Quarta-feira, 29 de maio de 2002
Por: GIFE| Notícias| 29/05/2002O assistencialismo cede espaço para a economia da solidariedade
O Terceiro Setor movimenta mais de US$ 1 trilhão em investimentos no mundo, sendo cerca de US$ 10 bilhões deles no Brasil, de acordo com um trabalho feito pela Johns Hopkins University, em 1995. Mas não é o dinheiro a principal fonte de estímulo para o crescimento do setor. O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, diz que o setor cresce por causa da busca de sentido no trabalho. Além disso, a cada ano aumenta o envolvimento de empresários e a contribuição de empresas para com o setor, reafirmando assim o conceito de empresa socialmente responsável. As companhias da região Sudeste são as que mais realizam ações sociais, 67%.
Incentivos – Um dos grandes entraves para o aumento das contribuições de empresas para o Terceiro Setor é, na opinião do advogado Roberto Quiroga Mosquera, a falta de incentivos fiscais. A opinião é compartilhada pelo consultor jurídico do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), Eduardo Szazi. Segundo ele, o governo precisa se dar conta que, mesmo com uma arrecadação recorde no imposto, não consegue contemplar todos os investimentos sociais necessários.
(Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 1, 29/5 – Carla Éboli)
Investidor vê lucro no social
As empresas socialmente responsáveis estão cada vez mais populares entre os investidores e a procura não tem nada a ver com filantropia. O que move é a perspectiva de lucro consistente e a longo prazo. As empresas que cuidam dos aspectos sociais e ambientais têm ganho econômico e maior durabilidade a longo prazo, ou seja, o risco do investidor é menor, afirma Paulo Vancar, sócio da PricewaterhouseCoopers para o Brasil e América Latina.
(Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 1, 29/5 – Denise Juliani)
Solidariedade movimenta US$ 10 bi
O terceiro setor movimenta anualmente mais de US$ 10 bilhões no Brasil. Essas entidades surgiram com o objetivo de atender às demandas por serviços sociais que o Estado não consegue suprir. Segundo Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, a origem das ações sociais na Igreja serviu para dar às atividades do Terceiro Setor no Brasil um perfil assistencialista. Só após 1940, com o desenvolvimento da idéia de Estado do Bem-estar Social, começa a se imprimir a lógica do Direito nessa área. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos atores que compõem o Terceiro Setor, Viviane Senna acredita que passos importantes foram dados desde a década de 90. Está havendo uma mudança rápida em termos de abrangência das ações e de visibilidade. O setor privado está amadurecendo a idéia de que somos todos co-responsáveis e parece saber hoje que pagar impostos não é suficiente para garantir o desenvolvimento, diz.
(Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 2, 29/5 – Lucianna Carvalho)
Cresce o interesse das empresas pelas ações de responsabilidade social
Em junho de 1998, quando foi criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, em São Paulo, apenas 11 empresas encamparam a idéia e se associaram. Um ano depois, as associadas somavam 138. Hoje são quase 600 instituições. Há quatro anos a expressão responsabilidade social não existia. Hoje, estas 600 associadas representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Como a adesão é voluntária, o número de empresas representa o termômetro da percepção de gestão responsável por parte do setor privado, avalia o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew. As mudanças na forma de gestão das empresas levam a crer que a iniciativa privada em alguns setores está alterando vários indicadores sociais. Uma dessas áreas é a educação. De acordo com uma pesquisa do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), é a que tem recebido maior volume de recursos. Para o presidente do GIFE, Léo Voigt, todos esses investimentos devem ser direcionados para projetos que complementem o que é oferecido pelo governo.
(Gazeta Mercantil, Terceiro Setor 2, 29/5 – Carla Éboli)
Falta de bons projetos inibe a cooperação das grandes fundações
Projetos incompletos, pouco claros, são apontados como a principal dificuldade encontrada por grandes fundações e institutos empresariais na hora de financiar um programa social. Segundo avaliação das próprias fundações, esse critério supera os problemas relativos ao tamanho do orçamento exigido pelas organizações que buscam financiamento. A maioria dos projetos chega até nós com orçamentos justos. Mesmo as empresas com idéias mais ambiciosas geralmente pedem uma quantia de dinheiro correspondente ao que imaginam alcançar com o programa proposto, diz a assistente de programação da Fundação Kellogg, Lis Hirano. (Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 4, 29/5 – Lucianna Carvalho)
Um jeito diferente de fazer franquia no país
A Fundação Banco do Brasil está investindo neste ano R$ 2,3 milhões em seu Banco de Tecnologias Sociais, que reúne projetos selecionados para o desenvolvimento de franquias sociais. Na prática, essas franquias significam a disseminação de conhecimentos sobre atividades sociais, que podem ser aproveitados por qualquer interessado e sem o pagamento de royalties ou taxas do franchising convencional.
(Gazeta Mercantil, p. 4, 29/5)
As duas faces da ética empresarial
Ainda é grande o fosso que separa as empresas nacionais, ou aquiinstaladas, da chamada responsabilidade s ocial. Ao mesmo tempo em que crescem o número de companhias engajadas em projetos em favor da comunidade onde estão inseridas e o montante de investimentos em obras sociais, continuam também as demandas contra essas mesmas organizações empresariais em órgãos de defesa do consumidor. Como diretora-executiva da Fundação Procon de São Paulo, Maria Inês Fornazaro depara-se quase diariamente com a contradição de ver empresas divulgando seus investimentos em projetos sociais ao mesmo tempo em que têm a razão social impressa nas listas do órgão de defesa do consumidor. Percebemos que muitas empresas usam as ações apenas como estratégia de marketing, só para melhorar a sua imagem, mas não respeitam o consumidor nem pagam impostos como deveriam, afirma. (Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 5, 29/5 – Eliane Sobral)
O setor privado adere ao combate à pobreza
As empresas brasileiras estão se tornando cada vez mais co-responsáveis por ações que objetivam reduzir os problemas sociais. Ou seja, decidiram repartir com o governo alternativas de combate à pobreza. A conclusão consta de uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 780 mil companhias privadas com um ou mais empregados no Brasil. Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que as expectativas são de expansão do atendimento social, ainda que, em muitos casos, esteja condicionada à adesão de novos parceiros.
(Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 5, 29/5 – Mônica Magnavita)
Balanço social pode atrair novos negócios
A estatal Nitrofértil, instalada na Bahia, foi a primeira empresa brasileira a publicar um balanço social, em 1984. Contudo, a proposta só se fortaleceu em junho de 1997 quando o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou uma campanha pela divulgação voluntária do balanço social. Hoje é possível contabilizar a adesão dos empresários à iniciativa: quase 300 empresas no Brasil publicam balanços sociais anualmente, tendo incorporado a prática aos demonstrativos financeiros. De acordo com a designer Ana Couto, diretora da Ana Couto Design, este documento não é só um informe, é também um instrumento de marketing e um ativo importante da empresa. Para ela, esta publicação pode, inclusive, ser utilizada na conquista de novos clientes e mercados.
(Gazeta Mercantil, p. Terceiro Setor 6, 29/5 – Carla Éboli)
McDonald′s lança McDia Feliz
Ontem, 28 de maio, foi dada a largada, em São Paulo, para o lançamento da campanha McDia Feliz. Até junho, o projeto será lançado em todo o País. O McDonald′s espera a mobilização de cerca de 30 mil voluntários até o dia da campanha, em 17 de agosto. Nesta data, a arrecadação com a venda de sanduíche Big Mac – descontados impostos – será doada a instituições que tratam de crianças e adolescentes com câncer.
(Gazeta Mercantil, p. C8, 29/5)
Terceiro setor é uma nova onda para a publicidade brasileira
O publicitário Washington Olivetto defende que empresas, mesmo concorrentes, deveriam se associar em campanhas publicitárias em favor de causas sociais. Ele faz coro com o músico Gilberto Gil, que por meio da Fundação Onda Azul trabalha em favor das causas ambientais e sociais no País. As empresas poderiam se unir em torno de uma campanha para a Fundação, no projeto de utilização de garrafas PET para fabricação de móveis confeccionados para moradores de favelas, diz.
(Gazeta Mercantil, p. C7, 29/5 – Marili Ribeiro)
Consumidores procuram empresas comprometidas com a natureza
Cada vez mais os consumidores começam a exigir mudança no comportamento das empresas e o compromisso com o meio ambiente. Muitas vezes as pessoas preferem pagar mais caro por uma mercadoria que, em seu processo de fabricação, não causa danos à natureza. Contudo, os consumidores preocupados com o meio ambiente concordam que a maioria das empresas ainda não está preparada para atendê-los. A tendência, porém, é que isso mude, segundo o coordenador do núcleo de meio ambiente do Centro Universitário Positivo (UnicenP), José Tarciso Fialho. Se as empresas não mudarem por conta própria, a pressão do consumidor tende a influenciar os políticos na elaboração de leis que exijam a adaptação das indústrias a uma produção ecologicamente correta, afirma.
(Gazeta do Povo-PR, p. 3, 27/5 – Fernando Martins)
Investimento social privado
Mais de 300 pessoas se reuniram em Fortaleza, entre 24 e 26 de abril, para debater um tema que cresce a cada dia no país: organizações do segundo setor que investem em ações sociais. No 2o Congresso sobre Investimento Social Privado, realizado pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e a Fundação Demócrito Rocha, foram discutidos temas como ética, marketing social, ambiente, desenvolvimento comunitário, saúde e educação.
(Zero Hora, p. 6, 27/5)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje: