Trabalho envolve orientação antes, durante e depois do financiamento

Por: GIFE| Notícias| 29/08/2005

O acompanhamento individual de cada beneficiário é uma vantagem do sistema de microcrédito enfatizada também por Flavio Weizenmann, gerente geral da Real Microcrédito. Criada pelo Banco Real ABN Amro, em 2002, como um projeto piloto na favela de Heliopólis (SP), atualmente a Real Microcrédito mantém sete postos de atendimento na capital paulistana, além de unidades em Osasco, São Bernardo do Campo, Campinas (todas no estado de São Paulo), e três na Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Nova Iguaçú e São João de Meriti).

A Real Microcrédito trabalha com crédito produtivo orientado ou assistido, contribuindo para o desenvolvimento de pequenos empreendedores de baixa renda. Uma equipe de agentes é treinada com a finalidade de analisar as necessidades do cliente e definir suas prioridades. “”Não fazemos só a operação de crédito, mas avaliamos, acompanhamos e orientamos sobre aplicação, utilização e pagamento, estabelecendo um relacionamento pessoal””, conta Weizenmann.

Outra iniciativa que promove apoio direto aos seus beneficiários é o projeto de microcrédito da Fundação Orsa, integrante do Programa Geração de Riquezas do CEM (Centro de Excelência da Mulher), no Vale do Jari, divisa do Pará com o Amapá. “”Há uma preparação anterior à disponibilização do crédito, em oficinas de desenvolvimento humano sobre auto-estima, saúde, direitos da mulher, relacionamento entre pais e filhos, entre outras temáticas””, explica Odnélia Amaral, analista de desenvolvimento técnico da fundação no Vale do Jari.

A partir daí, o CEM incentiva e capacita as mulheres da região para que possam ter acesso a várias tecnologias e cursos na linha profissionalizante, aliados à vocação local e potencialidades de riqueza da região. Atualmente, as mulheres atendidas têm de 18 a 40 anos de idade, média de três filhos, não têm marido e assumiram o papel de chefe de família.

O projeto de microcrédito foi implementado em 2001, como um incentivo financeiro para desenvolver suas aptidões no artesanato e nos negócios. No decorrer do financiamento, um educador da Fundação Orsa faz visitas semanais à participante do projeto, para ajudá-la no gerenciamento do negócio. Ele colabora na análise do valor ideal que deve ser financiado para iniciar o negócio, ajuda a instituir o preço de cada produto, ensinando sobre o lucro devido e os gastos que devem ser cobertos, e acompanha o andamento da vendagem.

“”O projeto financia individualmente cada mulher, porém ela precisa estar inserida dentro do que chamamos de Grupo Solidário. Cada grupo tem de quatro a cinco membros, que se incentivam e ajudam mutuamente para manter o compromisso de cumprir com o pagamento. O grupo garante o sucesso do negócio e credibilidade para ter acesso a um novo microcrédito, seja para a ampliação do negócio, seja para investimento em algo novo””, conta Odnélia.

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