Representantes do GT 9 – Grupo de Trabalho “Filantropia e Desenvolvimento Sustentável” – que faz parte da Civil Society 20 (C20), entregaram ao governo federal brasileiro uma síntese de recomendações políticas fruto dos trabalhos realizados ao longo deste ano. A entrega do documento ocorreu nesta quinta-feira (24), no Palácio do Planalto, em Brasília, pelas mãos do secretário-geral do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, Cássio França, e o representante da rede global de organizações filantrópicas WINGS, ⁠Benjamin Bellegy. 

O intuito da ação é convocar os países integrantes do G20 a assumirem compromissos efetivos com o ecossistema filantrópico, tendo em vista seu potencial responsivo aos desafios sociais e climáticos que o mundo tem enfrentado. As recomendações foram entregues aos representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Westmann; e da Secretaria-Geral do G20 e do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Simões. 

“A filantropia tem sido um importante catalisador de recursos para a sociedade civil, atuando no financiamento e no fortalecimento de comunidades e organizações sociais no combate às desigualdades”, avalia Pedro Bocca, Coordenador de Articulação Internacional e Políticas Públicas do GIFE, que também participou da reunião. 

“Assim, sendo o G20 um grupo criado para responder ao desafio global de reorganização da política econômica mundial, faz todo o sentido envolver a filantropia como um parceiro e um ‘player’ nos grandes debates globais”, completa.

Dentre os temas abordados no documento, um dos principais diz respeito à necessidade da construção de um sistema tributário mais justo, como aponta a segunda recomendação. “Para isso, propõe apoiar a implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Fiscal (UNFCITC), além da criação de novos mecanismos internacionais e nacionais de tributação sobre a riqueza”, explica Pedro Bocca. 

Também são defendidas reformas da dívida internacional e tributária e facilitação do acesso a recursos pela sociedade civil. No total, foram apresentadas quatro recomendações: 

• Endereçar as desigualdades e prevenir a exclusão no desenvolvimento sustentável;
• Destravar financiamentos catalisadores de promoção de desenvolvimento sustentável e de transições justas; 
• Um novo quadro de cooperação global; 
• A importância de proteger o espaço cívico. 

Elas serão oficialmente apresentadas durante a Cúpula do G20, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro. 

Também estiveram em Brasília: Gustavo Bernardino, gerente de programas do GIFE; e a representante do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e da Rede Comuá, Cris Azevedo.

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