Terça-feira, 5 de março de 2002
Por: GIFE| Notícias| 05/03/2002Os projetos que destacam talentos dão mais resultado
Os projetos sociais desenvolvidos por empresas junto às comunidades que conseguem os maiores benefícios são aqueles que utilizam como ponto de partida os talentos e capacidades dos integrantes e não suas deficiências. Esta é a conclusão do diretor do Instituto de Desenvolvimento Comunitário com Base em Ativos da Northwestern University (EUA), John McKnight, depois de pesquisar 300 comunidades nos Estados Unidos, África e América Latina. Quando você olha um copo metade cheio, metade vazio, pode achar que ele está quase vazio, ou apreciar a parcela cheia. Em geral, no trabalho filantrópico, é comum vermos instituições focando na metade vazia, que representa as deficiências da comunidade. Os governos, em geral, focam nos problemas. Mas a sociedade civil organizada precisa olhar para a metade cheia do copo, ou seja, para as capacidades da comunidade. É a estratégia mais eficiente, diz McKnight. (Gazeta Mercantil, p. A-8, 5/3 – Carla Éboli)
Estado é finalista do Prêmio Ayrton Senna
O Estado de S. Paulo é um dos finalistas do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo 2001-2002, promovido pelo Instituto Ayrton Senna. A reportagem Brasil Descumpre Metas Acertadas com Unicef, da repórter Luciana Garbin, foi uma das cinco indicadas na categoria jornal, entre 1.300 concorrentes de todo o País. As matérias vencedoras serão divulgadas no dia 21/3. O objetivo do prêmio é estimular veículos e profissionais de comunicação que contribuam para o desenvolvimento humano sustentável, favorecendo as novas gerações. (O Estado de S. Paulo, 5/3)
Trabalho infantil – sintoma e causa da pobreza
Apesar da Constituição proibir o trabalho de menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14, 2,9 milhões de crianças e adolescentes brasileiros de cinco a 14 anos, segundo dados do IBGE de 1999, são trabalhadores precoces. Isso significa, em boa parte dos casos, estar privado de direitos à educação, convívio familiar e comunitário, cultura, lazer, ficar exposto a acidentes e doenças de trabalho e ser mais uma vítima da baixa escolaridade e falta de perspectivas.
Terceiro Setor pode melhorar a situação – Organizações do Terceiro Setor têm feito a diferença na vida de meninos e meninas brasileiros. Em Carapicuíba-SP, por exemplo, a Fundação Orsa acompanha 82 crianças em situação de risco por meio do Projeto Formação. Nosso trabalho é justamente dar conhecimento, pois se elas só aprendem a catar lixo vão catar lixo a vida inteira, explica a coordenadora do programa, Neide de Albuquerque. (O Estado de S. Paulo, p. C4, 5/3 – Luciana Garbin)
Caridade de empresário
No Brasil, a grande maioria das empresas mantém projetos sociais como forma de diminuir a tensão social. Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 1999 e 2001 revelou como a iniciativa privada atua no combate à pobreza. Grande parte das empresas doa cestas básicas, remédios ou produtos que fabrica. Outras prestam atendimento à comunidade, oferecem aulas de alfabetização e mutirões de saúde para pesar crianças. Embora seja um trabalho importante para aliviar as necessidades imediatas da população ainda é pouco. Nos países desenvolvidos, as empresas começam o trabalho social em casa, melhorando a vida dos funcionários. A forma como as instituições agem no mercado também influencia muito. Lá, é fundamental obed ecer as leis ambientais, pagar impostos em dia, não explorar o trabalho infantil, entre outros.
Desconfiança – A maioria dos entrevistados pelo Ipea (73%) afirmou que os incentivos fiscais pesam pouco na decisão da empresa atuar na comunidade. Eles também criticaram a burocracia dos fundos que hoje oferecem algum tipo de isenção fiscal para contribuições sociais. Segundo os empresários, falta transparência. Ninguém sabe o destino do dinheiro doado e não há clareza sobre como os fundos selecionam os projetos. (Correio Braziliense, p. 14-15, 3/3 – Marina Oliveira)
Falta parceria com governos
A maior parte dos empresários com atuação na área social, ouvidos pelo Ipea, enxergam poucas possibilidades de parcerias com o poder público. Falta muita clareza por parte do Governo e também dos empresários sobre como atuar juntos, embora muitas vezes já trabalhem por conta de financiarem as mesmas ONGs, afirma Anna Peliano, coordenadora da pesquisa de responsabilidade social do Ipea. O crescimento do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social sinaliza uma mudança na cultura dos empresários. Criado há pouco mais de três anos, o Ethos busca importar para o Brasil o conceito dos países desenvolvidos do que é a participação social. Os associados precisam obedecer a cartilha internacional para continuar na organização. Hoje, o Instituto tem 520 associados, a maioria da região Sudeste. Juntas, essas empresas representam 28% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. (Correio Braziliense, p. 15, 3/3 – Marina Oliveira)
Fundações atraem mais dinheiro
O Grupo Bradesco atua na área social desde a década de 60. A criação da Fundação, em 1956, marcou o início dos trabalhos com educação e formação profissional de crianças, jovens e adultos. A primeira escola patrocinada pela Fundação Bradesco foi inaugurada em junho de 1962, na Cidade de Deus, em Osasco-SP. A pesquisa do Ipea mostrou que a presença de uma Fundação para cuidar das ações sociais da empresa aumenta a quantidade de recursos investidos. Além disso, o trabalho se profissionaliza e fica menos dependente da decisão individual dos diretores. Outro hábito positivo das fundações é avaliar o impacto das ações promovidas pela empresa. (Correio Braziliense, p. 15, 3/3 – Gabriela Prado)
Atletas lançam projeto social
Cinco esportistas brasileiros estão lançando umprojeto social voltado para alunos do ensino médio e destinado a incentivar a prática esportiva. As ex-jogadoras de basquete Paula e Hortência, o ex-são-paulino Raí, o jogador de vôlei Giovane e o ex-judoca Aurélio Miguel são os padrinhos do projeto Vibração Nestlé, que pretende ser o maior campeonato interescolar já realizado no Brasil, com a expectativa de receber 26 mil atletas de duas mil escolas da rede pública e privada. Na iniciativa, que reunirá estudantes do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, serão investidos R$ 5 milhões. (Correio Braziliense, p. 15, 3/3)
Empresas, fundações e institutos citados nas matérias publicadas hoje: