Queijo colonial diamante: uma joia de Santa Catarina
Por: Fundação Banco do Brasil| Notícias| 11/10/2021Quando o assunto é queijo, a história é valiosa… e saborosa. No Brasil, há uma diversidade de queijos e produtores que têm se dedicado a aprimorar seus produtos. Todo este trabalho tem sido reconhecido e a cada ano os queijos brasileiros conquistam novos prêmios nacionais e internacionais. E quando é possível unir o investimento social à tradicional arte de produzir queijos? O resultado é o resgate e o fortalecimento da cultura local, com respeito aos conhecimentos tradicionais da produção artesanal, e o apoio à geração de trabalho e renda.
Com foco na inclusão socioprodutiva e cuidado ambiental por meio da realização de ações relacionadas à implantação, expansão ou aperfeiçoamento de empreendimentos, o Programa de Inclusão Socioprodutiva (PIS) da Fundação BB selecionou, em 2017, o projeto socioambiental da Associação dos Produtores e Agropecuaristas de Major Gercino, de Santa Catarina, que produz o queijo colonial artesanal Diamante, uma “joia” típica e tradicional do estado.
Antes, o queijo diamante era produzido por famílias mais vulneráveis, com menos tecnologia. Não havia interesse e valorização do produto pelas novas gerações, correndo o risco de extinção. Mas este cenário mudou. Com o apoio de recursos não reembolsáveis, foi possível a construção de sete queijarias adequadas às normas técnicas e sanitárias e à arquitetura regional, quatro salas de ordenha, pesquisa científica para determinar tempo de maturação, certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose, elaboração de documentos e manuais de treinamento de boas práticas, contratação de exames laboratoriais. Os produtores passaram por treinamentos em boas práticas de ordenha e fabricação, de marca e produto, de gestão e participaram de eventos de negócios.
No total, foram investidos R$ 272 mil, sendo R$ 250 mil da Fundação Banco do Brasil e R$ 22 mil da própria Associação. Além das famílias, o projeto também teve a participação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Unicamp, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), Sebrae, Correios, Assembleia Legislativa do Estado de SC e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
E assim a história do Queijo Diamante foi lapidada. Os resultados dessa parceria chegaram junto com o reconhecimento na 5ª Edição do Prêmio Queijos do Brasil: as sete queijarias desenvolvidas pelo projeto foram premiadas.
De volta ao campo para transformar
O casal Alice e Marcelo Schlichting decidiu voltar para Diamante (SC) no início de 2020 e somaram esforços aos trabalhos da Queijaria Vô Ipa, que neste ponto já tinha uma nova estrutura física. “Com a chegada do nosso filho Felipe, começamos a pensar o que estávamos fazendo na cidade, tínhamos uma rotina muito corrida. E decidimos voltar para o interior para fazer queijos com os pais do Marcelo”, conta a empreendedora Alice Schlichting.
“Eles sempre fizeram queijo de forma tradicional, mas dentro de casa. E com a queijaria eles conseguiram melhorar, mas faltava mão-de-obra. Então fizemos uma parceria e investimos em aprimorar a genética, aumentar o rebanho para ter maior produção. Começamos a divulgar nas redes sociais e fazer entregas. Com a chegada da pandemia, o delivery aumentou”, explica Alice.
Alice, Marcelo, Seu Nélio (o vô Ipa) e Janete fazem o queijo, ordenha, produção, manutenção e venda. A Queijaria Vô Ipa produz em média 20 kg de queijo por dia. “Começamos a agregar outros produtos, como derivados do queijo, manteiga, nata, geleias caseiras, docinhos e pão de milho. Também passamos a servir o almoço colonial. Com a iniciativa do queijo conseguimos agregar diversos produtos. Tivemos uma mudança radical na nossa vida e o queijo foi a chave para a nossa liberdade. Cada passo é uma conquista, comemoramos e sonhamos ainda mais alto”, comemora a família de produtores.