Com projeto educacional e de memória, Instituto Queiroz Jereissati chega ao GIFE
Por: GIFE| Notícias| 16/04/2018
O mais novo associado ao GIFE, o Instituto Queiroz Jereissati (IQJ), tem uma missão importante: ajudar alunos de escolas públicas do Ceará a conseguirem vagas em boas faculdades e, com isso, melhorar a educação do estado nordestino.
O Instituto foi criado em 2005 pela família Queiroz Jereissati a partir de uma vontade dos membros de formar um acervo histórico sobre a política cearense. Intitulado “Memórias”, esse braço da organização reúne medalhas, comendas, publicações, materiais escritos e outros itens que ficam à disposição para os interessados em conhecer a história política do Ceará.
A psicopedagoga e coordenadora do programa Caminhos, Ana Beatriz Souza Prieto, explica que o projeto funciona como um museu, e reúne o acervo de mais de 10 personalidades.
Em outra frente, está o programa “Caminhos”. Segundo Ana Beatriz, a ideia de criá-lo, em 2007, foi de encontro ao desejo da família de desenvolver um projeto educacional a fim de trazer novas oportunidades às pessoas. Trata-se de uma ação que seleciona 20 alunos do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas do Ceará para estudarem em uma escola particular, além de receberem acompanhamento no contra-turno.
“Nós sonhamos o sonho de jovens talentos que querem crescer por meio da educação. Nós acompanhamos os 20 estudantes durante os três anos do Ensino Médio, e fornecemos toda a estrutura para os adolescentes se desenvolverem e terem condições de passar em vestibulares de ponta”, explica Ana Beatriz.
Além de frequentarem uma escola particular, os estudantes também têm acesso à biblioteca, computadores, salas de estudo, apoio pedagógico, bolsa para o transporte e alimentação, material escolar, livros e uniforme, tudo fornecido pelo Instituto. Essa prática é baseada na filosofia “Educação 360”, que dá atenção à todos os aspectos de desenvolvimento juvenil.
“Essa filosofia está muito ligada à formação moral e crítica do indivíduo. Nós também prestamos atenção se ele faz as atividades físicas corretamente, estimulamos a participação em debates sobre filmes e notícias, visitamos cinemas, teatros e museus. Também chamamos especialistas de grandes empresas para conversar com os jovens, a fim de que possam desenvolver essa criticidade”, justifica Ana Beatriz.
Para escolher quais jovens terão a chance de ganhar a bolsa de estudos, o Instituto divulga a oportunidade, a cada três anos, em escolas de todo o território de Fortaleza. Apesar do processo seletivo acontecer todo na capital, alunos de qualquer parte do Ceará podem participar, mediante inscrição pelo site.
O processo de seleção contempla cinco etapas de avaliação, que incluem: prova de conhecimentos gerais sobre matemática, português e redação; entrevista com psicólogo; vivência coletiva; provas psicológicas e, por fim, uma entrevista com a família do estudante.
Nesses 11 anos de projeto, a psicopedagoga conta que cerca de 80 jovens passaram pelo Instituto. “Nós tivemos bolsistas indo para o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), estudando fora – uma menina que estudou com a gente está cursando medicina no Paraguai – ou em faculdades federais cursando engenharia. Com isso, conseguimos ajudar esses adolescentes que na escola pública não teriam tanta oportunidade”.
E como a convivência com cada turma dura cerca de três anos, Ana Beatriz conta que são muitos os aprendizados, tanto para os estudantes quanto para a equipe do Instituto. “Durante este tempo, nós aprendemos como é bacana levar em consideração a opinião dos pais, trazendo-os para perto do Instituto, porque [participar do programa] muda muito o dia a dia do filho e, às vezes, esse laço de confiança precisa ser bem estruturado”.
Além disso, ter um bom relacionamento com os maiores interessados, os alunos, também é fundamental, uma vez que a relação de confiança é importante para estabelecer uma boa convivência, que proporciona maior possibilidades de aproveitamento e aprendizado.
Associação ao GIFE
A associação ao GIFE vem em um momento estratégico para o IQJ. Segundo Ana Beatriz, a organização vive hoje um movimento de buscar novos conhecimentos com seus pares, de forma a potencializar suas ações e melhorar sua prática.
“Nós estamos nessa nova fase de querer uma aproximação com outros institutos, conhecer metodologias novas. Nós nos associamos ao GIFE com esse pensamento de trocar ideias e visitar parceiros que passam pela mesma logística e abordagem que a gente. Com o passar do tempo, aprendemos que essa convivência com outros organizações pares, a fim de trocarmos boas práticas, é tão necessária quanto a convivência com os bolsistas”, ressalta Ana Beatriz.
Além disso, a psicopedagoga destaca que outra vontade da organização é aprender mais sobre sustentabilidade financeira. Fundado com um aporte financeiro inicial da família, o Instituto funciona atualmente com um modelo de financiamento de doações. Portanto, trata-se de um movimento de buscar parceiros que possam ajudar o IQJ a melhorar sua prática. “Nós estamos nos abrindo para a questão da sustentabilidade. Atualmente estamos nos preparando para poder receber doações de empresas maiores e de qualquer pessoa que queira ajudar a nossa causa”.