Quarta-feira, 26 de dezembro de 2001
Por: GIFE| Notícias| 01/01/2002Guia para fazer o bem
A revista Veja publicou, juntamente com a edição de 26/12, uma edição especial que traça o perfil do voluntariado brasileiro, uma relação de entidades que precisam de ajuda e dicas de como escolher uma instituição séria na hora de contribuir. A questão da responsabilidade social e empresarial também foi citada na publicação. Leia abaixo o resumo das matérias:
As lições da responsabilidade social –O consultor Peter Drucker, guru da área de administração, gosta de contar em suas palestras que as entidades filantrópicas, por menores que sejam, podem ensinar muito às empresas. Segundo Drucker, creches, asilos e orfanatos são instituições versadas na arte de atingir metas impressionantes com recursos exíguos. A relação estabelecida pelo consultor não tem por objetivo sugerir aos empresários que copiem as práticas utilizadas pelas entidades filantrópicas. O que ele tenta demonstrar é que, no processo de amadurecimento de uma empresa, ela não pode apenas pensar na taxa de retorno que oferece aos acionistas. Valores mais complexos, como o bem-estar dos funcionários e da comunidade, são peças-chave para estimular a organização a buscar ou manter liderança. E aí as filantrópicas têm lições para dar.
Exemplos – Compare os resultados de três edições especiais da Exame: O Guia de Boa Cidadania Corporativa, que destaca os melhores projetos empresariais voltados para a comunidade, o ranking As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar e a tradicional Maiores e Melhores. Entre as dez empresas consideradas modelo pelo Guia de Boa Cidadania Corporativa, todas figuram entre as Melhores e Maiores e apenas três não estão entre as melhores empregadoras. Treze companhias conseguiram o feito de aparecer tanto nos destaques de boa cidadania corporativa como na lista das melhores para trabalhar. Essas empresas reforçam valores éticos com projetos voltados para a comunidade e se destacaram em aspectos como a transparência na relação com os clientes, fornecedores e funcionários. Elas também trataram de zelar pelo meio ambiente e, com cuidados como esse, ampliam sua credibilidade. (Revista Veja – Guia para Fazer o bem, p. 24-29, Dezembro/2001)
O futuro está em nossas mãos
Em artigo, Oded Grajew, diretor-presidente do Instituto Ethos e presidente do Conselho de Administração da Fundação Abrinq, afirma que o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo. Empresas modernas e sofisticadas operam em seu território. Mas o país é um dos campeões mundiais da desigualdade social. Os 10% mais ricos ficam com 50% da renda, enquanto os 10% mais pobres detêm apenas 1%. Para mudar isso, é fundamental que surja uma nova consciência que leve a novas posturas e ações. O setor empresarial é poderoso. Possui imensos recursos financeiros, tecnológicos e econômicos. Segundo o articulista, no Brasil muitos empresários estão percebendo que não é mais compatível a convivência entre empresas prósp eras e uma sociedade deteriorada. A degradação ambiental, a péssima distribuição de renda, a baixa qualidade dos serviços públicos, a violência e a corrupção representam uma real ameaça para as atividades empresariais. O poder do setor empresarial implica responsabilidade. Apenas a responsabilidade social é capaz de promover uma drástica transformação no quadro humano e ambiental brasileiro. é necessária uma mudança também nas prioridades da agenda da sociedade, colocando em primeiro lugar os temas sociais. (Revista Veja – Guia para Fazer o bem, p. 30, Dezembro/2001)
Responsabilidade social avança
Responsabilidade social não é uma fila de empresários vestidos de Papai Noel doando presentes para crianças pobres. Basta olhar exemplos que não param de se multiplicar para entender que esse conceito tem se transformado, cada vez mais, em algo complexo. Não pode ser uma ação vista como um modismo. É coisa para se acreditar de verdade, opina Rudolf Höhen, ex-presidente da IBM, que atua há mais de 10 anos na >Ação Comunitária – ONG que existe há 35 anos e é mantida por grandes e médias empresas.
Pesquisa – De acordo com o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no ano passado 81% das empresas da região Sudeste com renda bruta superior a R$ 100 milhões anuais destinaram aproximadamente R$ 1 milhão a projetos sociais.
Balanços – O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social tem mais de 500 companhias associadas, que soma 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O número de associados é um termômetro da evolução brasileira nessa questão. Para comparar, o diretor-presidente do Instituto, Oded Grajew, conta que a maior entidade dos Estados Unidos, que existe há 10 anos, tem 1.300 associados. (Jornal do Brasil, p. 11, 26/12 – Luciana Brafman e Sônia Araripe)
Ford investe em formação superior
Se depender da Fundação Ford, a parcela menos favorecida da população brasileira terá a chance de chegar a níveis mais altos do ensino superior. É que o Brasil acaba de integrar a lista de países beneficiados pelo programa internacional de bolsas de pós-graduação da entidade. A iniciativa, que teve início no ano passado, engloba os 21 países onde a organização mantém escritórios. O público-alvo é a população excluída, como residentes das regiões Nordeste e Sudeste, e pessoas de origem étnico-racial indígena ou negra. Ao todo, serão distribuídas cerca de 3,5 mil bolsas em todo o mundo para o próximo ano, com investimento total de US$ 280 milhões. (Gazeta Mercantil, p. C-1, 24/12 – Angélica Vilela)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje: