Nova versão do Mapa da Desigualdade aponta mais de 20 anos de diferença de idade média ao morrer na cidade de São Paulo

Por: GIFE| Notícias| 09/12/2019

A Rede Nossa São Paulo acaba de lançar uma nova edição do Mapa da Desigualdade da cidade de São Paulo. Realizado desde 2012, o levantamento reúne indicadores dos 96 distritos da capital com o objetivo de comparar a realidade de moradores de diferentes pontos da cidade. 

Para mensurar as diferenças, a organização criou o Desigualtômetro, que mede a distância entre as melhores e piores regiões para cada um dos indicadores. A ideia é que o material seja utilizado por gestores municipais na identificação de territórios e temáticas prioritárias de atuação, possibilitando a elaboração de políticas públicas que visem à redução das desigualdades. 

Na edição 2019, foram coletadas informações de dez regiões a partir de 53 indicadores em diversas áreas da administração pública como população, meio ambiente, segurança viária, direitos humanos, habitação, saúde, educação, cultura, entre outras. Estão entre as novidades informações sobre violência contra a mulher, violência homofóbica e transfóbica, racismo e injúria racial. 

Desigualtômetro

Quando o assunto é presença de pretos e pardos, a maior distância está entre os distritos Jardim Ângela, com 60,1% de sua população, e Moema, com 5,8%. A diferença corresponde a 10,3 vezes no Desigualtômetro.  

Em violência contra a mulher, a cidade, de forma geral, apresenta números altos. Os feminicídios aumentaram 167% em todo o território e as ocorrências de violência, 51%. A proporção de todos os tipos de violência contra mulheres para cada dez mil mulheres é mais alta na região da Sé, com 803,9, e mais baixa na Vila Andrade, com 102,3, o que totaliza uma média de 252,7 na cidade. A Sé também é campeã quando o assunto é violência racial, com uma proporção de 13 para cada dez mil habitantes.

Em arrecadação de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a maior diferença acontece entre o Itaim Bibi, que contribui com mais de R$ 841 milhões, e Marsilac, que contribui com R$ 79 mil. 

Moema aparece novamente no topo da lista quando o assunto é gravidez na adolescência, com uma proporção de 0,4% de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos ou menos, contra 18,9% em Marsilac, mesmo distrito onde a mortalidade infantil apresenta maior proporção, de 24,6%. 

A idade média ao morrer também reforça o quanto a desigualdade interfere na qualidade e, consequentemente, na expectativa de vida da população. Uma pessoa residente no distrito de Cidade Tiradentes vive, em média, 57,3 anos. Em Moema, a população vive 20 anos a mais, chegando a média de 80,6 anos. 

Todas as tabelas do Mapa da Desigualdade podem ser consultadas neste link, assim como a apresentação do levantamento


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