Site permite às organizações comparar fundos para um investimento de recursos mais seguro

Por: GIFE| Notícias| 27/04/2012

*Daniele Próspero especial para o redeGIFE

Quando o assunto é a gestão de recursos das organizações, muitos questionamentos podem ainda aparecer: “Qual a melhor forma de investir?”, “Como proteger o patrimônio?”, “Como garantir que as tomadas de decisões sejam feitas com segurança e transparência?”. Responder a estas dúvidas não é tarefa fácil.

Daniel Ávila, diretor da Endowments do Brasil Investimentos, destaca que as organizações enfrentam dificuldade para avançar na gestão dos recursos e, principalmente, no investimento em fundos, porque é preciso reunir conhecimentos jurídicos e financeiros, o que não costuma ser uma expertise dos bancos. “Normalmente, o que se percebe, é que a gestão financeira das organizações acaba sendo feita por aspectos subjetivos, um amigo ou conhecido que dá alguma dica, sem ter um critério objetivo. E isto não pode ocorrer, tendo em vista que as organizações estão lidando com recursos de terceiros”.
A Endowments do Brasil Investimentos percebeu que faltava o básico: informação. Por isto, acaba de lançar o site Comparação de Fundos (www.comparacaodefundos.com), com o objetivo de dar mais transparência ao mercado de gestão de recursos e permitir que as pessoas compreendam a importância de suas decisões financeiras, que devem ser tomadas com informação transparente, seriedade e evitando conflitos de interesse. “São mais de 70 milhões de informações. O desafio foi organizar este banco de dados e descobrir ferramentas que fossem interessantes para os investidores na hora da tomada de decisões”, comenta Daniel.
Desta forma, o site disponibiliza de forma gratuita as informações para que os usuários possam avaliar todos os fundos do mercado brasileiro e tomar suas decisões. Os dados são fornecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e processados, gerando as comparações. O site monitora permanentemente todos os fundos de investimento do Brasil (são mais de 10 mil) e apresenta uma relação atualizada com alguns considerados pela empresa como mais interessantes. Antes, muitas destas informações só podiam ser consultadas em sistemas com alto custo mensal, o que restringia o acesso à informação e dificultava o acompanhamento do desempenho dos investimentos.

Para fazer as comparações, basta que o internauta escreva parte do nome do fundo ou seu CNPJ ou ainda termos como “ações” ou “multimercado”. Ao digitar a informação, o site traz uma lista com os fundos organizados por ordem de relevância, considerando o patrimônio e número de cotistas. Ao incluir um fundo, é gerado um gráfico e uma tabela comparando-o ao CDI, Ibovespa ou Poupança. É possível adicionar e comparar até 10 fundos ao mesmo tempo.
Para o diretor da Endowments do Brasil, o site se torna um grande validador para as organizações tomarem decisões. “O site consegue avaliar a consistência e desempenho dos fundos, o que traz segurança para o investimento. Além do que, do ponto de vista das organizações, confere maior respaldo perante às pessoas que fazem as doações, conseguindo extrair o máximo de valor daqueles recursos doados”.

Além dos números, é possível acessar conteúdo sobre planejamento financeiro, armadilhas deste mercado e oportunidades de investimento. Em breve, os internautas poderão ainda ter em um único documento a comparação dos seus fundos de investimentos nas várias contas bancárias que tiver.
Dicas para escolher um fundo
Daniel Ávila enfatiza que as organizações devem seguir algumas orientações importantes antes de definir em qual fundo gostariam de investir.
A primeira pergunta que devem fazer é: “Qual é o grande objetivo da organização com o investimento: proteger o patrimônio, por exemplo?”. Depois: “Qual o prazo do investimento?”. “A organização precisa entender o que o grupo de pessoas que a mantém pensa sobre ela e o nível de tolerância que estão dispostos a assumir em risco de investimento”, comenta o diretor da Endowments do Brasil.
A partir daí, a organização poderá definir uma estratégia e escolher como investir. As opções são muitas e diversas. No caso de optar por um investimento em renda variável, por exemplo, pode ser interessante, mas será preciso projetar algo a longo prazo. Já há outras opções que não variam muito, como fundos fixados na Selic, que são menos voláteis, mas podem não render tanto assim.
Fundos patrimoniais
Uma discussão que vem ganhando a atenção cada vez maior nesta temática de gestão de recursos é a criação dos fundos patrimoniais com a proposta de melhorar a sustentabilidade financeira do terceiro setor.
O Congresso do GIFE contou com uma mesa específica para debater este tema (leia mais) e lançou também a publicação “Código de Conduta para Gestão de Investimento de Fundos Patrimoniais e Organizações sem fins lucrativos”, com o apoio dos institutos Camargo Corrêa, C&A e Hedging-Griffo.
A publicação, originalmente elaborada pelo CFA Institute, associação global que reúne mais 100 mil profissionais do mercado financeiro, estabelece princípios a serem seguidos por pessoas com poder de decisão sobre os investimentos dessas organizações (baixe a publicação aqui).
Sobre este assunto, Daniel Ávila afirma: “O fundo patrimonial dá uma estabilidade financeira para as entidades e, principalmente para aquelas que estavam trabalhando com temas mais delicados, passam a ganhar mais autonomia. Isso porque, se elas são gerenciadas por um grupo de pessoas que dependem de financiamento de grandes empresas, pode ter conflito de interesse. Quando tem uma base de financiamento diversificado e uma base de patrimônio que permite operar com mais estabilidade pode ter mais independência e trabalhar com um planejamento de longo prazo”, destaca.

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