O processo de tornar o dia 20 de novembro na data que marca o Dia da Consciência Negra, foi um processo de valorização da memória negra. A sugestão veio de um grupo de jovens negros que se reuniu em Porto Alegre em 1971 para pesquisar sobre a resistência dos seus antepassados à escravidão e questionar a legitimidade do 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea. 

O dia 20 é uma referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, destacando o protagonismo dos ex-escravizados na luta por liberdade. Parte dos jovens que deram início a essa pesquisa, formaram o Grupo Palmares, uma associação que realizava estudos sobre a história e a cultura negra. Neste novembro negro, listamos uma curadoria de materiais relacionados à memória da população negra:

∠ O Homem de Cor | Biblioteca Nacional 

Em 1833, o tipógrafo Francisco de Paula Brito fundava “O Homem de Côr”, primeiro jornal do Brasil a lutar contra a discriminação racial. Em 2023, quando a imprensa negra no país completou 190 anos, o exemplar da sua primeira edição foi digitalizado e incluído no acervo da Biblioteca Nacional. Acesse aqui.

∠ Acervo Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD)

A SPD foi criada em 1832 em Salvador (BA) por homens negros libertos, e é a primeira Organização Social Civil de Negros do Brasil que se tem registros. A sede pode ser visitada até hoje, no Pelourinho, na capital baiana, e reúne um acervo documental de mais de 400 livros atas que datam desde a primeira fundação até os dias atuais. 

∠ Biblioteca Pretos Novos | Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos A Biblioteca Pretos Novos contém mais de mil títulos para consulta em sua sala de leitura, visando reunir e compartilhar referências bibliográficas relacionadas à História e Cultura Africana e Afrobrasileira. A coleção é acrescida regularmente com novos arquivos relacionados a pesquisas e estudos acadêmicos nas áreas das ciências sociais, religiosidade, arqueologia, história, artes, entre outras.