Aumento de novas infecções torna cenário da HIV/Aids no Brasil preocupante
Por: GIFE| Notícias| 19/12/2022A campanha do Dezembro Vermelho foi criada em 2017 através da Lei nº 13.504. A agenda marca a mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST ‘s (infecções sexualmente transmissíveis). A legislação prevê uma campanha focada na prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids, por meio de atividades desenvolvidas em consonância com os princípios do SUS, de modo integrado, com entidades da sociedade civil e organismos internacionais.
A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV), que ataca o sistema imunológico, e teve o ápice da sua crise nos anos 80. Com a descoberta de um tratamento eficaz no final dos anos 90, as taxas de mortes e hospitalizações caíram. Apesar dos avanços, o diretor executivo do Fundo Positivo, Harley Nascimento, afirma que o cenário do vírus no Brasil atualmente é preocupante, com um número considerável de novas infecções, principalmente na população mais jovem.
“Essa é uma epidemia com recorte social e de classe. Pessoas brancas e com maior poder aquisitivo têm condição de viver por muito mais tempo com HIV do que os negros e menos favorecidos.”
Ele explica que o Brasil é o principal responsável para que a América Latina seja uma das principais regiões do mundo em números de casos de HIV. “E que leva muitas pessoas a óbito, mesmo com um tratamento que poderia fazer com que as pessoas vivessem com HIV com qualidade de vida.”
O diretor executivo destaca ainda um desmonte das políticas públicas de Aids na última gestão federal, embora nos anos 90 nosso país tenha sido referência na abordagem do tema: “além do baixo investimento, foi desmontado o departamento que trabalhava com o tema de HIV/Aids no governo.”
Dificuldade na captação de recursos
O Fundo Positivo foi criado em 2014 com o objetivo de fomentar e fortalecer iniciativas comunitárias no campo da diversidade, saúde preventiva e HIV/Aids. Nesse período, Harley Nascimento destaca que o maior desafio é trabalhar com temas que ainda não são prioritários para muitos doadores.
“O tema da saúde é visto como responsabilidade do Estado, assim muitos financiadores não consideram um eixo temático prioritário”. Ainda assim, acredita que o Investimento Social Privado (ISP) deve ser um aliado.
Uma experiência exitosa do Fundo com o ISP, cita, é a parceria com o Instituto Sabin, que desde o primeiro ano da organização apoiou a iniciativa, como sócio e co-fundador. “Entenderam a importância da capilaridade e do conhecimento de campo, da pauta, das necessidades do território que o Fundo Positivo tem.”