Jornada ISP tem debate sobre sustentabilidade e fortalecimento da sociedade civil

Por: GIFE| Notícias| 12/12/2018

Jornada ISP discute sustentabilidade e fortalecimento da sociedade civil

“Investimento Social Privado, Sociedade e Desenvolvimento” foi o tema da “Jornada ISP”. Durante os dias 29 e 30 de novembro, investidores sociais e representantes do poder público, organismos internacionais e organizações da sociedade civil estiveram reunidos na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, para refletir sobre o papel do Investimento Social Privado (ISP) no fortalecimento da sociedade civil e na implementação da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).

A realização da Jornada ISP representou um momento de compartilhamento de acúmulos e o fechamento de um ano importante, que começou com a realização do 10º Congresso GIFE, que teve como tema “Brasil, democracia e desenvolvimento sustentável”, e foi marcado pelo aniversário de 30 anos da Constituição Cidadã de 88 e pelo desafio de encontrar novas agendas para seguir numa trilha de promoção e de aprofundamento da democracia.

A primeira mesa do evento chamada “Desafios para a sustentabilidade e o fortalecimento da sociedade civil no Brasil” foi marcada por reflexões de José Marcelo Zacchi, secretário-geral do GIFE, que relembrou a trajetória de entidade e de parceiros para o fortalecimento da sociedade civil e de sua atuação na esfera pública. “Celebramos 30 anos da Constituição de 88, portanto 30 anos de construção, de experiência democrática no país nesse período. O Congresso foi situado dialogando com o fato do GIFE, com um arco amplo, uma vasta maioria de organizações que atuam na sociedade civil e no debate público brasileiro, terem se formado, se fortalecido ao longo dessas décadas, e de todas as conquistas e avanços que foi possível ter no plano social, no plano institucional, no plano econômico, no plano ambiental no país”, afirmou Zacchi.

Para Luciana Aguiar, gerente de Parcerias para o Setor Privado do PNUD, é importante olhar a partir da perspectiva da agenda 2030 e dos objetivos de desenvolvimento sustentável para compreender de que forma os institutos, fundações e organizações da sociedade civil podem contribuir e somar para resolver as questões fundamentais e estruturantes do Brasil. “Dentro da nossa agenda de desenvolvimento, o que a gente quer e tem como propósito é avançar sem deixar ninguém para trás. Nesse sentido, a sociedade civil tem um papel chave não só de mobilização, mas sobretudo de monitoramento de implementação dessas agendas de desenvolvimento com os quais teremos que trabalhar nos próximos anos de uma maneira bastante eficiente e qualificada, respondendo e demandando as necessidades das populações locais.

Houve, desde a redemocratização brasileira até hoje, uma grande transformação da realidade brasileira e que resultou na ampliação e na diversificação da atuação da sociedade civil, no chamado “boom do terceiro setor”. Para Eduardo Pannunzio, pesquisador do projeto da Coordenadoria de Pesquisa Jurídica Aplicada (CPJA) da FGV, e mediador da mesa, houve um salto quantitativo e também qualitativo. “Hoje a sociedade civil dá conta de uma pluralidade temática extremamente rica. A característica dessa riqueza da sociedade civil brasileira é hoje um ativo do patrimônio nacional do Brasil. Uma sociedade civil engajada, plural, autônoma dá uma contribuição relevantíssima em diversas frentes”, avaliou.

No campo dos desafios, para Janine Mello, cientista política e pesquisadora do IPEA, há uma proximidade muito forte entre o que é enfrentado pelo Estado na implementação das políticas públicas e na execução de projetos pelas OSCs, como por exemplo, sobreposição, questões de articulação, integração de políticas, integração de projetos, integração de temas, orientação de recursos e que precisam ser aprimoradas. “Nós já temos uma série de questões em curso, não só dentro de cada uma das organizações, mas também o GIFE, é um espaço que tem feito esse debate de forma bastante apropriada, mas eu acho que ainda temos reflexões a serem feitas”. Para Mello, é preciso compreender como essas questões afetam e impactam as possibilidades de fortalecimento e de sustentabilidade das OSCs.


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