RedEAmerica traz modelo de atuação conjunta inovador

Por: GIFE| Notícias| 05/09/2005

MÔNICA HERCULANO
Repórter do redeGIFE

A vice-presidente executiva do Instituto Holcim, Maria Angélica Rotondaro, conta que os princípios do desenvolvimento de base da RedEAmérica auxiliaram na concepção de um programa da organização e que os manuais desenvolvidos pelos membros da rede estão sendo úteis para implantação dos projetos do instituto.

Juliana Andrigueto, coordenadora geral da organização, completa que este modelo de rede é inovador em comparação aos que se conhece no Brasil. “”Primeiro porque tem programas de aprendizagem e de construção de capacidades concretos. Os membros produziram manuais para serem aplicados pelos próprios membros e assim temos ferramentas comuns. Segundo porque tem como liderança o setor empresarial, expressa no Brasil por um comitê de CEOs.””

José Augusto Muller, do Instituto Camargo Correa, acredita que as principais características que diferenciam a RedEAmérica de outras redes, além de seu caráter hemisférico, envolvendo organizações das três Américas, são o foco exclusivo em desenvolvimento de base e o acesso ao Fundo Global RedEAmérica, que colocará à disposição dos associadas recursos para permitir sua divulgação para mais localidades. Além disso, todos os membros são organizações empresariais ou institutos e fundações criadas por elas, facilitando a transferência da capacidade gerencial das empresas para a área social.

A união de institutos e fundações para refletir juntos sobre suas práticas e a valorização pelas empresas de organizações de base e de sua importância e potencial nos processos de desenvolvimento social, para Maria Célia Barletta, gerente do Instituto de Cidadania Empresarial de São Paulo e coordenadora do bloco Brasil na RedEAmérica, são aspectos fundamentais desta rede. “”Em geral, institutos e fundações tendem a ser parceiros de organizações fortes, grandes, que costumam oferecer serviços e atendimento para as comunidades. Esta rede oferece uma oportunidade de iluminar o trabalho de organizações menores e fortalecer as capacidades das populações de baixa renda de falarem por si mesmas, sem intermediários, e de discutirem e decidirem seus caminhos.””

Segundo ela, os países da América Latina têm muito mais em comum do que se pensa, apesar das particularidades políticas, econômicas e culturais. Os processos que se operaram no continente desde o período da colonização, diz Maria Célia, são muito similares para todos os países, assim como as conseqüências destes processos. “”Nossos problemas e desafios são muito parecidos, embora as formas e estratégias de enfrentamento sejam diferentes e estejam em diferentes graus de amadurecimento. As distâncias dificultam sim as articulações, mas temos que considerar que a Rede ainda é bastante nova e tem um enorme potencial de consolidação e crescimento.””

O conceito e a prática de desenvolvimento de base, lembra Elizabeth Kfuri, da Fundação Otacílio Coser, tem como foco principal a diminuição da pobreza, a valorização das chamadas instituições de base e a valorização das riquezas locais, com o objetivo de consolidar a participação dos cidadãos nos processos de construção e transformação social. “”Com a participação na rede, ampliamos conhecimentos sobre este tema, estabelecemos contatos e trocas de experiências muito ricas com outros membros, visitamos projetos no Brasil e na América do Sul. Enfim, tivemos e temos oportunidades únicas de aprendizagem, que podem ser trazidas para nossos parceiros operadores, gestores de campo, instituições comunitárias que implementam e operam os projetos sociais.””

Segundo ela, a RedEAmérica avançou muito em pouco tempo: uma secretaria executiva fixa e um fundo global estão sendo estruturados, os processos decisórios passam por um conselho diretivo e a assembléia geral é soberana. “”O modelo de gestão é bem horizontal, proporcionando que todos participem, estimulando o relacionamento ente os membros. É um modelo de rede social semelhante a algumas que já existem e funcionam no Brasil, mas o tema central e algumas especificidades, como a intensa formação e capacitação, fazem dessa rede um exemplo a ser visitado””, afirma.

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