De acordo com estudo divulgado pelo Unicef, ao menos 32 milhões de crianças (63% do total) vivem na pobreza no Brasil. A pesquisa, que foi realizada com apoio da Fundação Vale, analisou a pobreza multidimensional através dos dados oficiais da Pnad Contínua, relacionados a renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação. 

Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes em famílias com renda abaixo da linha de pobreza extrema alcançou o maior nível dos últimos cinco anos: 16,1%, contra 13,8%, em 2017. Já o número de crianças privadas da renda mínima para uma alimentação adequada passou de 9,8 milhões, em 2020, para 13,7 milhões, em 2021. Na educação, a taxa de analfabetismo passou de 1,9% em 2020, para 3,8% em 2022.

As desigualdades raciais e regionais também se refletiram na pesquisa. 72,5% das crianças e adolescentes na pobreza multidimensional em 2019 eram negros e indígenas. Seis dos estados com mais de 90% de crianças em pobreza multidimensional eram do Norte e Nordeste. 

Entre as recomendações do Unicef para combater esses números estão: fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente; monitorar as diferentes dimensões da pobreza; identificar precocemente as famílias vulneráveis a violências; entre outros pontos.

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