Volta às aulas: os novos desafios da educação após dois anos de pandemia

Por: Fundação Itaú Social| Notícias| 07/02/2022
  • Especialistas recomendam que escolas se mantenham abertas mesmo com o aumento de casos de Covid-19, para evitar maiores impactos na educação, sobretudo naqueles estudantes de famílias em situação de vulnerabilidade
  • “Para enfrentar um cenário em que as desigualdades foram aprofundadas, estratégias de busca ativa, recuperação de aprendizagens, avaliações diagnósticas e protocolos sanitários/vacinação são fundamentais”, afirma superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann

Na maioria das redes de ensino do Brasil, o ano letivo inicia neste mês de fevereiro, com aulas 100% presenciais. Apesar do aumento de casos de Covid-19, especialistas recomendam que as escolas se mantenham abertas, considerando todo impacto da pandemia na educação, sobretudo entre os estudantes de famílias em situação de vulnerabilidade.

O Brasil é o país que por mais tempo funcionou apenas com o ensino remoto – 13 meses. De acordo com levantamento do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em parceria com Cenpec Educação, estima-se que cinco milhões de crianças ficaram sem aulas em 2020. 

“Para enfrentar um cenário em que as desigualdades foram aprofundadas, estratégias de busca ativa, recuperação de aprendizagens, avaliações diagnósticas e protocolos sanitários/vacinação são fundamentais”, explica a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann.

Confira alguns pontos relevantes a serem observados pelas redes nesta retomada:

Busca ativa

A pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, realizada pelo Datafolha, a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Intramericano de Desenvolvimento), apontou em setembro que 37% dos estudantes poderiam desistir dos estudos, conforme percepção dos responsáveis. Destes, 13% poderiam não retornar por não se sentirem acolhidos pela escola. 

“Além do distanciamento da escola durante a pandemia, vivenciamos um momento de desemprego e insegurança alimentar, fatores que impactam diretamente na presença dos estudantes. Identificar quem está em risco de abandono, por meio da busca ativa escolar, estratégia já conhecida pelos gestores municipais, é de extrema importância para que ninguém fique fora da escola”, analisa. 

Recuperação de aprendizagem

De acordo com estudo do Instituto Unibanco e Insper, os alunos do 3º ano do Ensino Médio tiveram uma perda de aprendizagem estimada em 74%. Este atraso poderá ser sentido ao longo das décadas e levar uma perda de renda futura dos jovens de até R$ 40 mil por indivíduo. “A tecnologia e o ensino híbrido podem ser aliadas para a recuperação de aprendizagem. Mas, para isso, uma escola deve fornecer uma estrutura adequada, com computadores e conexão com velocidade acima de 20 Mbps (velocidade razoável para aprendizagem) para receber crianças e adolescentes no contra-turno escolar”, sugere. 

Avaliações diagnósticas

Para identificar lacunas de aprendizagem dos estudantes no retorno, as avaliações diagnósticas vão reger o planejamento pedagógico das escolas. Ferramentas como os Mapas de Foco da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) apoiam a necessária flexibilização curricular.

Protocolos e vacinação

Os protocolos sanitários como distanciamento, uso correto das máscaras de proteção e orientação sobre práticas de higiene como a lavagem das mãos e uso do álcool em gel devem ser mantidos pelas escolas. Sobre a vacinação, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou posicionamento apoiando que todas as crianças sejam vacinadas, porém, que esse não seja um pré-requisito para o ensino presencial. “Ao se condicionar o acesso à educação presencial à vacinação contra a covid-19, corre-se o risco de negar às crianças o acesso à educação e aumentar as desigualdades”, diz a nota

Confira mais pesquisas sobre educação na pandemia realizadas pelo Itaú Social e parceiros. 

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