Segunda-feira, 29 de outubro de 2001

Por: GIFE| Notícias| 29/10/2001

Ações desprezam zelo social de S.A.

Os analistas brasileiros já consideram os investimentos sociais na hora de analisar uma empresa. No entanto, os dados não influenciam no preço das ações, muito menos nas recomendações de investimento dos analistas e no preço justo que projetam para uma ação. Pesquisa feita pela Comissão de Balanço Social da Associação Brasileira dos Analistas de Mercado e Capitais (Abamec), revela que 41% dos 331 analistas que responderam o questionário consideram as informações sociais todas as vezes que fazem projeções para uma empresa. Outros 31% analisam os dados na maioria das vezes, dependendo de qual setor é a empresa. Apenas 6% dos analistas não acham importantes as informações sociais. (Valor Econômico, p. C2, 29/10 – Daniele Camba)

Eventos

O Instituto Sérgio Motta promove o fórum Empresa Cidadã: Papel Social e Compromissos. Milú Villela, presidente do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, é uma das participantes. O evento acontece a partir das 20h, no auditório da Fundacentro, em São Paulo. Informações pelo telefone (11) 3662-2282 ou pelo e-mail [email protected]. (Valor Econômico, p. C16, 29/10)

Ações que valorizam

O jornal Folha de S. Paulo publicou, no dia 28/10, um caderno especial sobre voluntariado. Na oportunidade, o jornal afirma que as empresas brasileiras, seguindo tendência internacional, estão deixando de praticar somente filantropia de caráter provisório para atuar em ações sociais de longo prazo. Especialistas dizem que, para o trabalho ser efetivo, as companhias não devem fazer só doações, mas estimular o voluntariado entre os funcionários.

Empresas trocam doações por trabalho social de longo prazo

As empresas estão deixando de praticar somente a filantropia paliativa para atuar em ações de impacto social de longo prazo. As empresas estão percebendo que podem proporcionar à sociedade uma contribuição maior do que apenas doar dinheiro, comida ou roupas, diz a consultora de voluntariado empresarial, Ruth Goldberg. Para que as ações sejam efetivas, Ruth diz que as empresas não devem só fazer doações, mas precisam estimular o trabalho voluntário entre os funcionários. A estratégia do BankBoston, por exemplo, acompanha essa tendência. Desde a criação da Fundação BankBoston, em 1999, o banco deixou de apenas fazer doações para mobilizar seu quadro de funcionários em prol de ações sociais. A instituição criou uma gincana que tem como objetivo chamar a atenção do maior número de pessoas para o voluntariado e formar multiplicadores de conhecimento. (Folha de S. Paulo, p. Especial 2, 28/10 – Mirella Domenich)

Ação feita com ONGs tem vantagens

Nível de ideologia e técnicas de gestão são as principais diferenças entre empresas e ONGs quando ambas se dedicam ao trabalho voluntário. Segundo estudiosos, empresários e voluntários, as ONGs têm ativistas mais compromissados, e as empresas são mais organizadas administrativamente. Ambas tentam melhorar suas deficiências. As ONGs precisam do conhecimento de gestão que as empresas têm e estas, do compromisso social, diz Maria Elena Johannpeter, vice-presidente da Parceiros Voluntários, uma ONG de Porto Alegre. (Folha de S. Paulo, p. Especial 2, 28/10)

Empresários encontram tempo para colocar a mão na massa

A maior parte das empresas que estimula o voluntariado tem no próprio dono um grande incentivador. Apesar de nem todos conseguirem tempo para se envolver diretamente, alguns empresários pelo país driblam a rotina e dão um jeito de colocar a mão na massa. Em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, Jairo Azevedo, dono da Séculos, passa todas as manhãs na Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, um gigantesco complexo de assistência a crianças e adolescentes. Azevedo passa metade do seu dia tratando de questões administrativas e tentando obter dinheiro para a entidade. (Folha de S. Paulo, p. Especial 3, 28/10 – Ranier Bragon e Luiz Francisco)

Ação social também ajuda a disputar espaço no mercado

Em um mundo cada vez mais tecnológico e globalizado, os produtos tendem a ser cada vez mais indiferenciados. E é justamente nesse contexto, segundo Alcir Gomes Leite, vice-presidente-executivo de operações da agência de publicidade DM9DDB, que se torna ainda mais importante fortalecer a marca da empresa. De acordo com ele, abraçar uma causa, social ou ambiental, é ir além do conceito tradicional de marca. Segundo consultores, não existem dados que determinem quais áreas de atuação social poderiam render mais empatia do público consumidor com uma empresa. Mas há algumas pistas. A coordenadora do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, Márcia Tedesco, diz que, apesar de não haver nenhum estudo oficial sobre as áreas de atuação do voluntariado em geral no Brasil, nota-se uma predileção por projetos relacionados à educação e à infância. (Folha de S. Paulo, p. Especial 4, 28/10 – Silvana Mautone)

Empresa pode ter orientação para começar

Um passo fundamental para empresas que querem participar de uma ação voluntária é encontrar um lugar onde possam conhecer entidades que precisam de ajuda ou onde tenham como aprender a desenvolver seu próprio projeto. Os centros de voluntariado são as principais organizações que concentram essas informações nos estados. Eles funcionam como uma ponte que faz a ligação entre as empresas e as entidades. (Folha de S. Paulo, p. Especial 4, 28/10)

Decisão de participar depende muito do dono, diz pesquisa

O investimento em projetos sociais e trabalhos voluntários é quase sempre uma decisão pessoal do dono da empresa. É o que mostra a pesquisa Ação Social das Empresas, coordenada por Anna Maria Peliano do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na região Sudeste, que concentra a maior parte das empresas no Brasil, 71% das iniciativas de ação social da empresa partiram do dono. Da mesma forma que é um desejo de ser útil e solidário que move um indivíduo a se engajar no trabalho voluntário, a ação da empresa também nasce, na maioria dos casos, de uma decisão pessoal do dono, diz Anna Maria. (Folha de S. Paulo, p. Especial 6, 28/10 – Antônio Gois)

Tamanho não impede atividade social

Não importa o tamanho da empresa: pode ser gigante ou micro, todas podem estimular o trabalho voluntário entre os funcionários. As empresas, porém, devem desenvolver projetos de acordo com sua capacidade. As empresas de grande porte vêem a responsabilidade social como parte do negócio e criam institutos e fundações para gerenciar as ações. As médias destacam alguns líderes para que eles organizem o voluntariado interno e a partir das necessidades apontadas pelos próprios funcionários. Nas pequenas, muitas vezes, a iniciativa parte do dono, que procura ajudar a comunidade onde sua empresa está instalada, afirma Márcia Tedesco Dalcceco, coordenadora geral do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário. (Folha de S. Paulo, p. Especial 6, 28/10)

Companhias estão mais atuantes, mas a adesão precisa aumentar

Em entrevista, Milú Villela, presidente do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, afirma que o volume dos recursos privados aumentou e está bem maior do que os R$ 3,5 bilhões do ano passado. Não temos números ainda fechados, mas podemos observar que muita gente e empresas que nunca pensaram em fazer projetos sociais estão se manifestando. Houve um amadurecimento da consciência dos empresários de que a sociedade civil é muito responsável e todos temos que nos mobilizar porque o governo não consegue fazer duo sozinho, disse Milú Villela. (Folha de S. Paulo, p. Especial 10, 28/10 – Mirella Domenich)

Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje:

  • Fundação BankBoston
  • Instituto Sérgio Motta
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