Quarta-feira, 30 de janeiro de 2002

Por: GIFE| Notícias| 30/01/2002

Para avaliar o social

As propostas de governo sugeridas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aos candidatos a presidente da República trazem inovação no campo social. Ao mencionar metas a serem atingidas durante o mandato, a Fiesp usou um conceito bastante comum nas empresas – a avaliação de resultados. Poucas instituições não-governamentais e governos fazem isso. Não é o caso de transformar projetos sociais em empresas. Mas incluir neles alguns instrumentos de acompanhamento de eficiência seria útil para dar-lhes credibilidade e, mais, para apontar erros e acertos. Duas das mais respeitadas e bem-sucedidas instituições que desenvolvem trabalhos sociais – o Instituto Ayrton Senna e a Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica – fazem isso.

Acompanhamento – A coordenadora da Pastoral, Zilda Arns, não tira os olhos de gráficos e estatísticas que indicam os índices de mortalidade infantil onde sua equipe trabalha. Se perceber que eles não caem, trata de chamar os agentes de saúde para descobrir onde está o erro. A boa vontade dos voluntários não é suficiente. Precisa ser transformada em realidade. Faz o mesmo Viviane Senna, do Instituto Ayrton Senna. A instituição que ela dirige financia os projetos sociais de atendimento a crianças que apresentem resultados concretos. Se o objetivo do projeto é educar, por exemplo, Viviane quer saber se os alunos estão melhor educados depois dos investimentos. Não basta prestar contas sobre onde o dinheiro foi aplicado. (Correio Braziliense, p. 5, 30/1 – Arlete Salvador)

Fundação Abrinq retira título da Usina Ipojuca

A Usina Ipojuca acaba de perder o selo Empresa Amiga da Criança, concedido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. O flagrante da exploração de adolescentes no corte de cana e a ocorrência de um acidente que resultou na morte de um jovem de 17 anos em terras da usina levaram a Fundação a cortar relações com a empresa, retirando-lhe o reconhecimento. Segundo a Fundação Abrinq, no fim do ano passado, fiscais da Delegacia Regional do Trabalho de Pernambuco flagraram seis adolescentes, de 14 a 17 anos, cortando cana em engenhos pertencentes à usina. Os meninos afirmaram não estudar. A usina recebeu o selo por ter assumido o compromisso de não utilizar trabalho infantil. (Jornal do Commercio-PE, p. 3, 29/1)

Ensino privado e gratuito

A maior rede de ensino básico e médio mantida pela iniciativa privada no Brasil é gratuita, emprega 2.500 profissionais – seus 1.200 professores ganham acima do mercado – e tem matriculados mais de 101 mil alunos. Esta rede nacional de educação se espalha por todos os estados da federação, com exceção de Roraima, que ainda este ano terá também sua escola. Assim, a Fundação Bradesco espera cumprir o desejo de seu fundador, Amador Aguiar, dando oportunidade de competir àquelas que não têm acesso à educação. Cerca de 91% dos alunos provêm de famílias comprovadamente pobres (um aluno por família). O suporte financeiro para esse ensino diferenciado, este ano em torno de R$ 115 milhões, vem todo ele da própria fundação, que detém 35% das ações do banco e aplica os dividendos em educação; da seguradora e do banco, que fazem transferências regulares de seus rendimentos. (Gazeta Mercantil, capa e caderno Grandes Grupos, p. 4, 30/1 – Claudio Lachini)

Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje:

  • Usina Ipojuca
  • Fundação Abrinq
  • Pastoral da Criança
  • Instituto Ayrton Senna
  • Fundação Bradesco
  • Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
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