“Todos têm que se envolver”, alerta especialista sobre medidas para enfrentar mudanças climáticas
Por: GIFE| Notícias| 10/06/2024Plenária do Climate Solutions Forum, no Rio de Janeiro
À medida que o tema sobre adaptação climática avança a nível global, crescem as indagações a respeito das formas de financiamentos necessárias para criar e fortalecer soluções. O assunto foi tema de painel apresentado durante o F20 Climate Solutions Forum (CSF) 2024, na última quarta-feira (5). Engajamento coletivo, protagonismo do Sul global e a filantropia enquanto catalisadora de transformações sistêmicas foram alguns dos principais pontos levantados.
O quadro internacional referente às medidas de adaptação climática é preocupante. Um relatório divulgado em novembro de 2023 pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que “as necessidades financeiras de adaptação dos países em desenvolvimento são de 10 a 18 vezes maiores do que os fluxos financeiros públicos internacionais”. Ao apontar soluções para o cenário alarmante que o planeta enfrenta, principalmente os países mais vulneráveis economicamente, Lucas di Pietro, presidente do Conselho do Fundo de Adaptação, foi conciso: “todos têm que se envolver”.
Nesse sentido, Lucas listou atores e iniciativas cruciais, como: países desenvolvidos através do aumento da escala de financiamentos; fundos climáticos; a simplificação do acesso a recursos; universidades, através da detecção de impactos e opções de adaptação; e governos federais dos países em desenvolvimento, tendo em vista a implementação de políticas de desenvolvimento sustentável, contribuindo com ações locais. “As organizações não governamentais e a filantropia têm mais liberdade do ponto de vista político, isso permite que elas possam inovar ou pelo menos testar soluções inovadoras.”
Em uma perspectiva onde menos de 2% dos recursos globais da filantropia são direcionados para temas do clima, ainda é necessário insistir na pavimentação de caminhos que façam chegar esses recursos nas organizações que atuam nos territórios mais afetados, especialmente no Sul global, como frisou Manavi Bhardwaj, gerente executiva da Índia Climate Collaborative. “A filantropia regional tem um papel importante na liderança da agenda de resiliência. As organizações de base, que são as primeiras a responder quando acontece uma crise que impactam comunidades vulneráveis, precisam ser fortalecidas para que estejam melhor preparadas para oferecer esse apoio”, ponderou.