Cerca de 25 representantes de institutos e fundações participaram, no dia 29 de junho, do segundo encontro deste ano promovido pela Rede Temática em Leitura e Escrita de Qualidade para Todos*, em São Paulo. O grupo se reúne para discutir temáticas e possibilidades de ações conjuntas que visam fomentar o acesso à leitura e à biblioteca no país.

Na ocasião, Ana Lucia Lima, diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, apresentou um panorama de atuação neste campo de todas as instituições presentes, destacando o potencial de ação do grupo. Juntas, estas organizações investiram, em 2014, cerca de R$ 40 milhões em incentivo à leitura e beneficiaram diretamente quatro milhões de pessoas e entidades.

Entre as iniciativas já realizadas pelos investidores sociais no campo destacam-se: formação de mediadores/professores/multiplicadores; realização de montagem ou manutenção de espaços de leitura; assim como projetos de mobilização para o incentivo à leitura, como prêmios e concursos.

Há diversas experiências para serem compartilhadas, como a da Fundação Itaú Social, por exemplo, que realiza o projeto “Leia para uma criança”, e da Fundação Dorina Nowill, que articula a Rede de Leitura Inclusiva. Há também iniciativas como o projeto  “Semear leitores”, da Fundação Bunge, que visa revitalizar espaços de leitura, e a nova experiência da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, que criou em 2015 um projeto de um game para escolas públicas com o tema “Práticas de educação e novas linguagens”.

Entre os temas abordados no encontro, destaca-se o potencial do incentivo à leitura para reverter o índice alarmante de analfabetismo funcional. “Apenas um em cada quatro brasileiros do Ensino Fundamental II tem leitura e escrita plenas”, afirmou Ana Lima, responsável pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf).

Os participantes puderam ainda conferir um material elaborado pelo Ricardo Paes de Barros, que faz uma análise sobre a integração das iniciativas privadas e as públicas neste campo a partir do Plano Nacional do Livro e Leitura. Há muitas oportunidades de expansão do investimento social privado neste campo, apoiando políticas como a consolidação do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas; formação de agentes de leitura; apoio a feira de livros; entre outros.

Próximos passos

A partir das discussões do encontro, os participantes da Rede Temática traçaram alguns planos para os próximos meses. A ideia é alinhar os esforços que já vêm sendo realizados pelos investidores a fim de identificar sinergias e estabelecer uma iniciativa mais estruturante de ação para a sociedade brasileira.

“Trabalhando colaborativamente, esta rede do GIFE pode enriquecer o debate de como fomentar a leitura em jovens que não leem, não gostam de ler e têm dificuldades decorrentes disso”, disse Giovana Pereira, coordenadora do Instituto 3M. Christiane Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo, completou: “Este grupo permite descobrir meios das organizações atuarem em bibliotecas e espaços de acesso à leitura de forma eficaz e articulada”.

O primeiro passo será a elaboração de um infográfico que possa apresentar as informações sobre as ações dos associados do GIFE neste campo, apontando os locais onde ocorrem, para proporcionar uma visualização acerca de cooperações possíveis de serem feitas no grupo.

Além disso, a proposta será estruturar, em linhas gerais, os principais desafios vividos nos projetos com esse enfoque para levantar reflexões e trocas de experiências e mesmo apontar caminhos para incidência cooperativa.

*O grupo é atuante desde 2012 e, atualmente, conta com algumas instituições coordenadoras, como o Instituto Ecofuturo, Editora FTD, Instituto C&A, Instituto Paulo Montenegro e Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

**clique aqui para acessar o histórico do grupo