Tecnologias sociais garantem segurança hídrica na Amazônia e no Mato Grosso 

Por: Fundação André e Lucia Maggi| Notícias| 31/03/2025

Infraestrutura hídrica sustentável fortalece a produção agrícola e contribui com comunidades para os desafios climáticos 

As longas estiagens dos últimos anos na Amazônia e em Mato Grosso trouxeram impactos severos para a vida no campo. Com rios atingindo níveis historicamente baixos e poços secando, o acesso à água tornou-se um dos maiores desafios para agricultores e agricultoras familiares. Diante desse cenário, iniciativas voltadas para o armazenamento e uso eficiente da água vêm ganhando força nas comunidades rurais, como a construção de cisternas para captação da água da chuva. 

Construção da Cisterna na comunidade do Jamanã em Itacoatiara (AM).

A Fundação André e Lucia Maggi (FALM), em parceria com as próprias comunidades, viabilizou a implementação de cisternas como parte de um esforço coletivo. A iniciativa não foi um projeto imposto de cima para baixo. Pelo contrário, foi construída junto às pessoas moradoras, por meio de oficinas práticas e formações técnicas, com apoio técnico da Can Sustentável e Lacan. Além de receberem a estrutura, as comunidades aprenderam a mantê-la e a replicá-la, garantindo sua autonomia no gerenciamento da água. A ação incluiu duas tecnologias sustentáveis: a captação de água da chuva com cisternas de ferrocimento, com capacidade de 15 mil litros, e a instalação da fossa ecológica de bananeira, que trata os resíduos de forma natural e sustentável. 

“Essa cisterna vem para mostrar que nós já sabíamos como lidar com a água, mas precisávamos de apoio para organizar esse conhecimento”, afirma Aparecida Marti, coletora de sementes e integrante da Associação de Policultura da Agricultura Familiar (Ceiba). “Agora, além de garantir que nossas plantações sobrevivam no período de seca, conseguimos ter água para cozinhar, lavar e viver com mais tranquilidade”, completa.  

A ação faz parte de um projeto mais amplo de zoneamento permacultural sustentável, que busca não apenas a captação de água, mas também soluções ecológicas para saneamento básico, que compõe o Projeto Cultivando o Futuro, parte do programa Crescendo com o Local, voltado para a agricultura familiar em Itacoatiara (AM) e em Mato Grosso. “Água não é só para beber, ela é a base da produção, da vida e da dignidade no campo”, destaca Aletéa Rufino, gerente de investimento social privado da FALM.  

A implementação de quatro cisternas nas comunidades, sendo uma em cada um das Associações: Associação de Policultura da Agricultura Familiar (Ceiba), em Diamantino (MT), e em três associações de agricultores familiares em Itacoatiara (AM) – Associação Sementes da Terra, Associação dos Produtores Rurais do Jamanã e Associação Agropecuária dos Produtores Rurais Indígenas e Não Indígenas do Ramal Fortaleza Mura – é um passo importante para garantir a segurança hídrica e fortalecer a produção agrícola local. Juntas, essas cisternas asseguram o acesso a esse recurso fundamental para 235 famílias.  

“O projeto vem com a proposta de lembrar que os agricultores e agricultoras já detêm o conhecimento. A tecnologia sempre esteve presente no dia a dia dessas comunidades, e agora a ideia é conectar essas soluções para podermos cuidar melhor da terra, das nossas águas e das pessoas. É isso que fará a diferença no futuro”, afirma João Lucas, bioarquiteto da Can Sustentável/Lacan.  

Para as famílias agricultoras que convivem com longos períodos de estiagem, a chegada das cisternas representa mais que uma solução emergencial – é uma ferramenta que fortalece a autonomia e garante condições mais seguras para produzir. “A gente sabe que a seca vai voltar, mas agora tem como se preparar melhor”, reflete Aparecida Marti. “Essa água que agora conseguimos guardar nos dá tranquilidade para seguir trabalhando e cuidando da nossa comunidade”. 

Construção da fossa ecológica na comunidade do Jamanã em Itacoatiara (AM) com os estudantes da Universidade Estadual do Amazonas.

Confira como foi todo esse processo clicando aqui.

Sobre a FALM
A Fundação André e Lucia Maggi (FALM) é uma instituição sem fins lucrativos, responsável pela gestão do Investimento Social Privado da AMAGGI. Criada em 1997, a FALM atua no desenvolvimento de pessoas e comunidades por meio de iniciativas específicas para a agricultura familiar, qualificação profissional, empregabilidade, empreendedorismo e fortalecimento de organizações sociais, movimentos sociais e coletivos.

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