Tecnologia como aliada da educação na gestão do conhecimento

Por: GIFE| Notícias| 21/03/2014

A tecnologia tem inovado as ferramentas educacionais, contudo, é preciso ousar para não fazer mais do mesmo.

Iniciativas que aliam tecnologia e educação têm se multiplicado nos cenários nacional e internacional. Os principais exemplos disso são portais que disponibilizam gratuitamente na internet conteúdos qualificados, advindos de renomadas universidades. Contudo, apesar de serem ferramentas de potencial transformador, essas plataformas ainda não alavancam os indicadores educacionais brasileiros.

Este contraste foi o mote do debate “Inovação na educação: como a tecnologia tem impactado a educação no Brasil”, realizado nesta quinta-feira (20), no 8º Congresso GIFE.

Claudia Costin, secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro, apresentou ao público a Educopedia, uma plataforma online colaborativa de aulas digitais, utilizada por professores e alunos, com orientações curriculares da Secretaria. “Cada aluno tem seu itinerário educativo, no seu ritmo. E a principal mudança, entre os 400 professores que revisam constantemente os conteúdos das aulas, é vê-los sair do papel de professor de sala de aula, para assegurador de aprendizagem, mobilizadores de cérebros e talentos”, contou.

A metodologia adotada pela Educopedia é semelhante à adotada pela Veduca, empresa que disponibiliza conteúdo aberto de aulas de grandes universidades como MIT, Harvard, Stanford, Yale e USP, em mais de 5,7 mil vídeo-aulas com legendas em português. “Disponibilizamos até um MBA em Engenharia e Inovação”, lembrou Carlos Souza, fundador da iniciativa. Na opinião de Carlos, falta no Brasil educação de qualidade e, consequentemente, mão-de-obra qualificada. “A tecnologia, se bem utilizada pode aumentar a eficiência educacional”, disse.

Presente também no debate, Daniela Caldeirinha, coordenadora da Fundação Lemann, relatou que a instituição atua há 12 anos com o objetivo de acelerar a educação e o aprendizado com o uso da tecnologia. Além de traduzir documentos de entidades internacionais, a Fundação também desenvolve ações em escolas municipais disponibilizando conteúdo e dando apoio aos educadores. “Atualmente nossas ações impactam cerca de dez mil alunos. Temos gargalos, mas estamos avançando”, relata Daniela. Para ela a tecnologia muda a forma como o professor leciona. “É interessante observar que com o uso da plataforma faz menos sentido dar a mesma aula para todos os alunos indistintamente.”

A necessidade de as universidades estarem mais atentas a discussões como esta foi destacada por Luciano Meira, professor do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco. “É preciso haver articulação entre atores da educação. Nunca se investiu tanto em start-up de educação e isso gera uma atmosfera de otimismo. A academia precisa se aproximar das start-ups e tecnologias digitais”, enfatizou.

Durante o debate com o publico surgiram na plateia questões palpitantes como: a relação entre pais e filhos e o uso de tecnologias; a formação que o professor tem para receber a geração atual, mais familiarizada com tecnologias; o papel do professor enquanto um guia que transforma informação em conhecimento; o desalinhamento entre a estrutura escolar oferecida e as demandas de uso de tecnologia pelos estudantes; e, por fim, o quanto a tecnologia deve ser vista menos como um objeto de consumo e mais servir as necessidades do homem.

Ao final, a mediadora Adriana Martinelli, do Instituto Singularidades, reforçou a importância de ter ousadia. “É preciso ousar mais na educação, senão vamos fazer mais do mesmo com um pouco mais de tecnologia”, ponderou.

A Fundação Lemann é associada GIFE

Confira o que aconteceu no 8º CongressoGIFE: http://congressogife.org.br/2014/

“Ane Ramos, da Envolverde – Especial para o GIFE

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