Quinta-feira, 21 de fevereiro de 2002
Por: GIFE| Notícias| 21/02/2002Empresa & Comunidade
O jornal Valor Econômico publicou na edição de hoje o caderno especial Empresa & Comunidade. Veja abaixo o resumo das matérias.
De olho no mercado
Com metas ambiciosas e implantados de forma profissional ou por iniciativas quase pessoais e métodos bastante amadores, os projetos sociais que buscam a inserção – ou preparo – de crianças, jovens ou adultos no mundo profissional começam a se consolidar no país. A sociedade precisa dar conteúdo para suas reivindicações e depois cobrar as ações transformadoras maiores do Estado, acredita Daniel de Bonis, coordenador do Programa Empresa Amiga da Criança, da Fundação Abrinq. Para ele, embora não tenham poder para reverter o quadro social brasileiro, os projetos da iniciativa privada podem indicar rumos acertados. Existem hoje na Abrinq 1.300 empresas que participam de iniciativas sociais de diferentes tipos. Bonis identifica a tendência de o movimento de participação das empresas crescer, devido ao traço cultural do empresariado de não querer ficar para trás: a atitude social é vista como evolução. Além disto, a cobrança de cumprimento de lei federal que obriga as empresas a terem entre 5% e 15% de aprendizes no quadro de funcionários ajudará a incentivar a participação das empresas nos programas de formação profissional. Ter aprendizes é obrigação moral das empresas, diz ele. Banco do Brasil, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Comgas, Grupo Mesquita, BM&F, Cyrela e Calçados Azaléia são exemplos de instituições que desenvolvem projetos com o objetivo de inserir pessoas no mercado de trabalho. (Valor Econômico, p. F1, 21/2 – Carmem Lígia Torres)
Responsabilidade social e meio ambiente
Em artigo, Carlos Piazza, consultor de marketing, afirma que falar de responsabilidade social e proteção do meio ambiente é uma tendência no círculo empresarial. Muitas empresas usam esses termos para buscar nova identidade de marca e cativar o consumidor. Segundo o consultor, isso ajuda a abrir uma frente geradora de opinião favorável, pois o cliente saberá que a empresa cuida do desenvolvimento social. Piazza afirma que muitas dessas ações são legítimas, mas algumas vezes não passam de cosméticos que deixam um rastro de dúvida quanto à conduta social. A responsabilidade dos gestores de marketing não se encerra quando o produto é entregue aos consumidores. Deveria haver uma preocupação maior com o caminho que as embalagens percorrem até o consumo. Além de ver as embalagens como canais de comunicação no ponto-de-venda, as empresas deveriam pensar em formas de reaproveitar o material ou garantir o retorno às fábricas. (Valor Econômico, p. F2, 21/2)
Educação é o principal alvo das companhias
A história da assistente social Cintia Gabriela de Oliveira é parecida com a de muitos brasileiros, que nasceram em famílias pobres, e com muita luta conseguiram cursar uma universidade, além de ingressar no mercado profissional. Um pequeno detalhe, no entanto, a torna singular: Cintia é hoje coordenadora do Projeto Crescer, da Basf, o mesmo que na adolescência lhe deu condições de continuar os estudos. A iniciativa, que completa 20 anos em 2002, abriga hoje 110 jovens, 60 na unid ade da Basf de São Bernardo do Campo (SP) e 40 na de Guaratinguetá (SP). O investimento da empresa no projeto é de R$ 700 mil por ano. Já formamos 457 jovens, diz Vitor Gonçalo Seravalli, diretor-industrial da Basf de São Bernardo. A transformação da sociedade pela educação também foi o que motivou a Fundação Bradesco a abrir sua primeira escola em junho de 1962, na Cidade de Deus, em Osasco (SP). Hoje, a entidade mantém 38 escolas em 25 dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, atendendo a mais de 100 mil alunos. Os cursos vão de educação infantil ao médio profissionalizante. Todos eles são mantidos com recursos próprios da Fundação e também da Organização Bradesco, que no ano passado giraram em torno de R$ 113 milhões. (Valor Econômico, p. F3, 21/2 – Marina Izidoro)
Ethos abre inscrição para a conferência nacional
Já estão abertas as inscrições para a Conferência Nacional 2002 de Empresas e Responsabilidade Social, promovida pelo Instituto Ethos. O evento acontecerá nos dias 4,5,6 e 7 de junho, no Novotel Center Norte, em São Paulo. As plenárias, painéis e debates deste ano terão como tema Gestão e Impacto Social. Informações e inscrições estão disponíveis no site www.ethos.org.br ou pelo telefone (11) 4193-1018. (Valor Econômico, p. F3, 21/20)
Ensino de ofícios muda perfil de vila no Maranhão
Perto de 650 moradores de sete comunidades de Itaqui-Bacanga, nas proximidades de São Luís, estão sendo preparados para romper o ciclo vicioso da exclusão social. Situada a apenas 18 quilômetros da capital, a região, que abriga uma população de duas mil pessoas, tem configuração de zona rural e é pontilhada de casas de pau-a-pique, que sequer possuem banheiro. Uma das três escolas públicas da região perdeu sua sede e ainda não se sabe onde as crianças estudarão na volta às aulas. Para transformar essa realidade, está sendo testado na região o Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda em Áreas de Pobreza (Pronager), desenvolvido pelo Ministério da Integração Nacional. Em Itaqui-Bacanga, está sendo implantado em parceria com a Fundação Vale do Rio Doce – a empresa opera na região e é a principal financiadora do projeto, orçado em R$ 190 mil -, o governo do Estado do Maranhão e a ONG Instituto de Capacitação Comunitária (ICC). O objetivo é ensinar um ofício aos participantes do programa e capacitá-los para que se organizem em cooperativas ou pequenas e microempresas, explica a assistente social Heloísa Helena Carvalho, uma das coordenadoras do trabalho na região. São estratégias para que se tornem auto-suficientes e disponham de uma fonte regular de renda. (Valor Econômico, p. F4, 21/2 – Fanny Zygband)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje: