Rede Marista de Solidariedade lança publicação sobre avaliação na Educação Infantil
Por: GIFE| Notícias| 01/02/2016Com o objetivo de discutir, política e pedagogicamente, a construção de indicadores e de processos avaliativos, sob o ponto de vista da oferta e do percurso formativo na Educação Infantil, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) acaba de lançar, por meio da Editora Champagnat, a publicação Avaliação “Da” e “Na” Educação Infantil: Significando Conceitos e Práticas.
A partir dessa reflexão, os autores do livro debatem, além do próprio processo avaliativo, questões como participação, oferta, acesso e qualidade da educação. O RedeGIFE conversou com Vanderlúcia da Silva, coordenadora de projetos, parcerias e incidência da RMS para entender melhor a iniciativa. Confira:
RedeGIFE – Como surgiu a proposta de desenvolver uma publicação que olhasse para a questão da avaliação na Educação Infantil?
Vanderlúcia da Silva – A avaliação está presente em diversos espaços que discute a educação, tanto no que se refere à aplicação de testes quanto no debate sobre as concepções que dizem respeito à sua formulação, adequação, objetivos e usos. A Educação Infantil também está na pauta no ambiente social e educacional e é tema presente na legislação e na política pública de educação no Brasil pelo menos desde 1996.
A Rede Marista de Solidariedade tem um olhar cuidadoso para essa questão e tem desenvolvido projetos e metodologias visando um entendimento de filiar a referida oferta à perspectiva crítica reconhecendo a(s) infância(s) como direito, portanto, como cidadania infantil em desenvolvimento físico, intelectual, afetivo e social.
RedeGIFE – Como se deu o processo de pesquisa e construção dos conteúdos?
Vanderlúcia da Silva – Levando em conta a experiência desenvolvida na RMS, o reconhecimento, tanto da pertinência quanto dos desafios que pautam as discussões e iniciativas em torno da avaliação da/na Educação Infantil, justifica nosso propósito em reunir pesquisadores de diferentes espaços acadêmicos e educadores da RMS, buscando sistematizar as discussões e embates aportados à temática e elucidar as possibilidades e desafios inerentes ao desenvolvimento e implementação de uma matriz avaliativa atenta à referida perspectiva.
Assim, o texto introdutório traduz a leitura das pesquisadoras Fabiane Lopes de Oliveira e Ilda Lopes Witiuk, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), buscando conferir visibilidade à concepção de direito à Educação Infantil no contexto da legislação brasileira. Proposição que intenciona elucidar subsídios fundamentais para pensar a avaliação na perspectiva do direito da criança.
O primeiro capítulo, caracterizado pela construção teórica das pesquisadoras Bruna Ribeiro – assessora de avaliação em Educação Infantil no Departamento de Orientações Técnica da Secretaria Municipal de São Paulo e Catarina Moro – Universidade Federal do Paraná (UFPR) -, busca elucidar os cenários pertinentes à discussão e à consolidação de propostas de avaliação da/na Educação Infantil. Construção que se aporta às experiências internacionais e ao delineamento das políticas em curso em âmbito nacional referentes à temática.
Por sua vez, o segundo capítulo traduz o esforço de educadores da RMS, aportados na experiência de construção e implementação de uma Matriz de Avaliação para a oferta de Educação Infantil nas Unidades Educacionais vinculadas à Rede, em demonstrar as concepções e práticas que viabilizam o levantamento de indicadores e desenvolvimento de uma proposta avaliativa da/na Educação Infantil centrada no direito da criança.
O terceiro e último capítulo caracteriza a intencionalidade de demonstrar a busca da Rede em pensar processos de gestão articulados ao seu posicionamento e práticas, tendo o ideário de qualidade e participação como princípios de um modelo de gestão a serviço da defesa e promoção dos direitos das infâncias.
RedeGIFE – A publicação chega a apontar caminhos para o impacto na qualidade da Educação Infantil no Brasil? É possível destacar um ou dois?
Vanderlúcia da Silva – A obra se caracteriza pelo esforço de discutir, política e pedagogicamente, a construção de indicadores e de processos avaliativos, sob o ponto de vista da oferta e do percurso formativo na Educação Infantil.
Ao reconhecer a importância da reflexão sobre a avaliação “da” (indicadores de contexto em que são realizadas as práticas educativas) e “na” (indicadores do processo educativo no interior das instituições) Educação Infantil, os autores deste livro buscam a mobilização e o comprometimento de educadores e demais agentes que definem políticas educacionais na concepção de uma avaliação participativa, potencializando o debate sobre qualidade da oferta.
Dessa forma, a intencionalidade é demarcada pelo desejo de indicar a possibilidade de construir espaços de oferta de Educação Infantil de qualidade social como direito das crianças, consequentemente, pela construção de processos avaliativos igualmente centrados na perspectiva do direito.
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