Participantes do Congresso GIFE apontam contribuições do investimento social para as novas agendas do país

Por: GIFE| Notícias| 16/04/2018

 

Investidores sociais, consultores, gestores de organizações da sociedade civil, acadêmicos e tantos outros profissionais que participaram do X Congresso GIFE, promovido no começo de abril, foram convidados a compartilhar sua visão sobre quais são, as contribuições do Investimento Social Privado (ISP) para a construção de novas agendas e convergências no país – questão central que direcionou as atividades do evento ao longo de três dias.

O resultado desse movimento são 45 vídeos-depoimentos disponíveis no Canal do Youtube do GIFE. Em breve, novas produções audiovisuais estarão também online para os internautas.

As respostas trazidas pelos vários especialistas destacam uma série de contribuições fundamentais do ISP que permeiam questões centrais hoje do país. Entre as falas, destacam-se campos de atuação como:

  • Investimento em soluções inovadoras e criativas
  • Disponibilidade ao risco e à experimentação
  • Ampliação de iniciativas que tenham como foco a equidade e a diversidade de raça e de gênero
  • Apoio e fortalecimento às iniciativas das organizações da sociedade civil
  • Elaboração de novas metodologias e tecnologias sociais que possam ajudar a resolver antigos desafios sociais e ambientais
  • Realização de iniciativas articuladas a movimentos globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
  • Articulação dos vários atores sociais para a elaboração colaborativa de novas iniciativas
  • Efetivação das parcerias público-privadas

Confira alguns depoimentos e acompanhe as discussões

“Neste momento de Brasil o que o ISP pode fazer de mais importante é se envolver bastante com a preparação da sociedade para as próximas eleições, ensinar o que significa votar a fim de que todos possam fazer votos assertivos, pois é no Congresso que as coisas acontecem e precisamos ser muito bem representados” – Renata Brunetti, da Atuação no Mundo

“O ISP precisa focar na questão da diversidade, na inserção de pessoas de diferentes gêneros e classes sociais no planejamento e na execução de ações, principalmente no campo da cultura. A importância também deve ser com a sustentabilidade não só no sentido ambiental, mas de democracia e da cidadania” – Ingrid David, da Baluarte Cultura

“O investimento social pode contribuir muito com negócios de impacto, por exemplo. A primeira forma é o fortalecimento do ecossistema, apoiando as organizações intermediárias – como aceleradoras e incubadoras. Outra maneira é na geração de conhecimento, para que mais pessoas possam ter acesso e saibam mais sobre este campo” – Flávia Vianna, do Oi Futuro

“É fundamental que o ISP seja o viabilizador de uma ação colaborativa que reúna diferentes atores, desde organizações de base, que entendem melhor a necessidade da população, até organizações maiores, que têm visão de mercado e gestão, aportando diversos tipos de recursos para que as iniciativas possam se desenvolver” – Mikael Soares, da Wylinka

“As agendas atuais são plurais e as vinculadas à democracia são caras neste momento, são novos modelos para fortalecer direitos, assim como a pauta da diversidade. Além disso, as questões de cidades democráticas, como podemos viver em sociedade de outra maneira, não absorvendo o que a cidade tem, mas contribuindo com relações mais humanas, são questões centrais” – Marcia Pregnolatto, da Humanos Consultoria

“É fundamental que os investidores reflitam como os investimentos estão sendo feitos no território, quantos consideram gênero e raça nas iniciativas. Por outro lado, é importante também entender como essa questão racial também se reflete nas estruturas das próprias organizações, incorporando profissionais diversos nos conselhos e nos cargos de decisão” – Marcio Black, da Fundação Tide Setubal

“O ISP de forma sistematizada, com o olhar profissionalizado, tem um caráter muito importante em todas as agendas sociais e até as de ordem política e econômica, no sentido de transformação” – Luciano Máximo, da Iochpe

“Neste momento precisamos falar de diversidade e isso só é possível quando trazemos o tema da pluralidade no contexto de doação, da filantropia e do patrocínio. Uma das pautas que podem atuar, para trazer novas narrativas, é tirar a população negra de público beneficiário, mas de como faz parte desse ecossistema do ISP” – Adriana Barbosa, da Feira Preta

“Os investidores têm muito a contribuir com o desenvolvimento do país pela possibilidade de inovar, de criar iniciativas nunca antes experimentadas para a construção de uma sociedade mais íntegra, justa e solidária. Tem também a possibilidade de acessar outros públicos, sair da bolha e buscar novas vozes e expressões que possam atuar, interferir e lutar por mais direitos e justiça”- Ruth Goldberg, da Fundação Arymax

“O ISP é um ator-chave no sentido de ampliar as oportunidade de implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e trazer essa agenda para a localização junto aos municípios e territórios. Além disso, pode direcionar investimentos a uma agenda ampla, particularmente ampliando a possibilidade de trazer o desenvolvimento sustentável, a partir das dimensões social, ambiental e econômica” – Luciana Aguiar, do PNUD

“Temos uma oportunidade única nas mãos de poder experimentar novos tipos de apoio e fomento. Vivemos uma sociedade complexa que demanda soluções complexas também. Os institutos fundações e a sociedade civil têm a possibilidade de sair do lugar comum e experimentar soluções inovadoras, como os negócios de impacto, por exemplo, ou os movimentos coletivos juvenis” – Márcia Soares – Fundo Vale

“O ISP permite que a gente arrisque novas posições na sociedade civil. Se dependêssemos apenas do Estado para atuar, não conseguiríamos assumir novos desafios, acompanhar tendências, trabalhar com temas como negócios de impacto, com a promoção da doação. O investimento social privado é uma ferramenta poderosa para que a sociedade possa pautar em seus temas, que são fundamentais, desde os mais clássicos, até às novas agendas que estão se desenvolvendo e precisamos trabalhar com elas” – João Paulo Vergueiro, da ABCR (Associação Brasileira de Captação de Recursos)

“É a hora dos investidores focarem e determinarem investimentos que contribuam para desenvolver mulheres negras na liderança” – Selma Moreira, do Fundo Baobá

“É preciso fortalecer a sociedade civil por meio das OSC, de pequeno e médio porte. Grandes organizações chegam às comunidades e não entendem a cultura e a dinâmica social daquele ambiente para montar um projeto. Antes disso, devem fortalecer as entidades de base comunitária, criando uma rede, para aí sim ter um impacto maior” – Claudio de Moura, acadêmico

“É contribuir para que a sociedade participe efetivamente da construção das soluções de forma ativa, participativa, critica e assertiva, ao invés de ficar esperando soluções do Estado ou de outros atores. Falta isso na sociedade e o ISP tem o papel cada vez maior de ativar” – Leonardo Gandara, da Renova

“As organizações e o setor precisam repensar as formas que têm feito suas ações para ter mais impacto e, para isso, é importante capital financeiro, intelectual, conhecimento, assistência técnica, e o ISP precisa estar aberto e fazer esse investimento de risco para a inovação social” – Rodrigo Alvarez, da Mobiliza

“O investimento social privado pode ser o catalizador do desenvolvimento de novas atividades de inovação para as agendas, independentes de quais sejam elas”- Carlos Lima, do CEAP

“O ISP é fundamental para consolidar o movimento de impacto e transparência. A partir do ISP, conseguiremos identificar formas e meios de mensurar no Brasil. É necessário investimento em gestão, indicadores e metodologias e o ISP pode criar estas metodologias de mensurar impacto e os caminhos para a transformação do país”- Aureo Junior, da Bússola Social

“A contribuição que o ISP pode dar ao país é diversa. Ele pode trabalhar com inovação, fazer pesquisas em áreas novas, apoiar o desenvolvimento da sociedade civil, atuar com advocacy, com causas que as políticas públicas não estão trabalhando bem, como raça e gênero, e fazer contribuições importantes para implementar tecnologias sociais e depois dar escala por meio de política públicas”- Fernando Rossetti, da Reos Partners

Congresso GIFE

Nas próximas semanas o GIFE vai disponibilizar a íntegra das mesas do evento, em seu canal do Youtube. Acesse!


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