Nos últimos 10 anos, os investimentos em saúde pública caíram 64% e perderam R$10 bilhões. É o que aponta a Nota Técnica n. 29 “Orçamento da Saúde para 2023: o que mudou nos últimos dez anos?” publicada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) em parceria com a Umane. Neste cenário, os maiores prejudicados são os que mais dependem da saúde pública. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS) do IBGE, as mulheres negras são as principais usuárias do serviço.
Para Diana Santos, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), antes de falar sobre as principais necessidades do SUS, é importante destacar que o sistema é uma conquista do povo brasileiro, e que suas necessidades estão vinculadas a um processo histórico de problemas estruturais.
“Entre esses problemas destacam-se: gestão ineficiente, culminando com a descontinuidade de programas e fraca integração entre as esferas federal, estadual e municipal; bem como o subfinanciamento.”
Ela lembra que essa precarização ratifica o racismo institucional do país, materializado na falta de cuidado integral, sobretudo, das populações racializadas.