcerias com entidades da sociedade civil. (Valor Econômico, 17/12)

Amanco premia empresas por ação social

Foram conhecidos ontem (16/12), em Santa Catarina, os oito projetos vencedores do prêmio Por um mundo melhor. O concurso, promovido pela empresa Amanco e destinado a construtoras e revendedoras de material de construção, visa estimular o desenvolvimento de projetos sociais. Cada um dos trabalhos recebeu R$ 5 mil, além de troféu, medalha e certificado da empresa. Segundo o diretor comercial da Amanco, André Fauth, antes existia apenas uma noção de que as empresas do setor de construção faziam algumas ações de responsabilidade social. “”Agora temos uma visão mais clara e sabemos que estamos contribuindo para a disseminação desses conceitos””. Afirma. Os programas sociais premiados são desenvolvidos pelas seguintes empresas: Grupo Zema (MG), DR Hidráulica (RS) e Comercial Canal (PE). Na categoria construtoras ganharam Goldsztein (RS), Cosil (SE), Tecnisa (SP), Santo Amaro (CE) e Cipesa (AL), além da Águas do Amazonas (AM), que recebeu menção especial. (A Notícia – SC, 17/12)

Projeto leva insatisfação de crianças à Prefeitura

Cento e vinte crianças do Projeto Perobal, desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna, entregaram ontem (16/12) ao prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), cartas com relato dos principais problemas encontrados em bairros da zona oeste catarinense. As crianças pediram melhores condições nas áreas de saúde, segurança e asfaltamento das vias públicas. Segundo o coordenador do programa, Arli Ramos de Oliveira, a ação tem por objetivo resgatar a cidadania, oferecendo atividades complementares aos alunos e evitando que eles fiquem nas ruas. O projeto atende atualmente 150 crianças e adolescentes de baixa renda. Para o próximo ano está previsto aumento no número de beneficiados. (Folha de Londrina – PR, 17/12)

Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje:

  • Amanco
  • Cia. Suzano
  • Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
  • Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
  • Fundação Kellogg
  • Grupo Orsa
  • Instituto Alcoa
  • Instituto Ayrton Senna
  • Instituto Ecofuturo
  • Mineradora Samarco
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