Quinta-feira, 20 de dezembro de 2001

Por: GIFE| Notícias| 01/01/2002

O investimento em que todos ganham

A atuação social e a preocupação com a comunidade vêm crescendo nas instituições financeiras e algumas delas começaram este ano a oferecer a possibilidade aos seus clientes de participar junto com a empresa nesses investimentos. Com a criação do FAQ HSBC DI Ação Social, o HSBC lançou o primeiro fundo de investimento em que há não duas, mas três pontas ganhadoras: o investidor, o banco e as mais de 30 instituições beneficiadas com a receita proveniente da metade da taxa de admissão, que é de 1%. Iniciativa semelhante teve o ABN Amro, que lançou em setembro o fundo de Ações Ethical. Mesmo as empresas que ainda não lançaram produtos específicos já atuam no setor social por meio de fundações ou setores criados especificamente para isso.
Consultoria social – Para quem quer ir além de uma participação secundária, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) acaba de lançar uma iniciativa pioneira no Brasil. O assessoramento a famílias que gostariam de montar um projeto específico, seja uma fundação própria ou como apoiador de determinadas instituições já estabelecidas. Nosso trabalho é uma espécie de consultoria estratégica. Não interferimos no tipo de trabalho que o cliente quer fazer, apenas tentamos ajudá-lo a identificar a área em que quer atuar e qual atuação seria mais eficiente dentro da proposta deles, do ponto de vista da estratégia e da gestão, explica Daniela Nascimento, gerente de projetos do Idis. (Valor Econômico, p. D1 – Catherine Vieira)

Projeto de educação reúne oito bancos na atividade social

Uma parceria inédita reuniu o ABN Amro, Merril Lynch, Citibank, Lloyds TSB, BBV Banco, Bank Boston, JP Morgan e Bandeirantes no projeto Banco na Escola. A iniciativa nasceu quando algumas das maiores instituições financeiras internacionais decidiram juntar esforços para investir em uma área considerada prioritária, a educação infantil. De acordo com a diretora de Recursos Humanos do Citibank, Noramay Cerneviva, a idéia do projeto é levar a expertise que os bancos desenvolveram em várias áreas, como a administrativa e a tecnologia, para ajudar essas escolas. O fundador da Abrinq e hoje presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, ressalta a enorme participação do setor financeiro. Os grandes bancos estão conosco e é impressionante que em vários deles há um claro empenho pessoal dos executivos. No exterior, a responsabilidade social de uma empresa é levada em conta na hora de analisar até o risco de crédito, lembrou.
Apoio eficaz – Criado há dois anos, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) já comemora ótimos resultados. No ano passado eram 9 empresas assessoradas que investiram R$ 26 milhões em projetos sociais. Este ano já contabilizam 15 empresas, cujos investimentos chegaram a mais de R$ 40 milhões. O objetivo do Idis é fazer com que a atuação social dessas empresas e famílias seja mais eficiente e que os mesmos recursos sejam melhor aplicados, diz o presidente Marcos Kisil. De acordo com Kisil, a ONG cumpre uma segunda etapa no trabalho junto às empresas. A primeira, a da conscientização e alerta das empresas, é feita pelo Instituto Ethos e a última, de troca de informações e ações conjuntas é feita pelo Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas). (Valor Econômico, p. D3, 20/12 – Catherine Vieira)

Empresa & Comunidade

O jornal Valor Econômico publicou na edição de hoje, 20/12, mais uma edição do caderno especial Empresa & Comunidade. Veja abaixo o resumo das matérias:
Parcerias multiplicam as iniciativas – Há dois anos a Bauducco procurou a Fundação Abrinq disposta a ampliar sua atuação social, então restrita a um punhado de iniciativas pontuais. Orientada pela instituição, lançou o projeto No Natal todo mundo merece um Bauducco e passou a contribuir com festas natalinas de organizações que atendem crianças pobres. No primeiro ano, beneficiou 35 instituições e 12 mil crianças. No segundo, mais 50 instituições e 23 mil crianças. Há alguns meses, decidiu dar um passo além e dirigir seus recursos para capacitar profissionais de organizações vinculadas ao Programa Nossas Crianças, ação que se desenvolverá durante o ano todo. A lógica embutida nesse exemplo é a mesma que fez com que a colaboração entre diferentes organizações e setores em torno de objetivos sociais comuns se disseminasse por várias áreas: sem parcerias, o capital não teria valor social e as ONGs, por sua vez, não teriam capital. É uma relação ganha-ganha. As organizações conseguem desenvolver seus programas e manter as portas abertas. As empresas divulgam suas marcas e conquistam admiração e confiança dos consumidores. E o Estado, quando está presente, passa a contar com um executor confiável e eficiente para programas estratégicos. As parcerias são a alma do terceiro setor e da construção de uma rede de investimentos sociais, concorda Ana Maria Wilheim, vice-presidente de Relações com o Terceiro Setor do Gife – Grupo de Instituições Fundações e Empresas. Pode parecer simples mas, na prática, reunir atores sociais de natureza e culturas tão diferentes é um exercício puxado. É necessária muita disponibilidade para que dê certo. Uma parceria de peso leva em média de nove a dez meses para se concretizar, explica. (Valor Econômico, p. F1, 20/12 – Fanny Zygband)
Vale a pena investir nos projetos sociais e cativar o público – Em artigo, Mário Íbide, diretor de Recursos Humanos e coordenador do projeto social do Grupo Nova América, diz que estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirma aquilo que se suspeitava empiricamente: o trabalho social desenvolvido por empresas brasileiras cativa a comunidade, agrega simpatia, conquista o consumidor e reforça sua imagem perante os funcionários. Segundo o articulista, ospróprios empresários estão substituindo a filantropia ou simples doações em dinheiro às entidades carentes para dirigir ações sociais de longo prazo. Íbide diz que refuta a idéia de que o movimento se revigorou porque estamos no Ano Internacional do Voluntariado. O montante de recursos privados aumentou em relação ao ano passado, embora os dados não estejam consolidados. (Valor Econômico, p. F2, 20/12)
Entidades montam redes estratégicas para atingir metas – Em seis anos de existência, o Instituto Ayrton Senna especializou-se em patrocinar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, mas desenvolveu um subproduto igualmente eficaz: a habilidade em criar redes de apoio. Suas parcerias são tão importantes para as metas do instituto que foram rebatizadas de alianças estratégicas sociais. Abraçamos causas, e nossas relações com governo, empresas ou ONGs se baseiam numa nova ética, a da co-responsabilidade, explica Viviane Senna, presidente do Instituto. Articulação é o conceito-chave que orienta também as ações da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. Criada há 11 anos por um grupo de empresários, a instituição conta com 2,8 mil sócios e 300 contribuintes, que atuam diretamente na gestão de projetos conjuntos ou simplesmente repassam recursos para a fundação aplicar. Uma das principais funções da Abrinq é abrir diferentes canais de participação. Mobilizamos programas de voluntariado e ajudamos empresas a olhar sua vocação, descobrindo o melhor caminho para o investimento social. A Abrinq é uma grande articuladora, diz Luis Vieira Rocha, gerente de mobilização social da fundação. (Valor Econômico, p. F3, 20/12 – Fanny Zygband)
Internet amplia a visibilidade – Parcerias digitais com empresas de web design têm sido o caminho encontrado por várias instituições para aumentar a arrecadação e atrair voluntários. Uma das primeiras ações resultantes desse tipo de cooperação é a criação ou reformulação dos sites das instituições, que passam a contar com instrumentos mais modernos de captação. O retorno que seu novo site poderá propiciar é a grande esperança da Fundação Santa Bárbara. Sediada em Nova Iguaçu (RJ) e voltada ao atendimento de 40 crianças vítimas de Aids e maus tratos, a ONG está prestes a ser desativada por falta de patrocínio. Os salários estão atrasados e tem sido difícil manter as atividades. É uma estrutura cara, que requer atenção especial às crianças com HIV, revela Suzana Caspary, presidente da entidade. Ajudar crianças hospitalizadas foi o foco da campanha Neste Natal conecte seu coração à Inter.net e faça uma criança feliz, resultado de uma parceria entre o provedor Inter.net e a ONG Associação Viva e Deixe Viver. Entre 10 e 21 de dezembro, a empresa destinou à organização – cujos voluntários promovem entretenimento para tornar mais leve a internação hospitalar – 10% da primeira mensalidade paga por novos usuários. (Valor Econômico, p. F3, 20/12 – Fanny Zygband)
Frankenstein em aula de informática –
Pequenos frankensteins estão mudando a vida de centenas de jovens no Paraná. São computadores usados, mas em boas condições, remontados para garantir o ensino de informática a jovens carentes. Já passaram pelas escolas do Comitê para a Democratização da Informática (CDI-PR) cerca de 1.500 jovens. Premiado com o Troféu Dignidade Solidária deste ano, o CDI-PR tem o apoio de empresas como Xerox, Z.Ogilvy Publicidade e Infraero. No plano nacional, conta com o suporte da Microsoft, que doa todos os softwares para uso nas escolas e apoia eventos. Neste final de ano, o CDI-PR espera receber cem equipamentos Pentium da Esso, que deverão ser usados para criação de escolas de informática em Araucária, região metropolitana de Curitiba. (Valor Econômico, p. F3, 20/12 – Miriam Karam)
Marketing auxilia paciente com câncer –
Um círculo virtuoso. É nesse conceito que a Associação Pró-Hope Casa de Apoio ao Menor Carente com Câncer investe para conquistar novos parceiros ou fidelizar cerca de cem empresas e universidades, 400 sócios e 2 mil colaboradores eventuais que contribuem com a instituição. Suas parcerias são vitais para manter em funcionamento cinco casas de apoio, que garantem hospedagem a crianças em tratamento de câncer e seus familiares, além de alimentação, educação, transporte e suporte psicológico. Por meio do Programa Parceiros pela Vida, a instituição criou uma bem estruturada e diversificada rede de apoios, entre parcerias técnicas e institucionais, que respondem por 60% da arrecadação. O restante advém de bazares e venda de produtos. A Estrela optou por fabricar o urso em pelúcia e destinar à Hope a receita das vendas. Outras parceiras, como a cadeia de lanchonetes América, costumam inventar dias especiais de promoção, e há ainda as que realizam eventos, como jantares. (Valor Econômico, p. F4, 20/12 – Fanny Zygband)
Sem ter estrutura própria, ONG alfabetiza 2,4 milhões – Com 2,4 milhões de alunos atendidos em 1.574 municípios, o Programa Alfabetização Solidária é um exemplo de que parcerias bem articuladas podem fazer a diferença. Desde 1997, a ONG estruturou vasta rede de apoios composta atualmente por 204 universidades, cerca de 90 empresas, Ministério da Educação (MEC), sete governos estaduais e prefeituras dos municípios envolvidos, além de pessoas físicas que colaboram com o programa nas áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O MEC divide com empresas que aderem ao programa um custo de R$ 34 por aluno. Os R$ 17 desembolsados pelo governo são destinados à compra de material didático, formação de biblioteca e bolsa de apoio aos professores universitários. Os R$ 17,00 doados pelos empresários cobr

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