Trabalhadores rurais conquistam melhoria na produção e espaço de comercialização

Por: Fundação Banco do Brasil| Notícias| 13/01/2020

Povos e comunidades tradicionais de Minas Gerais driblam os desafios do semiárido e veem agroecologia prosperar

O Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA-NM em parceria com Fundação Banco do Brasil está ajudando a melhorar as perspectivas de vida de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas que vivem no Norte de Minas Gerais.

Com o Projeto Ampliação e Fortalecimento da Rede Sociotécnica de Agroecologia do Sertão Norte Mineiro, a entidade está organizando a produção agroecológica, por meio da qualificação de uma unidade regional de comercialização, de registro e certificação de empreendimentos e produtos da agricultura familiar e agroextrativista, que além de incentivar o  protagonismo dos empreendimentos locais, também fortalecerá os circuitos regionais de comercialização, com o funcionamento regular do Empório do Sertão.

Em 2019, a entidade recebeu cerca de R$ 500 mil, por intermédio do edital Ecoforte Redes, uma parceria da Fundação Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para promover cursos e capacitações para trabalhadores dos municípios de Brasília de Minas, Coração de Jesus, Montes Claros, Janaúba, São João das Missões, Januária, Cônego Marinho, Bonito de Minas, Pai Pedro, Serranópolis de Minas, Riacho dos Machados, Rio Pardo de Minas e Grão Mogol.

O investimento também foi usado para a aquisição de equipamentos como cafeteiras elétricas e demais utilidades de cozinhas para a montagem de um café no interior do Empório, que fica na cidade de Montes Claros, na formação gastronômica dos trabalhadores, na compra de quatro kits compostos com barracas e balanças que serão usadas em feiras agroecológicas, além de kits para a implantação de energia solar. Entre os produtos comercializados pelas famílias estão: óleos de rufão (fruta típica do Cerrado), de pequi e buriti, farinha de mandioca, açúcar mascavo, rapadura, sementes crioulas, grãos e uma variedade de produtos hortifrutigranjeiros.

Francisco Wagner, agricultor e um dos dirigentes da Cooperativa Grande Sertão, uma das filiadas ao Centro de Agricultura Alternativa, conta o que todas as famílias têm em comum na região: o desejo de melhorias na produção e de um lugar de confiança para comercializar seus produtos. E que na sua propriedade, que fica na Comunidade Pinheiros, distrito de Montes Claros, em que ele trabalha com a esposa e um casal de filhos, cultiva uma variedade de frutas que são transformadas em polpas – cajá, maracujá, acerola e abacaxi, entre outras.  “A perspectiva da gente da roça é de cada vez mais aumentar a produção e melhorar a renda da família, mas a falta de chuva tem nos preocupado, só que nós não perdemos o ânimo. Só na Cooperativa Grande Sertão são 200 cooperados, e estamos aproveitando essas capacitações que o projeto nos oferece e que tem  ajudado a melhorar o nosso conhecimento”, afirma.

De acordo com o coordenador do projeto, Luciano Rezende, a ideia é que o projeto alcance até mil pessoas indiretamente com as capacitações. “Essa etapa do projeto qualifica as anteriores que já receberam incentivos da Fundação BB. Ela   abrange as diversas etapas da produção agroecológica, além disso, qualifica o processo e abre um espaço maior para a comercialização dos produtos, com Empório do Sertão, que é um lugar onde o agricultor familiar tem como referência para comercializar seus produtos”, disse.

Sobre a organização

O CAA-NM foi idealizado a partir das necessidades dos agricultores familiares e formado por meio de aliança entre os povos. A primeira parceria foi estabelecida em  2005. Foram desenvolvidos 15 projetos na região, com destaque para a instalação de cisternas de placa e calçadão,  implantação da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), reforma e adequação do espaço Solar do Sertão.

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