Social Good: seminário promove reflexão sobre como a tecnologia pode ser usada como ferramenta de mudança

Por: GIFE| Notícias| 10/11/2014

Considerado o maior evento no Brasil dedicado a discutir o uso de tecnologias e novas mídias para inovação social, o Seminário Social Good Brasil (SGB) cumpriu sua missão nessa ano. Ao longo de dois dias de atividade (5 e 6 de novembro), especialistas e participantes estiveram em Florianópolis (SC) para discutir temas como empreendedorismo social, economia criativa e cidadania digital.

O evento faz parte da agenda do Social Good Summit, evento internacional que ocorre anualmente na semana das Nações Unidas, em Nova York. Robert Skinner, diretor executivo da Fundação das Nações Unidas, e um dos convidados internacionais desse ano, a sociedade brasileira pode contribuir para a reflexão e solução de problemas em escala local e global. “Uma conferência como esta conecta pessoas que estão desenvolvendo diferentes tecnologias para resolver problemas em comum.”

O redeGIFE selecionou alguns alguns destaques dessa edição. Confira:

Abertura

Uma pergunta central norteou boa parte das discussões dessa edição do evento: como a tecnologia pode ser usada como ferramenta de mudança? E foi exatamente essa provocação que inspirou duas organizações de Florianópolis – Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom) e Instituto Voluntários Online (IVA) – a trazer o movimento Social Good para o Brasil.

Fernanda Bornhausen Sá, uma das idealizadoras do SGB, explica que é inegável o poder da tecnologia e das novas mídias em diversas áreas do mundo atual. E, para ela, não poderia ser diferente na esfera social. ”Cada um de nós nunca teve tanto poder para ajudar a mudar a realidade para melhor”, ressaltou durante sua apresentação na abertura do evento.

Também participaram da abertura dois incentivadores da iniciativa: Luis Fernando Guggenberger, gerente de Inovação Social e Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo e Simone Gallo, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Itaú.

As apresentações iniciais deram o tom do que viria pela frente ao longo dos dois dias de programação – marcados por debates empolgados, relatos de experiências inovadoras e muitas provocações para pesquisadores, estudantes, investidores e empreendedores sociais.

Criatividade e mudança social

Um tema que marcou presença no evento foi a criatividade e a cultura da criação coletiva. Reinhold Steinbeck, educador e pesquisador em inovação, trouxe uma provocação para essa edição do SGB: por que o medo é uma barreira para a criatividade? Para ele, esse medo de criar nos faz recuar e bloqueia soluções inovadoras para transformar o mundo.

O pesquisador acredita que é preciso encorajar as pessoas a exercitarem sua criatividade para que problemas complexos possam ser resolvidos. Trata-se do incentivo à cultura da criação. Para ele, o Brasil possui um enorme potencial criativo, mas ainda é preciso criar mais espaços para o surgimento e fluxo das ideias.

Dayna Cunningham, diretora executiva do centro de pesquisa e cocriação MIT CoLab concorda. A especialista coordena ações em comunidades marginalizadas socialmente estimulando a criatividade. “A inovação colaborativa é uma forma de criar mudanças significativas para pessoas que vivem à margem, em todas as áreas.”

Terceiro setor em transformação

Representantes de diversas organizações levaram para o evento o tema da inovação no terceiro setor. Entre os casos apresentados, os participantes puderam conhecer metodologias, ferramentas e novas mídias que estão à disposição de atores sociais para otimizar processos e facilitar resultados.

Para Patrícia Santin, gerente da área da Infância e Adolescência na Fundação Telefônica, estamos vivendo na era do “Voluntivismo”, uma mistura de voluntariado e ativismo. Segundo ela, as pessoas estão engajadas e dispostas a contribuir com a criação de uma sociedade melhor.

Pedro Oliveira, diretor de comunicação da TETO Brasil, um projeto que nasceu no Chile e hoje está em 19 países trabalhando pela superação da pobreza, comentou a força das redes sociais para o diálogo com a sociedade. “A Teto usa os canais para conscientizar, para impactar e falar de um assunto que muitas vezes as pessoas não gostam de falar, que é a pobreza”.

Outro convidado, Aaron Britt, editor sênior da IDEO.org, uma organização sem fins lucrativos referência em design thinking, levou ao painel experiências inspiradoras ligadas à comunicação, informação e mobilização social.

Um dos exemplos que ilustraram bem como a criatividade e ferramentas simples de comunicação podem mudar comunidades em situação de vulnerabilidade acontece na Zâmbia. “Criamos um salão de beleza para que as mulheres tivessem acesso à informação sobre saúde sexual. Em um lugar onde não há cultura sobre planejamento familiar, tivemos que pensar em como atender o público da melhor maneira possível.”

Em outro painel, o Instituto C&A, organização que é referência em projetos na linha da educação, deu o exemplo de como é importante criar metodologias que facilitem parcerias estratégicas. Para Alais Ávila, assessora de Educação no Instituto, é preciso reforçar todo um ecossistema em benefício da qualidade na educação. E essa criação – e a cocriação – nasce também a partir de parcerias e projetos inovadores. “Só podemos inovar a partir do momento que temos uma mentalidade que busca pela inovação.”

A gerente de projetos da Fundação Lemann, Flavia Goulart, levou para o evento o exemplo de uma iniciativa que trabalhou a tecnologia com educadores por meio de formações. Ela explicou que um importante papel dos investidores sociais na área da educação é oferecer produtos inovadores e gratuitos que preparem a equipe escolar para outras inovações. Para Flavia, esse pode ser um dos caminhos para uma melhor educação pública em nosso país.

Social Good na tela

A edição de 2014 marcou o lançamento do primeiro documentário do Social Good Brasil, o “Conectados Transformamos”. Durante a apresentação da produção, a equipe do SGB e da produtora Lagoa Filmes, além dos patrocinadores IBM Brasil e Azul Linhas Aéreas, celebraram o resultado.

Carolina de Andrade, coordenadora do SGB, reconheceu a força da parceira para a consolidação do projeto e chamou a atenção para os relatos presentes no documentário. “Queríamos contar histórias brasileiras muito poderosas, para inspirar, para mostrar que nós podemos ser criadores da mudança.”

O trailer do documentário já está no ar.

Saiba mais
Para saber tudo sobre o Social Good Brasil 2014, incluindo vídeos com os painéis, acesse.

Com informações do Social Good Brasil, do Portal Voluntários Online.

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