Ação da Cidadania lança nova edição da Agenda Betinho com 92 propostas para combater a fome no Brasil

Por: GIFE| Notícias| 08/07/2022
ação social

Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar apontam que 33 milhões de brasileiros hoje não têm o que comer, número que equivale a 15% da população. É nesse contexto que a Ação da Cidadania lançou no Encontro Nacional Contra a Fome, a segunda edição da Agenda Betinho. O documento conta com 92 propostas para o combate à fome e à insegurança alimentar no Brasil.

O nome do projeto é uma alusão ao sociólogo Herbert de Souza, e será encaminhado a todos os candidatos à presidência. A primeira edição da Agenda foi lançada em 2020, nas eleições municipais.

Oito anos depois de sair do Mapa da Fome da ONU, o país voltou ao indicador com números alarmantes. Para o diretor-executivo da Ação Cidadania, Rodrigo Kiko Afonso, o desmonte das políticas públicas é o principal responsável. “O país se voltou completamente para o agronegócio exportador, sem olhar em absoluto a segurança alimentar do povo, e destruindo as políticas que apoiavam quem produzia alimento e colocava em nossa mesa.”

O diretor cita outros fatores como a escalada inflacionária, a desvalorização do salário mínimo, além dos impactos da pandemia de Covid-19, que acelerou um processo que já ocorria.

Propostas

Entre as propostas listadas estão a revogação do teto de gastos; a desoneração dos itens da cesta básica; facilitação da distribuição de frutas e legumes; fortalecimento da agricultura familiar e ampliação do orçamento para merenda escolar. 

O material foi construído com a participação de pesquisadores, agricultores, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, e traz sugestões de políticas públicas por regiões do Brasil, vindas dos Conselhos Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional.

“Este material é super importante para construção de políticas públicas pelos próprios governantes”, ressalta Kiko Afonso, que acredita na importância de formar lideranças, organizações da sociedade civil, imprensa e sobretudo, governos. 

“A gente precisa formar e capacitar gestores públicos para compreensão dos conceitos de segurança alimentar e também para instrumentalizá-los.”

Atuação do Investimento Social Privado (ISP)

A visão [do ISP] é de que se combate a fome com emprego, renda, saúde e educação. E é verdade, a solução vem daí. Só que enquanto a solução não vem, as pessoas morrem 

Kiko Afonso percebe como fundamental para o enfrentamento à fome a atuação do ISP. No entanto, ele enfatiza que os investimentos do setor no país ainda estão muito aquém do que podem, e priorizam outras áreas. Por isso, o diretor defende mais investimentos diretos no Combate à Fome, e lembra a citação de Betinho, “quem tem fome, tem pressa.”

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