A ditadura militar como regime de governo foi a realidade do Brasil de 1964 a 1985, período em que a reivindicação de determinadas pautas pela sociedade eram reprimidas. Manifestando-se pelo fim da ditadura, a sociedade civil iniciou seu papel de interlocutora entre demandas sociais e Estado durante as décadas de 1970 e 1980. E com a redemocratização, deu-se uma multiplicação de organizações representando diferentes interesses da sociedade.
A pesquisa “Percepção de brasileiros/as sobre a sociedade civil”, encomendada pelo GIFE, revela que 46% dos entrevistados consideram que OSCs assumem trabalhos que deveriam ser responsabilidade do governo, e mais da metade avalia positivamente a atuação do terceiro setor.
A pastora Romi Bencke, primeira mulher Secretária-Geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, explica que o período da redemocratização possibilitou que a sociedade civil se articulasse para incidir em políticas públicas voltadas para a promoção dos direitos humanos, atuando em temas como racismo, feminismo e privilégios. Além de ser o período que possibilitou à classe trabalhadora se organizar em partidos e sindicatos, permitindo que a sociedade pudesse problematizar a fragilidade dos serviços públicos e garantisse conquistas como as cotas nas universidades.