Rede Temática do GIFE lança guia inédito com diretrizes de como o ISP pode contribuir com a saúde pública
Por: GIFE| Notícias| 17/06/2024Evento de lançamento do Guia ISP pela Sáude Pública. Créditos: Arquivo GIFE.
O material foi lançado em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, RD Saúde, Johnson & Johnson e Umane
A saúde é um direito garantido constitucionalmente aos cidadãos brasileiros e se apresenta como ferramenta crucial para o bem-estar coletivo da população. Defendendo esses princípios e buscando fortalecer meios que garantam o acesso de qualidade a esse serviço, o GIFE através da Rede Temática de Saúde, em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, RD Saúde, Johnson & Johnson e Umane, lançou o “Guia Saúde Pública”. O documento apresenta orientações de como investidores privados podem contribuir com a agenda.
O evento de lançamento aconteceu em São Paulo, na última quarta-feira (12), e reuniu representantes do investimento social privado (ISP) e filantropia. Com o tema “O que o investimento social privado pode fazer pela saúde pública”, o guia apresenta diretrizes que visam gerar melhorias para setores como o SUS, o maior sistema público de saúde do planeta. “Tornar o nosso Sistema Único de Saúde mais resiliente, mais capaz de garantir direitos, esse é o principal objetivo”, destaca Ricardo Batista, coordenador de Assuntos Internacionais do GIFE.
É permeado nesse diálogo e reconhecendo a importância das políticas públicas que o Guia reflete caminhos para a garantia de direitos da população brasileira, especialmente pessoas negras e pobres – parte majoritária dos usuários do SUS.
“Eu acho que o tema central do ISP deve ser sempre alinhado com políticas públicas, ter atuação conjunta para fortalecer essas políticas, porque embora o investimento social do Brasil seja importante, o trabalho que a gente faz é muito pequeno diante de toda a necessidade do país, principalmente com relação à saúde”, opinou Maria Izabel, gerente executiva de Investimento Social na RD Saúde.
Percepção parecida com a de Evelyn Santos, gerente de Parcerias e Novos Projetos, da Umane. “Na saúde pública, a aproximação e parceria do ISP com o setor público é fundamental para o fortalecimento da atenção primária, a construção de sistemas de saúde mais resilientes e para a redução das desigualdades em saúde, que afetam desproporcionalmente as populações mais vulneráveis.”
A reflexão abre espaço para observações a respeito da atual relação do setor com o tema da saúde. De acordo com dados do Censo GIFE 22-23, no ranking de foco prioritário por atuação dos investidores, o setor aparece em 6º lugar com apenas 9% de atenção. No ranking de organizações por áreas temáticas de atuação, a saúde cai para 10º lugar, com um percentual de 26%, enquanto áreas como “Inclusão produtiva, empreendedorismo e geração de renda” desponta em primeiro, com 54%. Nesse sentido, o guia visa, também, “criar uma lógica de cooperação”, como destaca Ricardo Batista.
“Ou seja, [fazer com que a] organização que foca em sistemas alimentares e educação, por exemplo, compreenda sua ligação com a saúde, porque a pessoa que não está saudável não vai aprender. Então, é necessário integrar a saúde em outras políticas sociais”, comenta.
Ele chama atenção para a necessidade urgente de melhorias na saúde pública no Brasil que ainda enfrenta dificuldades para alcançar os avanços proporcionalmente condizentes com o tamanho de sua população. Os casos são incontáveis. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram, por exemplo, que pessoas negras apesar de, por um lado, terem mais acesso à saúde básica, por outro, têm mais dificuldades de acessar serviços de alta complexidade do que pessoas brancas.
Enquanto setor que apresenta estratégias perspicazes no combate às mazelas sociais, Maria Izabel afirma que o ISP não deve adiar compromissos. “O guia vai ser útil porque é uma fonte de muita pesquisa, de estudo, de cooperação, de um trabalho conjunto, levantando desafios, possibilidades, trazendo insumos dados de onde a gente pode apoiar, qual seria a melhor forma de apoio. Então ele é extremamente útil para o trabalho prático”, finalizou.
Acesse o guia aqui.