Convidamos você para participar deste seminário ampliado para debater a temática da relevância dos investidores sociais independentes na nova arquitetura institucional de apoio às OSCs. Este seminário é parte dos esforços do GIFE e parceiros no sentido de promover a diversificação dos investidores sociais, difundindo a importância de fundações e institutos independentes e comunitários no fortalecimento da sociedade civil organizada e do investimento social no Brasil.

O Brasil vive atualmente um momento desafiador em sua história republicana. Os padrões de desenvolvimento social e de democratização gerados a partir dos pactos estabelecidos na Constituição de 1988 precisam ser revitalizados. O ciclo virtuoso que promoveu participação social, avanços nas políticas públicas e na responsabilidade social nos últimos vinte anos trouxe muitos ganhos ao país, e necessita agora de revisão e incorporação de novas práticas e arranjos.

O país precisa repensar e redirecionar suas opções de futuro. Os setores sociais e as instituições, e não somente o governo, precisam enfrentar os desafios de melhor compreender os anseios e demandas da sociedade e de atualizar seu papel e sua contribuição no processo de construção de um novo futuro.

Um desafio particularmente importante, especialmente depois das chamadas “jornadas de junho” (2013) é fazer com que a institucionalidade democrática esteja à altura da complexidade e das exigências da sociedade brasileira. Aproveitar a energia crítica e inovadora de “Junho” para atualizar o patamar ético e republicano das instituições.

Para que a democracia ganhe em qualidade e efetividade, o desenvolvimento social seja mais sustentável e inclusivo, e as instituições e corporações sejam mais socialmente responsáveis, faz-se necessário que as instituições, todas elas – governo, Legislativo, Judiciário, escolas e universidades, mídia, organizações da sociedade civil, empresas, etc. – mostrem-se capazes de se conectar aos novos movimentos de mudança na sociedade, nutrindo-se desta nova energia para poderem proceder à atualização de suas formas de ser e de operar.

Nesse contexto, as organizações da sociedade civil (OSCs) têm tido uma contribuição muito importante em relação à luta contra a pobreza e as desigualdades, ao aprofundamento da democracia e à promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável, desde longa data. Não obstante, a equação que dava base à sua sustentabilidade política e financeira também se esgotou. Com isso, corre-se o risco de fragilização de um pilar fundamental de construção de um futuro melhor para o país – o ativismo autônomo das OSCs. Essas organizações são chave para mobilizar e manter a vitalidade do tecido social orientado pela defesa e promoção de direitos, e para a sustentabilidade da democracia.

Daí a relevância do debate e da luta por estabelecer uma nova arquitetura institucional de apoio às OSCs no país. Nesse processo, os investidores sociais independentes são fundamentais, dada sua capacidade de desenvolver fundos voltados a causas sociais, com independência, idoneidade e capilaridade. Representam uma nova maneira de fazer o grantmaking e precisam ser viabilizados financeira e politicamente. É importante legitimar o papel dos fundos como atores legítimos na nova arquitetura institucional.

Uma sociedade democrática requer instituições independentes para fomento da própria democracia. Os investidores sociais independentes encontram aí sua razão de ser.

O seminário tem o objetivo de aprofundar esta reflexão e identificar convergências possíveis entre diferentes atores no campo do investimento social independente em prol do seu fortalecimento.