“Educação ambiental é o caminho”, diz liderança no combate a crimes contra animais silvestres
Por: GIFE| Notícias| 17/02/2025
Foto: Unplash
“Jovem mata onça-parda a tiros no Piauí”. O episódio ocorreu em dezembro de 2024, e os responsáveis foram identificados e multados em R$20 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esse é apenas um dos milhares de casos de crueldade contra animais silvestres no Brasil.
Segundo a liderança do Instituto SOS Caatinga, o fortalecimento de organizações dedicadas à vida silvestre é essencial para garantir a proteção dessas espécies.
“Somente através da conscientização pública sobre a preservação da vida silvestre é que alcançaremos medidas mitigadoras e que possam evitar a perda da biodiversidade e dos recursos naturais”, alerta Marcos Araújo, presidente do SOS Caatinga.
O cenário é preocupante e tem colocado em risco a vida da fauna brasileira, através de práticas como: caças ilegais, contrabandos e devastação dos biomas brasileiros. O tráfico de animais silvestres, por exemplo, continua sendo uma grave ameaça. De acordo com dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), anualmente, cerca de 38 milhões de animais são retirados ilegalmente de seus habitats naturais no Brasil, representando aproximadamente 15% do contrabando mundial de fauna.
De acordo com o Art. 29 da Lei Nº 9.605/98 é considerado crime matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar espécies da fauna silvestre. A pena é de seis meses a um ano de prisão, e multa. Se o crime for cometido contra animais em extinção, a pena pode ser aumentada.
Caminhos e desafio
“A educação ambiental (EA) é o caminho e pode provocar essa mudança de chave, já que só preservamos aquilo que conhecemos”, reforça Marcos Araújo, que tem desenvolvido esse trabalho através do Instituto SOS Caatinga, fundado em 2004. A falta de recursos é um desafio, aponta a liderança.
“Para proteger os animais silvestres e seu habitat, necessitamos de recursos que possam custear as atividades de conservação, visto a utilização de equipamentos de alta tecnologia e gastos com deslocamentos e equipe”, frisa o ativista, que chama atenção para a necessidade de ações que garantam a permanência desse trabalho.
“O Investimento Social Privado (ISP) é muito importante nesse sentido. Além do apoio financeiro, que inegavelmente é essencial, o ISP pode compartilhar conhecimentos técnicos que ajudariam na gestão e no desenvolvimento das atividades de proteção da vida silvestre”, pondera.